A filha rejeitada. A escolhida pelo destino para escrever seu nome na história.
Tudo o que Siggy conhecia era o abandono. O sentimento de ver o amor que tanto necessitava ser arrancado dela pela rejeição tornava a vida da filha de Bjorn Ironside um...
★ NÃO SEJAM TÍMIDOS, QUERO COMENTÁRIOS, SURTOS, TEORIAS... CONVERSEM COMIGO!
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Isso é escandaloso.
Aylin observou com satisfação o seu reflexo no espelho enquanto Griselda — uma das criadas que trabalhava exclusivamente para os assassinos do rei —, finalizava o penteado da garota e prendia um último grampo de prata para manter algumas mechas presas.
Sim, aquele vestido todo era escandaloso.
E era exatamente por isso que Aylin o havia escolhido.
A seda vermelha se agarrava com perfeição ao seu busto, onde um decote profundo em V mostrava mais pele do que o pudor permitia. As mangas eram longas e justas e começavam abaixo do ombro, deixando assim ainda mais pele a mostra. E ainda tinha a fenda da saia longa e pesada do vestido... Aylin era completamente apaixonada por vestidos de fenda, ficava bem mais fácil ter acesso à adaga na liga em sua coxa. Ela gostava da praticidade tanto quanto gostava dos murmúrios de espanto que ouvia sempre que usava um vestido tão revelador quanto aquele.
A assassina não se preocupava com os olhares críticos e muito menos com os maliciosos. Ela não se vestia para eles, Aylin se vestia para si mesma. Porque ela gostava de se sentir bonita, sensual e às vezes provocante. Não seria um bando de hipócritas metidos a recatados que iria impedi-la de ser quem realmente era. Com o tempo a assassina aprendeu que roupas eram uma grande maneira de se expressar, de mostrar ao mundo o que habitava em seu interior, não importava que fosse um completo escândalo.
Foi por isso que ela escolheu a loja de Dimitri Byron como um dos seus lugares preferidos de Andarah. A pequena boutique em uma rua polêmica da capital, é o lugar onde Aylin costuma gastar boa parte da sua fortuna. Byron apresentou a sociedade de Andarah um novo estilo único e ousado que poucos tinham coragem de experimentar, mas que Aylin abraçou com grande alegria. Vestidos com decotes profundos, sedas rendadas e reveladoras, camisolas finas e curtas, calças femininas... Sim, era um completo escândalo. Do tipo preferido da assassina.
— Dez anos e ainda não aprendeu que ser polêmica é o meu robe preferido, Griselda? — Aylin dá um sorrisinho de canto para a mulher atrás dela pelo reflexo do espelho.
— Sim, eu só tinha esperança que você criasse juízo. — A carranca no rosto de Griselda faz Aylin revirar os olhos, mas o aorrisinho continuava — Pronto, com o cabelo solto assim dá para esconder as cicatrizes.
Griselda se afasta e Aylin se vira para ver as costas. As ondas largas do cabelo platinado caiam até a metade das costas, formando uma cortina grossa que escondia algumas das cicatrizes que marcavam a pele exposta.
As cicatrizes foram difíceis de aceitar no começo. Não ajudava muito que as memória eram tão frescas em sua mente mesmo depois de um ano. Muitas das vezes ela jurava que conseguia sentir a pele se partindo sob o chicote de novo e de novo... Tão real que a garota conseguia até sentir o cheiro pútrido de sangue e vísceras que sempre estavam impregnado nas paredes daquelas celas. A assassina não sabia o que era pior: voltar a Caligo e suas semanas de tortura ou voltar para as águas do rio congelado e sentir o nada se infiltrando em seu peito.