001- Prólogo

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[Luiza Campos Reis]

Me remexi na cama com preguiça. Meus ossos estalando como se eu fosse um biscoito crocante se partindo ao meio. Ri com o pensamento. A janela havia adormecido entreaberta e um ventinho gostoso soprava balançando as cortinas. Esse balanço proporcionou que a luz do sol entrasse em meu quarto, me despertando lenta e gradativamente.

Que estranho, o alarme não tocou. Bastou pensar e encarar o aparelho celular sobre a mesa de cabeceira para me dar conta de que na verdade não só o despertador tocou, como haviam mais de dez mensagens de Eduarda e no mínimo dezoito ligações não atendidas de Valentina. Mas ela é mesmo uma estúpida de me ligar enquanto durmo querendo falar das suas muitas conquistas. Ri. Pera, Valentina?

Céus, que merda. Às vezes esqueço que além de minha amiga essa idiota trabalha comigo. Melhor dizendo, eu trabalho com ela. Retornei a ligação de imediato ouvindo sua voz soar no terceiro toque.

- Você está atrasada. - Ela disse, do outro lado da linha.

- Eu percebi, desculpa. - bufei. - Vou liberar o Léo de ir a escola hoje e avisar a babá. Me espera que eu chego em trinta minutos. Droga.

- A noite foi boa?

- Maravilhosa, eu...

- Pera, então você tava mesmo com alguém? Quem é esse? Eu quero saber de tudo.

- Que tava com alguém o que, garota! Eu te disse que iria aproveitar minha folga e aproveitei. Descansando por doze horas seguidas.

- Dúvido.

- Pois pode acreditar, eu relaxei tanto que meu corpo está dolorido de tantas horas na mesma posição.

- Nossa, que ótimo fim de semana o seu. - Albuquerque desdenhou - Pois fique você sabendo que o meu sim, foi perfeito. Eu conheci uma garota que nossa! - Ouvi seu riso safado. - Me pergunto porque mulheres tão lindas caem tão facilmente nessas histórias que conto.

- Você deveria parar com isso, uma hora o tiro sai pela culatra.

- Lá vem você com suas mandingas para o meu lado. Deus me livre de transar com uma mulher chata assim.

- Olha o respeito comigo, sua safada. E fique sabendo que não sou chata, sou sensata e orgulhosa de não precisar mentir para conquistar ninguém.

- Mas também não conquista né.

- Você que pensa. - Ri. - Apenas não preciso ficar me gabando das pessoas com quem transo ou deixo de transar.

- Aham, sei. Fala um nome aí.

- Isso é sobre minha vida pessoal e ela não te diz respeito, Valentina. - bocejei. - Eu vou acordar o Léo e te encontro em meia hora.

Assim que desliguei a chamada com Valentina, me dirigi ao quarto do meu filho, que já estava arrumadinho me esperando para ir à escola.

-Mamãe! - Léo Pulou em meu colo, quando me viu. - Bom dia.

- Bom dia, pequeno. - sorri. - Que lindo que você está todo arrumado, meu amor. Foi a tia Fabrícia que te ajudou?

-Dessa vez não, dona Luiza, o próprio Léo fez questão de se arrumar sozinho.

-Caramba! Estou orgulhosa, filho. - Apertei suas bochechas gordinhas. - Mas hoje você não irá a escola. A mamãe acordou atrasada e não vai dar para te levar.

- Poxa.- ele fez beicinho e eu quis morder sua bochecha. Meu filho adorava a escola, principalmente por conta de uma amiguinha em específico da qual eu morro de ciúmes mesmo sem admitir. - Tá bom então.

Esposa de mentirinha - Valu Onde histórias criam vida. Descubra agora