Lençol de Rosen

Até onde vai a realidade?

Essa é a história de Eron, um garoto comum, que estudava como qualquer outro, era inteligente mas tinha em sua cabeça apenas o intuíto de se divertir, sem responsabilidade nenhuma o garoto magro de olhos castanhos beirando os dezessete anos sempre saía com seus amigos, Jobbs, Bruno e Rossi aos fins de semana para beber e virar noites na farra, em uma dessas noites casuais, já alcoolizados e andando todos a mercê do perigo, sem alguma noção de onde estariam, encontraram em uma alameda escura dois homens, que aparentavam ter uns vinte e poucos anos cada um, ambos baixos, bem vestidos e com os olhos esbugalhados, que pareciam olhar muito além de Eron e seus amigos, e havia um terceiro junto a eles, mas esse era diferente, aparentava ter a mesma idade de porém, tinha uma expressão de preocupação em seu rosto, sempre em alerta. Logo Eron  notou que estava guardando algo para os dois homens, mas assim mesmo os garotos foram pedir informações de onde estavam para os três rapazes estranhos mesmo com um certo receio, então Eron tomou a frente e logo foi perguntando:

- Para onde fica o centro? Nunca viemos para esse lado da cidade.

Antes mesmo de terminar a sua fala o mais novo dentre os três retrucou que estavam indo pro lado errado, bastava voltar pelo mesmo caminho de onde vieram e quando ver um viaduto passar por ele e então a direita atravessar a rodovia, logo em seguida já conseguiriam se achar.

Eron agradeceu pela ajuda e ao virar de costas um dos homens disse com tom mais alto.

- Nós os ajudamos mas vocês não vão sair de graça.

Os garotos se assustaram e com a voz trêmula perguntaram o que queriam deles.

O homem apenas completou que eles deviam comprar algo do que eles vendiam naquele local, já que nada vem de graça para ninguém Eron pensou que naquele momento era mais viável comprar pois na pior das hipóteses poderiam ser assaltados. Os garotos claro que aceitaram e compraram, pensando na própria segurança, logo foram pelo caminho indicado, o tal produto que haviam comprado estava bem embalado em um plástico, tão pequeno, que talvez fora do tamanho da ponta de seus dedos. Bill e os amigos saiam muito e se divertiam porém nunca gostaram de drogas, no entanto a compra que foram obrigados a fazer se tratava de uma papeleta de LSD um composto químico.

Ao perceber o que se tratava a idéia inicial era jogar fora, diferente de seu melhor amigo Jobbs, que tinha alguns pensamentos diferentes e o infernizou por parte do caminho para que experimentassem, pois segundo ele teriam uma experiência totalmente diferente, Eron relutou mas no final aceitou, ficou balançado pelas palavras de seu amigo, e no fim Bruno e Rossi também acabaram aceitando.

Jobbs entusiasmado imediatamente abriu a embalagem e dentro tinha um pequeno papel de forma quadrada, com um desenho colorido abstrato, eles o cortaram em pequenas partes para que todos pudessem usar, colocaram na língua e seguiram andando, Eron começou a sentir algo diferente, sua língua queimava, tinha a forte impressão de que todos o observavam, as cores eram mais vivas e nítidas, o céu se rasgava de um lado noite e o outro dia repetidas vezes, e quando olhou ao seu redor, percebeu  que estava acompanhado de seus amigos, por um breve momento havia esquecido desse detalhe, certamente se não olhasse para o lado teria ficado perdido dos outros e nem perceberia, porém quando avistou Jobbs os seus olhos quase saltavam para fora de seu rosto, igualmente Bruno e Rossi tinham o mesmo olhar e assim perceberam que naquele momento de todas as pessoas no planeta apenas eles se entendiam e conseguiam se comunicar com os mesmos assuntos e por vezes só pelo olhar, eram os quatro contra o mundo.

O grupo precisava descobrir mais sobre o que eles conseguiriam fazer com a droga agindo em suas mentes, seguiram por caminhos alternativos pois já estavam perto de casa e não teria perigo de se perderem novamente, passaram por algumas árvores, e Eron viu do chão brotarem várias flores com tantas cores e beleza que ele jamais tinha visto, meio que instantâneamente subiu um arrepio que vinham de seus pés até a cabeça, ele mal conseguiu ficar de pé, quando de repente sentiu alguém o chamando, ele viu o rosto de Jobbs em sua frente.

- Acorda Eron, acorda!

E ele retomou consciência, por que parecera minutos que estava observando as flores, mas era apenas alguns segundos, e isso o confundia cada vez mais pois já não tinha a noção do tempo. Iniciou-se um forte temporal e tiveram de correr para não se molhar, ao chegar perto de uma rua simples o bairro com pouco iluminação, esperaram embaixo de uma loja a chuva diminuir, por coincidência ou não, de flores que mudavam as cores igual acontecia no campo minutos antes, algo lhe chamou atenção no outdoor onde tinha a frase " Chegou o momento de crescer " e aquilo o deixou pensativo. a chuva ficou ainda mais forte e quase não se podia ver um palmo a sua frente, enquanto esperavam vinha um grande caminhão carregado com produto inflamável, a uma velocidade em que os freios não suportariam segurar sem derrapar na pista molhada, e infelizmente não segurou, motorista tentou mas não foi o suficiente, bem em frente dos amigos ele foi arrastando os carros parados no trânsito quando parou começou a incendiar, como não dava para ver nada por culpa da tempestade três ou quatro carros que estavam logo atrás bateram no caminhão, com uma força tão grande a qual o som ecoou tão forte que foi ensurdecedor , não demorou para o fogo se alastrar e tomar conta de tudo, não conseguiam acreditar que tudo havia acontecido logo ali a frente e tão perto, se perguntavam abismados se era mais um truque de suas mentes ou teria acontecido de verdade, obviamente não teria como ambos imaginar a mesma coisa, então Jobbs sem pensar duas vezes saiu correndo, não se importou com a chuva muito menos com o fogo e o perigo de chegar perto, foi no intuito de ajudar as vítimas do acidente trágico.

_Você é louco isso é muito perigoso!

Esbravejou Eron e antes que pudesse pensar em qualquer reação o caminhão explode jogando Jobbs para trás, desesperados os amigos o viram sendo lançado para longe do fogo com sua roupa já pegando fogo, foi tão brutal, surreal e rápida aquela cena, mas para eles o amigo caíra por uma eternidade, em câmera lenta. Eles correram imediatamente até Jobbs, que por sua vez gritava o mais alto que conseguia com sua dor e desespero que estava sentindo, seu rosto estava queimado, todos os seus cabelos haviam desaparecido e naquele momento vendo todos os seus amigos em choque o seu pensamento era de que, esse seria o seu fim, esse seria o lugar de seu último suspiro, e esse era certamente o momento de dizer Adeus.

_Vocês foram ótimos amigos, foram os que eu merecia, e você Eron, foi quem me mostrou um caminho onde eu poderia ser...

Todos estavam aos prantos, Jobbs estava tossindo e com a voz rouca, ele não conseguiu terminar a sua frase, pois escutaram um som que todos suaram frio, um barulho que vinha rachando e ecoou por uma, duas e na terceira os fez esquecer da chuva por um instante, quando olharam ao redor ouviram o quarto som rachando e uma linha foi cortando o asfalto ao redor deles, Eron ao ver só pode dizer uma coisa - Meu Deus.

E um gigantesco buraco se abriu na pista engolindo-os junto com o que sobrou do caminhão, dos carros em chamas e as vítimas carbonizadas.