Visita Inesperada

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Sn Smith

— Mas o que porra você acha que está fazendo? — me solto do aperto de Joshua assim que ficamos sozinhos em sua sala.

Dominic foi, praticamente, enxotado para fora do escritório depois da “cena” que fiz com ele quando Beauchamp chegou. Meu namorado ficou furioso ao me encontrar em meios ao braços de um dos seus homens. Diga-se de passagem o de maior confiança.

Assim que viu Josh, o homem colado a mim quase derreteu em vergonha e medo. Não demorou cinco segundos para ele me soltar e gaguejar um turbilhão de palavras, como explicação para o que tinha acabado de acontecer. Porém, o loiro não quis nem saber do que ele estava tentando falar, só o expulsou da sala com um olhar duro. Por pouco não sacou a 38 que carrega consigo no cós da calça.

Agora, os mesmos olhos azuis que fuzilaram Dominic há pouco, me metralham da mesma forma enquanto estou encostada em sua mesa, de braços cruzados e uma expressão tão séria quanto a dele.

Pode me repreender o quanto quiser, Beauchamp, mas é você o errado nessa história.

— Anda, Smith, me fala o porquê de você ter vindo aqui e armado esse cena com um dos meus homens. Ficou louca? — Beauchamp põe as mãos em seu quadril, me olhando sério, o vinco em sua testa mostrando o quanto está irritado.

Foda-se?

Quero socá-lo porque estou com raiva, por ele não me contar realmente o que está acontecendo e por se fazer de cínico nesse exato momento, fingindo estar putinho por uma merda que nem aconteceu.

— Responda.

Rosna quando fico em silêncio e não o encaro, apenas ignoro sua divina presença. Cruzo um tornozelo sobre o outro e cerro a mandíbula, revirando os olhos. A postura dele fica mais rígida ainda quando percebe que não obterá respostas. E, de repente, sua mão agarra meu queixo, obrigando-me a fitá-lo.

— Não revire os olhos pra mim, pequena, você sabe as consequências — rosna entre-dentes.

E então, faço a coisa mais infantil e birrenta que existe, sabendo que me rebaixei bastante e agora estou parecendo uma criança mimada de cinco anos, mostro a língua para ele.

Seus olhos crescem e sua boca entreabre surpresa. Por um momento ele fica estagnado, assimilando o que acabei de fazer, e depois seus lábios se repuxam.

Joshua inclina a cabeça e roça nossas línguas rapidamente, lambendo a minha em um gesto lascivo. Quero me afastar, mas, meu corpo é tão traiçoeiro e miserável que nem se move, bem pelo contrário, ele ama quando esse homem lhe toca.

— Sai, não me toca! — exclamo espalmando seu peito e tentando afastá-lo de mim, mas nem preciso dizer se consegui.

Joshua é um rocha, tem o dobro do meu tamanho e o triplo de força. Facilmente me pegaria e jogaria pela janela se quisesse. Meu cenho franze com a cena que imagino.

— Você é minha, posso te tocar a hora que bem entender — ele responde, rígido.

Estou com vontade de mostrar a língua e o dedo do meio, mas sabe-se lá o que ele poderia fazer se isso acontecesse.

— Não quando eu não quiser, o corpo é meu — retruco, seca.

— Nem se você me odiasse muito seu corpo deixaria de reagir ao meu toque, amor, aceite. — Uma piscadela em minha direção e quero revirar os olhos de novo.

— Babaca!

— Gostosa!

— Escroto.

— Delícia.

Obsessive 2 || Josh BeauchampOnde histórias criam vida. Descubra agora