Capítulo 4

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Um velho amigo

POV WENDY
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A suave luminosidade penetrava pelas copas das árvores, tecendo um delicado bordado de sombras que dançavam sobre a serena superfície da água. Os raios de luz acariciavam meu rosto, enquanto os murmúrios familiares ecoavam à distância, despertando meus sentidos adormecidos. Pouco a pouco, as vozes dos meus irmãos se tornavam nítidas, envolvendo-me com um misto de preocupação e alívio.

Ao me verem despertar, seus rostos se iluminaram em alívio, João e Miguel se uniram para me ajudar a erguer-se. Uma pontada aguda na cabeça me fez levar a mão instintivamente ao local, onde encontrei um líquido quente entre os dedos, forçando-me a retirá-los rapidamente para verificar a presença de sangue.

"Wendy, você está bem?" - perguntaram João e Miguel simultaneamente.

"Creio que sim", - respondi, referindo-me ao corte em minha cabeça.

"Ficamos tão preocupados. Você não deveria ter ido sozinha para aquele lugar sua maluca ,tava querendo se suicidar porra? Isso foi muito arriscado, Wendy", - advertiu meu irmão.

"Me desculpe, havia esquecido desse detalhe", - murmurei abaixando minha cabeça.

"Está tudo bem. O importante é que você está bem , e você João para de ser rabugento ,foi apenas um incidente poderia ter acontecido com qualquer um de nós . - disse Miguel lançando um olhar de repreensão para João

"Compreendo, irmão. Perdi a cabeça, mas o importante é que você está bem", - disse João, referindo-se a mim.

"Obrigado por me salvarem. Não sei o que teria acontecido comigo", - respondi com um suspiro de alívio.

"Estaremos sempre aqui para nos ajudarmos. Na verdade, demoramos um pouco para perceber que você havia sumido. Mas quando estávamos te procurando, te avistamos de longe na margem do lago",- disse Miguel, coçando a nuca.

" An? , antes de desmaiar, tenho a certeza de que alguém me segurou e me levou até à margem antes que eu apagasse total". - Minhas palavras saíram gaguejantes, carregadas de incerteza.

"Penso que o impacto foi tão forte que te deixou delirante", zombou João, provocando um olhar repreensivo de Miguel.

Lancei um olhar severo a João e Miguel tentou argumentar:

"Talvez você esteja enganado, mas o mais importante é que você está bem", - disse Miguel, acariciando meus cabelos.

"Talvez... talvez eu tenha me enganado", - murmurei, tentando me convencer.

"Acredito que já tenha sido o suficiente por hoje. Nossa avó deve estar preocupada por ainda não termos retornado. Vamos",- disse João, segurando meu braço e ajudando-me a levantar.
Contornamos o lago e finalmente alcançamos o local onde minha avó e o tio Noah aguardavam.

Ao me avistarem com a cabeça ensanguentada, o tio Noah e a Vovó lançaram olhares de perplexidade e preocupação, como se perguntassem "o que diabos aconteceu?". Antes que pudessem dizer algo, apressei-me em explicar:

"Não se preocupem, apenas escorreguei e bati a cabeça", disse eu, tentando evitar que ficassem alarmados.

"E quase se afoga e vira refeição de peixes", murmurou João em tom jocoso, mas logo foi repreendido por um cotovelo de Miguel, que o encarou com um olhar que claramente dizia "Cale a boca, idiota".

Minha avó correu para mim em estado de histeria, abraçando-me imediatamente e verificando se eu estava ferida em alguma outra parte.

Com um beijo estalado nas bochechas, minha avó me repreendeu gentilmente para que eu tomasse mais cuidado, seguido de um sermão do tio Noah. Não entendi por que tanto alvoroço, afinal, não foi nada grave. Estou viva, afinal de contas, e isso é o que importa. Mas algo ainda martela minha mente, sinto que algo me salvou de um destino pior.

"Vamos, já está quase na hora do almoço", disse o tio Noah, tirando-me dos devaneios.

Recolhemos nossas coisas e retornamos para casa.Chegando em casa, fui questionada sobre o corte pelos meus pais. Expliquei a situação e, embora tenham ficado um pouco preocupados, eu os assegurarei que não era nada grave. Fiz um curativo e limpei o ferimento.

Passamos a tarde toda conversando sobre nossas vidas, respondendo perguntas do tipo "e os namoradinhos", "como está indo na faculdade" e "está se alimentando direito". Revirei os olhos diante das perguntas, mas me esforcei para respondê-las.
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< 2 semanas depois >

Durante o transcorrer destas duas semanas, tenho desfrutado da minha estadia no meu lar . Sem dúvida, necessitava deste momento para me dedicar a mim mesma e para reatar os laços com a natureza. No entanto, algo perturba minha mente, algo inexplicável que vem ocorrendo desde o dia em que aqui cheguei. Seriam meras coincidências, fruto de uma mente paranoica ou apenas o resultado do esgotamento mental proveniente do longo período distante e ocupado, sem tempo para mim mesma? Afinal, sempre que levanto tais questionamentos, todos ao meu redor agem como se eu estivesse padecendo de esquizofrenia. Torço para que isso não venha a perturbar minhas tão merecidas férias,afinal !
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Será que Pan está por trás desses acontecimentos?

Iremos descobrir no próximo episódio !

Uma prévia do que está por vim 😘


"Peter me envolve pela cintura, me puxando para seu colo, enquanto entrega um cinto em minhas mãos.

"Isso não cabe em minha cintura, é pequeno demais", murmuro, lançando-lhe um olhar de desaprovação.

"Quem disse que é para a sua cintura?"
Sua voz é um sussurro rouco, enquanto ele toma o cinto de minhas mãos, tecendo um nó que aprisiona ambas as minhas mãos."







Nunca É Tarde Para O Amor/Peter Pan E Wendy Onde histórias criam vida. Descubra agora