Como a Própria Morte

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A aparência do Príncipe Jacaerys era um tanto ironica... ironicamente idêntica à de seu pai e avô, supostos, o Príncipe Consorte Laenor, e o Príncipe Herdeiro Aemon. Até o nariz pontudo e os olhos curiosos eram os mesmos. Rhaenys sempre ouviu de sua avó como as cores de Aemon eram raras e o tornavam tão especial.

Por muito tempo Rhaenys se sentiu mal por ter herdado o cabelo preto da mãe, e não o branco puro como o do pai. Corlys sempre discordou dela, dizendo que seu cabelo preto era o que a tornava especial entre os Targaryen assim como seu pai, e o quanto ele lamentava não poder lhe dar um filho tão lindo quanto ela. No entanto, ela não pôde deixar de discordar de tais pensamentos, especialmente após a morte de seu pai.

Ela amava cada filho que tinha, e tanto Laenor quanto Laena sempre seriam perfeitas aos seus olhos, mas ela ainda olhava em suas cabecinhas após cada nascimento.

A cor nunca foi a mesma.

Ver Jacaerys, seu suposto neto bastardo, tão parecido com o pai, foi como a realização de um sonho. E a concretização de um pesadelo.

Alicent foi enviada para sua família, em Vilavelha, sem tempo ou ideia de retorno a corte. A rainha exilada... A chamaram.

O príncipe Aemond, por desrespeito à família Velaryon quase foi assolado para ser enviado ao muro, por ordens do Lorde Corlys, mas foi o próprio Príncipe Jacaerys, que falou a favor de seu tio.

" Meu rei... acredito que... exista um castigo mais adequado ao Príncipe Aemond."

Disse serenamente, não parecendo sofrer das terríveis dores do seu mais recente ataque. O mesmo parecia sereno demais, quando o príncipe Aemond estava trêmulo e com o olho apavorado, enquanto buscava a proteção e apoio da mãe em meio ao salão.

" Proponho que, como parte de seu castigo, o Príncipe Aemond seja ensinado pelos próprios senhores da Casa Velaryon."

Muitos sussuraram se surpreenderam por tal. A princesa Rhaenys não pode conter sua surpresa em um arquear de sobrancelha.

" Como a casa insultada por suas ações, tenho certeza que seriam capaz de lhe ensinar a devida etiqueta e decoro. Assim como o mostrar onde foi os erros de seu caminho, quebrando o código de convidado."

" NÃO! VISERYS VOCÊ NAO PODE PERMITIR QUE..."

SILÊNCIO, ALICENT."

Seu grito foi como um tapa reverberando por toda a sala, acalmando e silenciando a todos.

" Você tem certeza disso, meu menino?"

O príncipe habia também falado, a sós com o rei, sobre o envio de Aemond para a Cidade Velha, como a rainha Alicent sugeriu.

Ele reiterou que as pessoas não verão isso como um castigo, já que ele irá para a cidade natal de sua mãe e será mimado por seus parentes Hightower. O príncipe sugeriu que o mandassem para Stepstone, onde seu tio Daemon já havia estabelecido uma guarnição militar em Bloodstones composta por soldados e terceiro e quarto filhos de pequenas casas nobres.

A maioria dos escravos fugitivos de Tyrosh decidiu viver permanentemente nas ilhas. Dragonstone financiou uma grande casa de vidro para que eles pudessem cultivar seus próprios alimentos. Eles estão fazendo o mesmo com Gray Gallows.

Jacaerys pediu a seu avô rei que enviasse Aemond para ajudar a estabelecer uma guarnição na ilha para que ele pudesse trabalhar com as pessoas comuns. O trabalho honesto também pode ajudar a endireitá-lo.

Depois disso, seguiu para ser enviado para Driftmark para ser adotado e ensinado as tradições Valiriana por Princesa Rhaenys e Lorde Corlys, para aprender o que realmente significa ser um Valiriano e um cavaleiro de dragão, mesmo que não tivesse um.

O rei aceitou isso. Na verdade pareceu completamente disposto a qualquer coisa que seu neto falasse.

A Rainha implorou. Gritou e ficou histérica em frente a toda a corte, como se estivesse se aproximando da loucura.

E ainda assim, não conseguiu mudar os pensamentos do rei ou do herdeuro.

Alicent até mesmo havia tentado clamar por clemência a princesa Rhaenyra após saber da decisão do rei. Mas tudo com o que foi recebida foi silêncio, de uma mão segurando firmemente o ombro do filho marcado por ela a sua frente. O agredido enfrentando frente a frente seu agressor sem receio, sem medo ou preocupação.

A mulher juraria que ao olhar para o bastardo da mulher, o veria analisando sua alma. Como se pudesse ver todos os seus segredos e pecados.

Era como receber o olhar dos deuses. Ou, em sua visão, do Demônio, pois não havia como os Deuses abençoarem o menino.

A última visão de Alicent Hightower em Kingsland foi o Príncipe, a frente de sua mãe e pai, a olhando friamente, como nenhuma criança deveria ser capaz. Como se...

Como se fosse a própria morte.

A Escolha dos Deuses - A Dança dos Dragões Onde histórias criam vida. Descubra agora