Um despertador incomum: Amizade, incertezas e planos

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- Bom dia - disse, cobrindo o rosto com as mãos.

    Não tive coragem de ver quem havia entrado em meu quarto e aberto as cortinas. Ainda assim, sabia que a resposta para "quem é o idiota que invadiu meu apartamento?" era óbvia, pois apenas uma pessoa tagarelava assim tão cedo: Jung Hoseok.

    Vireo o meu corpo para longe da janela, agarrando o travesseiro para cobrir meu rosto, impedindo minha visão e me preparando para voltar a dormir, decidido a ignorá-lo. A luz que entrava no quarto estava intensa e eu estava sem vontade de me levantar para fazer qualquer coisa produtiva. Hoseok, por outro lado, parecia ter outros planos para o meu dia de descanso.

Por que ele não para de falar?


- Ei! Você está me ouvindo? - senti meu corpo ser sacudido.

- Bom dia - repeti, claramente irritado.

- Eu não estou tendo um bom dia.

- E isso justifica arruinar o meu final de semana?

- É domingo!

- Sai do meu quarto - Reclamei, retirando o travesseiro do rosto apenas para tacar nele, o que, evidentemente, o irritou um pouco mais.

- Não! - cruzou os braços - Eu esperava que você fosse um amigo tão bom quanto eu sempre sou com você e me deixasse desabafar um pouco - Contra minha vontade, me sentei na cama.

- Tá, tá - disse, já sem paciência - Mas são 3 horas da manhã.

- São 8 horas - ele sorriu, sabendo que ganharia aquela discussão.

- Ok, vou tomar um banho e aí a gente toma café enquanto você me conta o que aconteceu - Observei seu sorriso se alargar antes de me deixar sozinho no quarto novamente.

    O observei sair do quarto e quase voltei a me jogar na cama, mas decidi levantar. A ansiedade por ter que dirigir até o aeroporto na segunda-feira com dois desconhecidos para irmos a Jeju estava me consumindo. Decidi parar de me torturar com esses pensamentos e levantei. Caminhei até o banheiro devagar, afinal, Hoseok podia muito bem esperar um pouco depois de ter interrompido os poucos minutos de sono que consegui ter.

    Enquanto a água percorria delicadamente meu corpo, lembrei-me do sonho, que torci para que não previsse o que estava por vir. Ele me via chegando no hotel, exibindo uma expressão mista de raiva e desprezo, para depois se  aproximar o suficiente para dizer palavras terríveis.

    "O que você está fazendo aqui?"
    "Achou que era um convite sério?" Ele ria, tentando não demonstrar demais na frente dos outros. "Eu estava brincando com você, mas você me surpreendeu sendo tolo o suficiente para não perceber que eu não te queria aqui. Não me importo com você; você nem servia quando meu noivo não queria; você é inútil."

    O tremor do meu corpo, como no sonho, e a falta de uma resposta decente sobre por que deveria comparecer ao casamento com acompanhantes, me perturbava. Não deveria ter aceitado o convite, nem contratado dois acompanhantes, nem namorado Taemin por um ano. Eu tinha tomado tantas decisões questionáveis que poderia passar horas falando sobre o quão insensato fui.

- Algo aconteceu? - Hoseok perguntou ao me ver entrar na sala, pronto e perfumado.

- Não, está tudo bem - Me sentei ao seu lado - Só vou avisar a eles que não irei mais ao casamento - Peguei o celular.

- Você vai a esse casamento - arrancou o celular da minha mão antes que eu pudesse digitar - Você vai mostrar para aquele cara que consegue pegar dois peixes com uma vara só - digitou rapidamente.

Acompanhantes - TaekookminOnde histórias criam vida. Descubra agora