Melodia

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O som das botas pesadas ecoam nos corredores da mansão, enquanto o homem caminha vagarosamente em direção ao som do piano

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O som das botas pesadas ecoam nos corredores da mansão, enquanto o homem caminha vagarosamente em direção ao som do piano.

Seu traje de montaria se ajusta perfeitamente em seu corpo tonificado, o tecido abraçando seus músculos dos quais ele tanto se orgulha.

Sessando seus passos em frente a porta, ele passa os dedos em seus cabelos castanhos, querendo ajusta-los para ser apresentável. Alguns fios da franja caiam em sua testa, dando-lhe um ar despojado.

Com um pigarreio e uma batidinha na porta para anunciar sua chegada, ele entra e olha em volta, seus olhos pousando na linda dama sentada, seus dedos finos parando de dedilhar as teclas do piano para vê-lo.

"Querido..."

Ela murmura, seus lábios se curvando em um sorriso gentil.

Ele a observa, seus olhos viajando dos pés a cabeça da jovem dama. Seus cabelos crespos estavam volumosos, emoldurando seu rosto delicado. O vestido azul claro estava deixando suas curvas acentuadas, e os adornos de pérola estavam a deixando majestosa.

"Perfeita como sempre, meu amor."

Ele sorri de volta, caminhando até o piano para sentar-se ao seu lado. Seus dedos longos e enluvados esticando-se para as teclas, enquanto ele toca vagarosamente a melodia que compôs para ela quando ainda eram crianças.

A melodia enche a sala, trazendo consigo as lembranças da infância, quando se conheceram em um festival na capital. De quando deram as mãos pela primeira vez, até quando ele jurou de joelhos fazê-la feliz para sempre, pedindo sua mão em casamento.

De repente, ouve-se um estalo e ele levanta a cabeça do piano, respirando pesadamente.
Um nó se forma em sua garganta quando ele olha em volta, desejando voltar para o sonho, ou pesadelo.

Lágrimas brotam em seus olhos, caindo nas teclas do piano que sua falecida esposa tanto amava.

O instrumento era um lembrete de que ela existiu e o amou, mas também era um tormento, assombrando seus sonhos e o fazendo relembrar o passado que ele tanto desejou ter amnésia e esquecer.

Esquecer a dor e o sofrimento que o corrompem diariamente, enfraquecendo seu coração e sua mente.

Se ajustando no banquinho, Seus dedos longos e enluvados esticaram-se para as teclas, mas travaram antes de toca-las.

Ele não conseguia mais tocar as músicas que compôs. Não sem ela.

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