Capítulo 1

294 51 191
                                    

🦋

Por mais que o aquecedor do carro estivesse ligado, Park Jimin ainda podia sentir suas mãos suando com certo entusiamo e seu coração batendo cada vez mais. Aquilo era normal? Que tipo de euforia era essa? Estava tenso e sequer conseguia disfarçar! Claro. Jeon Jeongguk ali, do seu lado e o pouquíssimo espaço entre os dois, fazia com que se sentisse encurralado. Era sufocante e o assustava, por mais que não houvesse necessariamente uma ameaça da parte do outro e mesmo que estivessem a sós naquele fim de tarde e em algum canto do pequeno amontoado de árvores das estradas de Busan.

Ainda assim, Park Jimin estava exatamente onde desejava estar. E talvez seja importante ressaltar que: não era a primeira vez.

– Af, olha pra mim vai... – Jeongguk foi quem murmurou, voltando-se um pouco mais na direção de Jimin, que estava com as mãos firmes no volante mesmo que o carro sequer estivesse em marcha. Pensativo. – Jimin-ssi, Jimin-ssi, Jimin-ssi. – cantarolou a fim de acabar com aquele climão que tinha se instalado há talvez vinte minutos? Quem sabe. – Ei... tá tudo bem, amor. Poxa... – tocou seu rosto, incentivando Park a lhe encarar e não pôde conter um risinho quando recebeu um olhar meio tímido, como se não soubesse reagir àquilo. – O quê? Não haja como se fosse a primeira vez, Jimin-ssi! – rindo, tomou ainda mais proximidade e era uma sorte aquele carro à moda antiga ainda ter o banco corrido e facilitar quando passou os dois braços pelos ombros alheios em um enlace e em aproximação.

– Eu não sou como você... – disse Jimin, num sussurro e com a voz falha, a boca seca.

– Ah, um viadinho? – o tom era cínico.

– Resolvido. Não sou resolvido como você.

– Bobagem. – rolou os olhos e se aproximando cada vez mais encostou seus lábios sorrateiramente. – Já posso te beijar ou vou ter que ficar aturando esse teu gay panic por mais tempo?

Obviamente, não esperou por resposta nenhuma, sabendo que nos últimos dois meses que passou enrolado com Park Jimin e suas crises existenciais sabia muito bem o quanto ele era capaz de mudar de ideia ali mesmo o deixar para trás cheio de tesão e triste. Jimin era mesmo uma figura e isso deixava Jeongguk maluco. Completamente maluco.

Jeon gemeu arrastado quando finalmente as mãos de Jimin alcançaram sua cintura com atitude e os lábios carnudos dele passaram a engolir os seus, que por sua vez, eram finos e menores, porém ansiosos. Park Jimin beijava bem... Porra, Park Jimin beijava malditamente bem quando se empolgava.

Jeongguk adorava, era nítido e Jimin de repente tomava o controle de tudo. Tocava todo seu corpo, beijava seu pescoço, mordia seus lábios ou chupava sua língua e como se não fosse suficiente lhe sussurrava sacanagens ao pé do ouvido. Jeongguk adorava como seu corpo reagia e adorava também o quanto Jimin podia ser duas caras, ora era tímido, fofo e responsável, completamente gentil e educado, completamente hétero e de repente em outra horas era um cafajeste que mal lhe dava tempo pra respirar entre um beijo e outro.

De certo modo, Jeongguk não estava mais se contentando só com aquilo. Beijos e mais beijos, amassos e amassos, era lógico que queria mais. Bem mais. Já fazia dois meses e Jimin não cedia nunca. Por mais quanto tempo teria que ficar só imaginando? Não era justo. Sorrateiramente, tentou desafivelar o cinto no jeans caro do Park mas como já esperava foi impedido e se sentiu abandonado quando viu o outro tomar breve distância em busca de recuperar o fôlego. Jeon da mesma forma, ofegante, tentou arrumar os próprios cabelos castanhos e murmurou desgostoso.

BUTTERFLY: O efeito do caosOnde histórias criam vida. Descubra agora