O Dia de Inverno do Príncipe

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Seu dia de nome estava dali a dois dias, mas ainda havia muita coisa a se fazer e que já foi feita.

Uma briga com seu tio, recepções a serem feitas e reuniões a frequentar. Quem acreditaria que ser príncipe ou rei era somente diversão era um tolo do qual Jacaerys teria um prazer perverso em deixar em seu lugar por um dia, somente um dia, para experimentar.

Agora porém estava Jacaerys tinha mais uma ação a fazer, provavelmente uma das mais importantes entre as coisas. Ajudar e conquistar o povo.

Os lordes eram fáceis. Seja arrogante e convencido como eles, inteligentes e discretos para outros, ou taciturno e sérios para um outro grupo. Talvez até uma mistura dos dois, prometa, discretamente e entrelinhas, algumas vantagens aqui e ali que tinha em intenções para eles e seus próprios orgulhos farão o resto.

O inverno havia chegado poucas luas antes do seu dia de nome, e sabia o quanto o povo da capital sofria com isso. Embora pudesse reagir sobre o mesmo em Dragonstone, Porto Real era cuidado por sua mae e o conselho, do qual o último alguns membros tentavam ao máximo minar seus desenvolvimentos.

O vento frio levanta grosso conj7nto de pele de raposa costurado em sua capa enquanto caminha pelo mercado deserto de Porto Real.

Seus habitantes ricos se amontoam dentro de suas casas e ficam perto do fogo. O inverno é o mais rigoroso que a capital já viu em anos e parece não ter fim. Seu povo morre de fome e congela nas ruas, sem ajuda da Coroa.

O Septo abre suas portas e distribui comida, mas apenas para os pobres respeitáveis, os plebeus devotos que têm sapatos nos pés e roupas no corpo. Nenhuma prostituta, bastardo ou órfão pode cruzar seu limiar e sugar sua caridade.

Os necessitados são deixados amontoados em alcovas e lentamente morrendo de fome, rezando para que o frio os leve primeiro.

Eles passam por seus pequenos corpos enquanto caminham pelas ruas sinuosas em direção às favelas. Crianças descalças, enroladas em trapos, enroladas sobre si mesmas, frias e imóveis.

Ele para. Olha para isso e consegue imaginar vividamente o corpo contorcido e quebrado de seu irmão Joverrys caído. Olhando, pode observar Luke criança, na imagem do garotinho do canto, caído.

Ele pode ver o olhar irritado e triste de seu irmão.

"Jace, não podemos deixá-los." Implora, olhando dolorosamente para o amontoado de corpos infantis.

Jacaerys coloca uma mão tranquilizadora em seu ombro encapuzado.

"Eles se foram. Não podemos fazer nada por eles."

“Mas não podemos simplesmente deixá-los na rua. Deveríamos fazer alguma coisa, cobri-los ou apenas algo assim.”

Continua continua, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas, demonstrando o controle pelo qual tanto trabalharam. Lucerys ainda era muito doce, psra seu próprio bem.

"Alguém virá buscar os corpos, e eles serão abençoados e enterrados. Não podemos desperdiçar cobertores para os vivos sobre os nossos mortos."

Seu tom é medido e gentil, a mesma voz que ela usa quando tenta explicar ao par do terror, Aethan e Joverrys, que eles não pode fazer algo. O mesmo dá um pequeno aceno triste e endurece a postura ao perceber a aproximação dos guardas que os seguem.

Jacaerys também sente e entende sua dor. Ele pode ver sua família ali, os mais novos, e isso dói. Engolindo em seco, sabe que não pode fazer mais nada por eles. Já partiram. Mas ainda assim, deseja os honrar na morte.

" Envie um conjunto de Mantos Dourados para recolher os corpos e sepulta-los."

Sor Arryk não diz, mas assente em reconhecimento  e eles seguem em frente.

Eles chegam às favela,  a frente dos soldados, para suas grande inquietação, observa enquanto eles notam sua chegada, avistando a capa carmesim rico e o cabelo prateado de um Targaryen. Os plebeus correm em sua direção, com os braços estendidos em desespero.

A guarda negra saem dos recantos e saem diante de Jacaerys e seu irmão, parando os plebeus onde eles estão.
Os guardas separam o mar de pessoas e conduzem o grupo até uma pequena plataforma elevada de onde eles podem ver claramente os rostos de todos aqueles que imploram por ajuda.

Limpando a garganta e respirando fundo o ar congelado, estremecendo quando ele entra em seus pulmões, começa.

"Meu povo, graças à ajuda da Casa Tyrell, a Casa Targaryen traz pão e cobertores."

Uma conversa animada se espalha enquanto as pessoas registram suas palavras.

"Para ajudá-lo neste tempo frio. E.." Faz uma pausa, incerto sobre suas próximas palavras. Ele quer prometer mais e dar-lhes mais, embora haja a possibilidade de que o conselho ignore as suas palavras e deixe os pobres morrerem de fome. Mas não pode deixar assim, sua mãe agora é rainha em tudo, exceto no nome, e embora com o inverno o controle de moedas seja ainda mais rígido, bom... se há dinheiro o suficiente para o dia de nome de um príncipe, então deverá ter para alimentar seu povo.

Os plebeus esperam em silêncio, todos cativados por suas palavras. Jacaerys olha no meio da multidão, homens e mulheres de todas as idades, todos tremendo e perigosamente magros. Os olhos dele pousam em um garotinho que é tão magro que se pode ver seus ossos projetando-se sob a pele e que tem bochechas encovadas e olhos fundos.

No entanto, antes que tudo o que ele pudesse fazer era entregar promessas de esperanças possivelmente falsas, pela primeira vez seu irmão vai a frente.

Jacaerys olha seu irmão em dúvida quando o vê subir na plataforma e não ficar mais só ao lado. Quando o vê rico e alto como o via, e desejava ser sempre, é pela primeira vez se pronúncia em público.

" Em nome da Casa Targaryen e Velaryon, em nome da Casa Arryn, Tyrell e Tully, nos viemos aqui anunciar a chegada de mais mantimentos e cobertores. A construção de asilos de inverno e um meistre que ficará na Rua das Moças para cuidar de todos. Cem Mantos Negros, da Guarda Negra, serão enviados para os proteger e ouvir seus pedidos e reclamações durante todo o inverno."

Os gritos de esperança e alegria preenchem as ruas frias e tensas, surpreendendo até mesmo o príncipe real.

" Em homenagem ao dia de nome do Príncipe Jacaerys, o Valente, o reino, vendo sua grande preocupação com o povo, dedicou fundos e planos para o cuidados de todos."

Jacaerys esta em choque, porque com certeza isso não estava entre as notícias e planos. E oh, ele trabalhou muito nisso. Olhou cada ponta dos pergaminhos do meistre da moeda e usou todos os recursos e ideias para criar mais fundos ao inverno.

Os gritos com seu nome, com nome de sua família e de seu irmão zuniam em seu ouvido, e ele só pode olhar admirado para a coragem de seu irmão.

Todos viam Jace como o corajoso. Como o Audacioso,  mas todos esqueceram aquele quem levantou uma faca por ele, mesmo em sonhos, por quem seguiu para dentro de um salão sabendo da presença do inimigo.

Jace pode ser o Príncipe Valente, o Benevolente ou o Príncipe do Povo, como alguns o chamavam. Mas Luke...

Lucerys era o Cuidadoso.


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