O Vinculo inesperado: Entre Chuvas, Memórias e Laços

Capítulo 14- Crises e Saudades

Evangeline chegou em casa após a alta do hospital, trazendo consigo a pequena Lizzie nos braços. O ambiente tranquilo e familiar da casa proporcionava um alívio bem-vindo depois do dia corrido,
da preocupação e cuidados médicos e também da indesejável atenção dos jornalistas. Evie estava determinada a garantir que Lizzie se sentisse segura e confortável em seu lar.

Evie preparou cuidadosamente o banho de Lizzie, e depois arrumou o berço, colocando- a nos lençóis macios e um mobile suave para entreter a bebê. Com todo o carinho, ela vestiu Lizzie com uma roupinha confortável, certificando-se de que estivesse protegida do frio.

Depois de acomodar Lizzie no berço, Evie sentou-se ao lado, observando-a com admiração e ternura. Ela acariciava suavemente o rostinho da bebê, murmurando palavras reconfortantes. Lizzie, por sua vez, parecia sentir a presença amorosa da mãe e respondia com pequenos sons e movimentos.

A rotina de cuidados com a Lizzie era uma mistura de tarefas essenciais e momentos de puro afeto. Evangeline trocava as fraldas da bebê com delicadeza, cantarolando canções de ninar para acalmá-la. Ela preparava a mamadeira com todo o cuidado, garantindo que Lizzie recebesse o leite na temperatura ideal.

Durante a soneca da bebê, Evie aproveitou para descansar um pouco, mas seus olhos não se desviavam por muito tempo de Lizzie. Ela admirava cada detalhe, cada expressão, cada gesto da pequena, sentindo-se abençoada por tê-la em sua vida.

Os primeiros dias em casa foram um período de adaptação e descobertas para ambas. Evangeline aprendeu rapidamente os sinais e necessidades de Lizzie, enquanto a bebê se apegava cada vez mais à sua mãe, confiando nela para tudo. Agora já estava expert nos detalhes do bebê.

No meio de todas as responsabilidades e medos e também da correria que foi o dia.Evangeline encontrou momentos de pura alegria ao cuidar de Lizzie. Cada sorriso, cada olhar, cada abraço apertado era uma confirmação do amor incondicional que existia entre mãe e filha. E assim, juntas, elas finalmente descansaram.

[...]
Em outra cidade Simon observava atentamente a televisão, seus olhos fixos na notícia que se desenrolava diante dele. Uma sensação de confusão e preocupação tomava conta de seus pensamentos enquanto ele assistia Evangeline, uma figura tão conhecida, saindo do hospital com um bebê nos braços.

A reportagem mencionava o acidente, algo que deixou Simon ainda mais intrigado e preocupado. Ele sentia um impulso forte de descobrir mais sobre a origem daquele bebê e entender a conexão entre Evangeline e a criança. O coração de Simon batia mais rápido à medida que ele pensava em todas as possibilidades e perguntas que surgiam em sua mente.

Não demorou muito para que Simon decidisse agir. Ele sabia que precisava encontrar respostas, entender o que estava acontecendo e, principalmente, reencontrar Evangeline. Com determinação, ele começou a traçar um plano para descobrir mais informações e, quem sabe, ter a oportunidade de se reunir com aquela pessoa que mexera tanto com seus sentimentos.

Enquanto a notícia continuava a ser transmitida na televisão, Simon sentia um misto de curiosidade, preocupação e um desejo crescente de estar ao lado de Evangeline.

Simon era um homem de comportamento peculiar, expressando traços característicos do espectro autista. Sua comunicação era direta e objetiva, sem rodeios ou nuances sociais, muitas vezes parecendo distante ou alheio às sutilezas emocionais ao seu redor. Seu olhar intenso e concentrado revelava um pensamento profundo e uma capacidade extraordinária de focar em detalhes minuciosos.

Ele tinha uma rotina meticulosa e se sentia confortável seguindo padrões e horários pré-estabelecidos. Mudanças bruscas ou imprevistos podiam ser desafiadores para ele, causando desconforto e ansiedade. Simon preferia ambientes calmos e previsíveis, onde podia se concentrar em suas áreas de interesse específicas, como a tecnologia e a resolução de problemas complexos.