Capítulo 1

167 11 5
                                    


Memórias de um sonho: Wendy e o menino perdido

POV WENDY
.
.
.
.


.
"A figura estranha pairava sobre a escuridão, enquanto meu corpo permanecia inerte diante daquela cena inexplicável. Ainda turvada pelo sono, minha visão testemunhava sua aproximação gradual, porém, estranhamente, não sentia medo. Ao contrário, uma sensação de paz se estabelecia em meu ser.

"Wendy, venha comigo", sussurrou o estranho aos pés da minha cama. Uma luz amarela, assemelhando-se a uma pequena pessoa alada, pairava ao seu redor. Devo estar sonhando, pensei diante da estranha visão.

Sem receber resposta, o estranho se aproximou de mim e pude finalmente contemplar sua figura com clareza. A luz da lua cheia, que até então se escondia entre as nuvens, refletia através da janela aberta. A figura que agora se encontrava sobre mim era um... um garoto! Seus olhos fixos pareciam analisar cada detalhe meu. Nossos olhares se cruzaram e, num sussurro contido, ousei perguntar:

"Quem é você?" Minha voz vacilava enquanto meu coração batia acelerado.

O garoto, ainda sobre mim, sussurrou: "Peter Pan." Rapidamente afastou-se e levantei-me para acender o abajur ao meu lado. Enquanto isso, ele perambulava pelo meu quarto, examinando minuciosamente cada objeto.

"O que faz aqui?", questionei ao erguer-me e segui-lo enquanto revirava alguns pertences.

"Estou em busca de uma mãe,talvez você possa servir", respondeu Peter de forma simples.

"Mas eu não sei ser mãe", justifiquei.

"Sabe contar histórias?", indagou Peter.

"Sim."

"Então está perfeito."

Peter continuou sua busca e resmungou: "Onde foi parar essa fada?"

"O que procura?", inquiri curiosa.

"Sininho", respondeu Peter ao abrir uma gaveta.

"E quem é Sininho?", questionei.

"Sininho é uma fada", explicou Peter.

"Ora,não consigo acreditar em..." Subitamente fui interrompida por uma mão que tapou minha boca. Peter me pressionou contra a parede, mantendo a mão sobre minha boca. Com leve irritação em seu tom de voz, advertiu:

"Não ouse concluir essa frase; sempre que alguém diz isso, uma fada morre." Um pouco assustada,balancei a cabeça em concordância , quando ele retirou lentamente a mão de minha boca, mantendo seus olhos fixos nos meus. Um tilintar vindo da escrivaninha capturou nossa atenção e Peter dirigiu-se até lá para abrir a gaveta. Dali saltou uma luz brilhante que voou até o teto e logo em direção a Peter. Um tilintar ouvia-se indicando o descontentamento da pequena criatura.

"Ela é linda", comentei ao me aproximar de Peter para observar a pequena fada.

"Ela disse que te acha feia", replicou Peter com naturalidade.

"Então, Wendy, desejo que vá com nós ate a Terra do Nunca."

"O que é a Terra do Nunca?", indaguei curiosa.

"É um paraíso onde habitam fadas, sereias, gnomos..." Peter foi interrompido por mim:

"Há piratas?"

"Bom..." Peter coçou sua barba imaginária enquanto ponderava. "Há", admitiu finalmente.

"Maravilhoso! Posso levar meus irmãos?", perguntei entusiasmada.

Nunca É Tarde Para O Amor/Peter Pan E Wendy Onde histórias criam vida. Descubra agora