Parte 2 - Luffy

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       Era mais um domingo normal, mas eu estava dando risada e a Nami estava no banheiro.

×××

       Seis meses no futuro, nos dias atuais, nos encontramos presenciando uma das típicas brigas do Zoro e do Sanji – o que eu acho hilário, mas o pessoal nao suporta –, em mais um domingo reunidos no Baratie – o que se tornou quase que uma tradição.
       O chefe Zeff desistiu de brigar, e concluiu que fazia mais dinheiro se deixasse a gente no bar aos domingos. Combinamos alguns rolés, mas a verdade é que, se você vai ao Baratie no domingo a tarde, você encontra, pelo menos, uma parte do grupo por lá. Seja para matar o tempo, fazer trabalhos da faculdade ou jogar conversa fora.
       Além de Zeff, Sanji e eu temos a chave, mas eu deixo a minha escondida em uma planta que todos sabem onde encontrar, para que ninguém fique pra fora caso eu ou ele não estejamos. O sistema funciona bem, o chefe é quem não gosta muito da ideia, mas nós o vencemos no cansaço e na promessa de que se a loja fosse roubada por causa da chave, nós arcaríamos com todos os gastos – então a Nami montou um sistema super mirabolante, estilo o Kira, de Death Note, para esconder e recuperar a chave –, e eu só posso deixar a chave ali de sábado para domingo, e não a semana toda.
       Podemos dizer que a Nami não é muito feliz com a ideia de pagar por qualquer incidente. Pra mim é muito bom, porque se eu tivesse que pagar alguma coisa, eu estaria em apuros – não tenho um tostão no bolso!
       Falando um pouco mais sobre Zoro, Sanji e suas brigas intermináveis – que deveriam ser o foco da história, mas eu me distraio fácil –, Eles são assim desde que se conheceram. Ninguém sabe direito o que aconteceu no "evento originário" (nome que demos, em algum momento, à festa de boas-vindas da Robin, porque foi o que originou o grupinho), mas os dois não se suportam desde então.
       Ainda saímos todos juntos, mas se essa dupla fica por mais de cinco segundos juntos,  sem distrações, eles começam a brigar como duas crianças competindo por uma casquinha de sorvete (eu briguei com o Ace e ficamos sem nos falar por duas semanas por causa de uma casquinha de sorvete – longa história, talvez eu conte em outro momento).
       Normalmente não tem problema – nós os ignoramos e seguimos a vida, ou a Nami resolve tudo dando um cascudo nos dois –, mas é um saco quando isso acontece no cinema, e as pessoas gritam para expulsá-los da sala – nós passamos a deixá-los saírem sozinhos depois da terceira vez que aconteceu, para não perdermos o filme.
       Vocês devem estar se perguntando se eles que brigam demais, ou se nós quem vamos ao cinema demais. Bom, os dois. Usopp é um grande fã de filmes no geral, e sempre que sai algo que o interesse (quase tudo em cartaz), ele convence o grupo todo a ir com ele assistir, porque sua namorada Kaya está doente e ninguém consegue dizer não para ele.
       O Chopper disse que assistir filmes distrai ele das preocupações. Isso e, também, o fato de ele assistir aos filmes para contar para ela depois. Ela gosta de ouvi-lo falar, e ele gosta de fazê-la sorrir. Eles funcionam bem juntos.
       Vi a Kaya poucas vezes, ela é uma pessoa muito boa. Eu espero que ela melhore logo.
       Voltando ao fato de eles brigarem demais, é um saco também quando acontece na faculdade, porque quem quer que esteja perto corre para chamar a Nami para separar, mas a ruiva fica estressada e não para de reclamar disso depois. Eles vivem tomando bronca da reitora, também, mas não apelrendem nunca!
       E é pior ainda quando eles brigam em lojas ou estabelecimentos no geral, e acabamos todos sendo expulsos. Eu não posso mais entrar na melhor vendinha de doces do bairro, porque esses dois brigaram e derrubaram uma prateleira, e agora a tia Otohime não quer ver a gente nem pintado de ouro.
       A minha sorte é que a Shirahoshi, filha dela, é minha amiga, e me traz doces sempre que vamos passear.

