Introdução

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“Dracarys Vermax… Dracarys… Dracarys Vermax…”

O guincho suave do filhote contrastava com as risadas cruéis que seguiam atrás de si, atiçando ainda mais sua raiva.

Seu peito subia e descia com respirações rápidas, suas mãos cerraram em punhos e o menino umedeceu e mordeu os próprios lábios sentindo-se ressecado.

Momentaneamente, como sem explicação, o ambiente ficou frio, muito além do costumeiro ambiente para dragões eram normalmente, com cinzas e sombras as espreitavam, com as tochas parecendo tremeluzir com força mais repentinamente.

Sem que ninguém mais percebesse, Jacaerys olhos fixamente nos olhos de seu dragão, tudo parecia se distinguir e somente os dois estarem presentes. Para os de fora, não havia nada além de um momento, enquanto para cavaleiro e dragão parecessem horas, até mesmo luas.

“ Dracarys.”

Exigiu com dureza e todo o amargor que poderia transportar de sua mente para seus lábios. Momentos seguintes, o belo pedaço de carne mal cortada colocada no chão a poucos centímetros do dragão estava completamente torrado além do ponto.

E um guincho feroz foi ouvido da pequena fera.

Terminada a lição, o jovem príncipe arrumou sua postura, ereto e com uma graça bem desenvolvida e inclinou-se em comprimento aos tratadores, falando com eles em um valiriano quase perfeito, para a surpresa de todos, antes de se virar, e com um sorriso mal-escondido no rosto, olhar para seus tios e sair com passadas bem cuidadas e as mãos unidas atrás das costas, 

A primeira vez que Jacaerys Velaryon ouviu a palavra Bastardo, era muito novo para realmente a compreender. No entanto, a primeira vez que a entendeu completamente, tinha cinco dias de nome, no dia de seu nascimento.

Ele não era estúpido, sabia que havia algo que acontecia na sua família. Seu avó era doente e cansado, mas sempre ocupado com os afazeres reais, mas sempre encontrava tempo para ficar com ele um pouco e saber sobre o que ele estava aprendendo, mesmo que não fizesse isso pelos seus próprios filhos.

A rainha odiava sua mãe.

Sua mãe era a princesa herdeira, mas estava sempre sozinha e a maioria das pessoas a olhavam como se fosse um ladrão comum.

Seu pai quase nunca estava lá, sempre saindo para treinar com os cavalariços, e mesmo quando pedia para ir junto, nunca era permitido.

Jace estava sozinho.

Seu tio Aegon, o primeiro filho do rei, tentava ser engraçado, mas vivia cheirando mal e falando arrastado, isso quando não queria fazer alguma brincadeira que os metia em problemas.

Aemond era taciturno e sério, nunca brincava muito com eles, mas era o melhor na esgrima e mestre Mellos sempre o elogiava nas aulas, assim como Sor Cole.

E então, quando o rei mandou fazer um torneio em sua homenagem, no dia do seu quinto nome, a família da rainha e várias casas do reino vieram, menos a sua. 

Menos os Velaryon.

Seu pai tentou parecer bem para ele, mas parecia triste. Sua mãe parecia furiosa e o beijou dizendo que provavelmente houve um acidente com o convite e que cuidaria disso, mas naquela tarde, enquanto seguia para o camarote real, ouviu quando Lorde Higthower disse.;

“ Não é atoa que não vieram. Como apareceriam para comemorar por um bastardo. Um bastardo se passando por um legitimo ainda por cima?”

“ Hobert, cuidado…”

“ Não adianta mentir mulher…” Disse baixo. “ É isso o que ele é, um bastardo. Um bastardo real.”

Ele perguntou para sua mãe naquela noite se realmente era um bastardo, a herdeira do trono o fez jurar nunca mais repetir aqulo e o lembrou que ele era um dragão, e nada mais importava.

Contudo, daquele dia em diante, não parecia mais ser fácil esquecer os olhares e os sussurros que o seguiam.

Aos cinco dias de nome, Jacaerys Velaryon descobriu que o que significava a palavra Bastardo.

Aos seis foi insultado pelo seu professor de esgrima e jogado no chão do pátio de treinamento quando tentou lutar contra seu tio Aemond. Foi chamado de Strong.

Aos sete, foi a primeira vez que sentiu raiva de tudo isso e confrontou seu pai, que simplesmente o ignorou e chamou seu manto branco para leva-lo até a mãe.

Aos oito dias de nome, descobriu que sua mãe estava grávida. Que a Corte da Família Real odiava sua mãe e ele, e provavelmente odiariam seu irmãozinho.

Naquela mesma noite, Jacaerys Velaryon jurou por todos os deuses, antigos e novos, que protegeria seu irmão e seria o melhor Velaryon e Targaryen que se poderia existir.

Ele orou pelos Sete-Que-São-Um ajoelhado e com o lágrimas nos olhos.

Clamou pelos deuses antigos no Bosque Sagrado com o lábio inferior cortado e sangrando pedindo por ajuda.

E implorou aos Quatorze Chamas no altar de Balerion com suor escorrendo por sua face.

Os Deuses falsos ouviram e nada fizeram, não existiam…

Os deuses antigos viram e sussurraram conforto…

Os deuses da Antiga Valíria se levantaram e agiram.

A Escolha dos Deuses - A Dança dos Dragões Onde histórias criam vida. Descubra agora