༺༻ᴀ ᴄɪɴᴅᴇʀᴇʟᴀ ᴅᴏ ᴍᴇᴜ ʙᴀɪʀʀᴏ G&P༺༻👅 🔥

12. 🌝 Madrugada 🚬

N/A. Nesse capítulo abordo um tema muito "sensível", mas será necessário, mas prometo que o final é lindo. 🌈
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(...)

[ Grilos e sapos cantando  ]

A casa de Valentina era silenciosa durante a madrugada, no entanto era a mente de Luiza que estava barulhenta.

Fez cafuné no Léo, até ele adormecer, mas não conseguiu adormecer junto, também não queria mais incomodar, então ficou quietinha na cama.

Cada hora que se passava, parecia uma eternidade, na cidade da sua mente, tudo ainda estava aceso e frenético, alimentava o excesso de futuro, mesmo contra a própria vontade.

Sentiu cheiro de maconha pela freixa da janela, devia ser algum noiado fumando na rua, em seu íntimo Luiza desejou uns tragos para lhe fazer dormir rápido, pois sua mente não conseguia parar quieta.

Quando virou-se notou que Valentina ainda não estava dormindo no colchão inflável.

-"talvez ela tenha percebido que não é uma boa ideia, deixar dois desconhecidos na sua cama, e ir dormir num colchão". -

Sua mente lhe pregava peças indesejadas, logo lembrara da imagem de sua tia, lhe dizendo:
--- Você sempre viverá de favor, nunca vai ser ninguém na vida, por isso precisa de mim !

[ --- Minha princesinha, você vai conseguir tudo que quiser, se não desistir, ouviu ? ] - a lembrança enevoada do seu pai, lhe fez derramar a primeira lágrima, e logo vieram as outras.

"Eu preciso tanto de vocês agora, por que me abandonaram desse jeito ?"

No fundo ela sabia que não foi culpa deles o acidente e a morte trágica, mas dentro dela, existia uma criança cheia de questionamentos, e precisando de amparo naquele momento.

"E se minha tia estiver certa ? E se meu destino for sofrer para sempre ? Pois olhe onde estou agora, na casa de uma desconhecida que vi no metrô, e amanhã estarei sem rumo".

As lágrimas escorriam em descompasso com a respiração, todos os seus medos e traumas se reuniram para lhe apontar o dedo, e de repente ficará tão difícil de respirar, enquanto ouvia as vozes da própria cabeça lhe julgar.

Seu peito esquerdo deu fortes pontadas, seu estômago embrulhava, ela não entendia por que de repente não conseguia parar de chorar, e nem respirar direito, a sensação era de que iria morrer e deixar o Léo dormindo.

Levantou-se tonta, indo rumo a sala vazia, com a tv ligada, e a porta da frente entreaberta, correu com a mão no peito, em busca de oxigênio do lado de fora.

"Estava tendo um infarto"?

De repente parecia que Luiza esqueceu como inspirar, ela puxava o ar mas ele não entrava, um medo tomou conta de si, seus olhos transbordavam e as lágrimas desciam em cascatas, junto ao medo de desfalecer a qualquer segundo.

Os cachorros vieram latindo, mas logo começaram balançar o rabo inquietos, lhe cheirando e rodeando, pareciam tentar ajuda-la.

--- Hey, o que foi ?

--- É-e-eu...vou morrer !!!! - gaguejou desesperada tentando enxugar as lágrimas que insistiam em cair, o rosto completamente vermelho, os lábios pálidos, o peito subindo e descendo frenético em uma respiração ofegante.

De repente Valentina lhe envolveu em um abraço sem aviso prévio, no começo Luiza resistiu ao abraço, confusa, em meio ao seu pânico, mas ao passar dos instantes ela se derreteu, chorando como uma criança no colo da mãe.