×××

       É muito difícil identificar como as brigas começam, porque os dois parecem pólvora e gasolina, e qualquer faísca cresce, ou explode, rápido demais para rastrear a origem. Dessa vez não foi diferente. Eu estava do lado deles. Eu juro, eu estava do lado deles, mas não faço ideia do porquê eles começaram a gritar um com o outro.
       — Chopper...? – recorri a Tony por uma resposta, porque ele era o único sóbrio do role, por ainda não ter idade o suficiente para beber e o tio Mihawk ser muito rígido sobre isso (muito rígido comigo e com o Zoro, que se déssemos uma gota de álcool, se quer, para o mais novo, ele saberia e arrancaria nosso couro).
       Ele apenas deu de ombros, como quem diz "não faço ideia", ou "ignora eles", ou até mesmo "não faço ideia, ignora eles" – o que eu acho muito sábio –, voltando a conversar com a Robin em outro canto.
       A cena era tão normal, que o grupo nem ligava mais para isso, mas eu sempre me divertia ouvindo os xingamentos habituais. Eu nunca ouvi esses dois se chamarem pelo próprio nome, e eles convivem há seis meses.
       Em algum momento, o Franky e o Brook voltaram com mais bebidas e chamaram o Sanji para preparar os drinks.
       Os dois pararam de brigar, mas ainda pareciam extremamente irritados, e com o álcool entrando em seus sistemas tudo foi piorando. Eles passaram a ser mais agressivos um com o outro, e responder de maneira ainda mais rude do que o normal – o que era muito –, então estava nos preocupando um pouco.
       Todos estavam devidamente servidos, então sentamos em roda, como geralmente fazíamos, para trocar uma ideia, comer e beber.
       As coisas até que corriam bem, Franky e Jinbe conversavam sobre marcas de carro, Usopp contava a Chopper mais uma história mirabolante de um dos filmes que vira recentemente, Robin e Zoro conversavam sobre a faculdade, eu enchia meu bucho..., tudo estava em sua mais perfeita paz e harmonia, até que Zoro esbarrou e derrubou um copo, respingando bebida no sapato de Sanji, que passava enchendo o copo das meninas – e o meu – de batidinha de morango – feita com chopp de vinho, a única maneira possível de fazer uma batidinha gostosa.
       Sanji não ficou feliz com isso, mas eu não entendi como que, do nada, o Zoro tinha voado no pescoço dele.
       — Ei! Ei! Vocês vão mesmo partir pra agressão? – perguntou Usopp, alarmado – O que a gente faz? – ele olhava ao redor, esperando uma luz, mas sem a intenção de se colocar no meio.
       — Eles estão dando medo, né? – Chopper parecia realmente assustado com a cena.
       — Espero que eles não se matem. – pontuou Robin, extremamente séria, como sempre.
       — Como você consegue dizer uma coisa dessas sem expressão nenhuma?! – Usopp retruca, e eu começo a dar risada.
       — Ei! Ei! Isso está indo longe demais, não é? – pergunta Franky, e Jinbe, como sempre, fica meio sem reação ao vê-los brigando.
       Não o culpo, como pode esses dois brigarem tanto!
       — Que medo, né? – Brook fazia a mesma cara de assustado de Chopper, o que eu acho ainda mais engraçado.
       — Cadê a Nami? Ela que geralmente resolve essas coisas. – o capitão pergunta, olhando ao redor em busca da ruiva.
       — Ei! Nami! Cadê você? – grita Chopper, desesperado.
       — Ela foi ao banheiro. – responde Robin, ainda mantendo a calma.
       Ao olhar, de um panorama geral, Zoro e Sanji estavam se atracando, Usopp e Chopper estavam surtando, Brook e Jinbe estavam – muito sem jeito – tentando apartar a briga, Robin estava tranquila bebericando sua batidinha e o Franky tinha acabado de escorregar na bebida e cair de bunda no chão.
       Então, é claro que, com toda a certeza, eu estava rindo muito.
       — HAHAHA! VIROU UM PANDEMÔNIO! – gritei, rindo ainda mais.
       Isso tudo durou uns quinze segundos, até a Nami voltar do banheiro e os dois desesperados correrem para contar a ela o que estava acontecendo.
       Eles falaram tão rápido, e tão enrolado, que eu não entendi nada, mas Brook foi mais sucinto em pedir ajuda, enquanto Jinbe se perdia em um monólogo tentando convencê-los de que as diferenças são importantes, e de que o mar seria chato se todos os peixes fossem iguais – não sei de onde veio isso, mas o Franky concordou. Ele deve entender dessas coisas, já que o tio Tom é barqueiro.
       — Senhorita Nami, você pode nos ajudar aqui? – Brook quase cantou a frase, ele faz isso quando está perdendo a compostura.
       Nami parecia o meme da Nazaré Tedesco tentando entender tudo ao redor, mas no final seu cérebro pareceu desistir e foi aí – meus amigos –, foi nesse momento em que tudo começou.
       — Deixa eles! – Nami exclamou, sem paciência nenhuma para lidar com mais uma briga (e sem paciência para o Usopp e o Chopper choramingando em seus pés) – Isso tudo é marra! Se empurrarmos eles um contra o outro eles vão se beijar! – Gritou, com tanta certeza que algo estalou na minha cabeça.
       E se?

×××

E se, não é?

O que estão achando da história? Qual vocês acha que vai ser a reação deles? O Luffy está muito encrencado?

Não esqueçam de favoritar e comentar bastante!

Espero que gostem!

lol, Kiwi.

Me beija com raiva || Zosan • Luffy POV Onde histórias criam vida. Descubra agora