Capítulo 9- Desafios e Determinação

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A luz do sol começava a iluminar o pequeno apartamento de Evangeline quando ela acordou na manhã seguinte. Os raios dourados refletiam a determinação em seus olhos enquanto ela se preparava para enfrentar os desafios do dia. Com passos firmes, caminhou até a cozinha, onde uma xícara de café fumegante aguardava-a, pronta para despertar suas energias, e uma mamadeira com a nova formula para a bebe era feita. Ela resolveu comprar uma nova formula e testar, a criança estava aceitando melhor, porém logo ela iria ao medico para verificar as vacinas e saúde do bebe e procuraria saber as melhores formulas e recomendações medicas.

Os últimos dias tinham sido um turbilhão de emoções para Evangeline, mas nada comparado ao turbilhão que ocorreu em sua vida tempos atrás. A descoberta da bebê abandonada no beco chuvoso havia virado sua vida de cabeça para baixo, mas de uma forma que ela jamais imaginara, trouxe luz e alegria a uma vida monótona vazia e confusa. Lizzie, como Evangeline carinhosamente apelidou a bebê, trouxera uma nova luz e propósito para seus dias.

Com a bebê nos braços, Evangeline tomou a decisão de passar mais tempo em casa para cuidar de Lizzie. Ela conseguiu uma licença temporária para trabalhar em home office, permitindo-lhe estar mais presente nos momentos cruciais  da bebê. Era uma decisão que envolvia responsabilidades, mas também uma oportunidade de fortalecer o vínculo especial que compartilhava com Lizzie.

Enquanto Lizzie observava o mobile colorido, Evangeline aproveitou para revisar seus documentos de trabalho. Sua mente estava dividida entre planilhas e relatórios profissionais e o doce barulho do brinquedo de Lizzie ecoando pela sala. Era um equilíbrio delicado, mas Evangeline aprendeu a navegar com maestria nesse novo ritmo de vida.

As semanas passaram rapidamente, e a data da audiência com o juiz estava se aproximando. Era um momento crucial que determinaria o futuro de Evangeline e Lizzie. A adoção oficial estava no horizonte, mas ainda havia uma pitada de incerteza no ar, nada sobre a família biológica foi encontrado, o que era muito suspeito.

Enquanto aguardava ansiosamente pela audiência, Evangeline mergulhou de cabeça na rotina diária com Lizzie. Ela descobriu um novo mundo de brincadeiras, risadas e descobertas ao lado da bebê. Cada sorriso banguela e manhoso de Lizzie era como um raio de sol em um dia nublado, trazendo calor e alegria ao coração frio e solitário de Evangeline.

Em meio às tarefas domésticas e cuidados com Lizzie, Evangeline não pôde deixar de notar a semelhança entre a bebê e ela mesma quando criança. Os olhos curiosos e a expressão adorável de Lizzie às vezes faziam Evangeline se lembrar de suas próprias travessuras e manias na infância. Era como se o destino tivesse unido seus caminhos de uma forma misteriosa e encantadora.

Mais tarde, enquanto alimentava Lizzie, Evangeline foi surpreendida pela campainha. Ao abrir a porta com a pequena bebê em seus braços se deparou com seus pais, cuja visita não era esperada. Evangeline recebeu-os com um sorriso, mas algo em seus olhares sérios indicava que a visita não seria apenas social.

Ela os convidou para entrar, sua, mãe lhe deu um abraço de lado e deu uma espiada na criança no colo de Evangeline, já seu pai deu um aceno frio com a cabeça e se sentou no sofá da sala. Ela colocou a bebê para arrotar, enquanto dava leves esfregadas nas costas da filha com sussurros amorosos. Ela amava esses momentos e momentaneamente quase de esqueceu de que seus pais estavam plantados na sala, olhando para a interação mãe e filha com olhares céticos.              " Precisamos conversar" disse a mãe de Evangeline. Ela assentiu e se sentou na outra poltrona enquanto aconchegava a bebê e cheirava seus cabelinhos ralos.

A Conversa começou de forma leve, perguntas se ela estava bem, porque estava faltando na empresa e pediu licença home Office, e Evangeline respondia tudo com alegria, um sorriso no rosto e beijinhos sendo dados em Lizzie. Ela contou aos pais sobre o bebê e todos os seus planos. Seus pais a escutavam atentamente e ela achou que tudo estava certo. Mas logo a conversa se desviou para a questão delicada da adoção de Lizzie. Os pais de Evangeline expressaram suas preocupações e dúvidas sobre a decisão da filha. Eles questionaram se Evangeline estava pronta para assumir a responsabilidade de criar uma criança, especialmente uma que não era sua filha biológica.

Evangeline ouviu atentamente as palavras de seus pais, respeitando suas opiniões, mas também defendendo com firmeza sua escolha. Ela compartilhou suas emoções, explicando como o amor por Lizzie havia transformado sua vida e preenchido um vazio que ela nem sabia que existia.

Os pais de Evangeline ainda estavam apreensivos, preocupados com os desafios que poderiam surgir. Eles mencionaram as implicações legais e financeiras da adoção, além das possíveis repercussões sociais.

A conversa se estendeu por horas, com Evangeline tentando tranquilizar seus pais e mostrar-lhes que ela estava preparada para enfrentar os desafios que viriam com a adoção. Ela compartilhou seus planos e cuidados para garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável de Lizzie.

Apesar das preocupações dos pais, Evangeline sentiu uma sensação de determinação ainda mais forte em seu peito. Ela estava determinada a provar que poderia oferecer um lar amoroso e estável para Lizzie, independentemente dos obstáculos que enfrentassem.

À medida que a conversa chegava ao fim, Evangeline agradeceu a presença de seus pais e reafirmou seu compromisso com Lizzie. Ela sabia que ainda havia desafios pela frente, mas também acreditava no poder do amor e na força da família, mesmo que fosse uma família não tradicional.

Contrariados seus pais foram embora, sem dar um real apoio moral a ela. Afinal era apenas isso que ela queria, tinha seu próprio dinheiro, seu próprio trabalho, era dona do próprio nariz, mas existia um lado infantil que desejava o apoio incondicional e aprovação constante dos pais, e isso a deixou um pouco triste.

Lizzie sentindo como sua mãe estava inquieta, começou a chorar manhosa, deixando Evangeline preocupada, mas com a cabeça no lugar novamente. Ela aconchegou o bebe nos braços e sussurrou palavras carinhosas.

" Está tudo bem Lily, não se preocupe a mamãe está bem. Eventualmente eles vão me entender" disse em voz alta, enquanto se dava conta de que se chamou de mamãe e que ao ouvir seu tom carinhoso o bebê, parou de chorar e olhou com seus pequenos olhinhos coloridos diretamente para ela, concentrada no que Evangeline dizia, como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

Mais relaxada, ela continuou a conversar com o bebê, que apenas fechou os olhos e relaxou também, enquanto ouvia a doce e suave voz de sua mamãe.

Nas horas que se seguiram, Evangeline se preparou mental e emocionalmente para a audiência com o juiz na tarde seguinte. Ela revisou todos os documentos e detalhes do processo, garantindo que tudo estivesse em ordem para o grande dia.

Enquanto segurava Lizzie nos braços e a embalava suavemente, Evangeline sentiu uma mistura de emoções: nervosismo, esperança e gratidão. Ela sabia que independentemente do resultado da audiência, o amor que sentia por Lizzie era real e inabalável. E essa certeza era sua maior fonte de força e determinação.

O Vinculo inesperado: Entre Chuvas, Memórias e LaçosOnde histórias criam vida. Descubra agora