Recalculando rotas

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   Sem rumo algum olha ao céu e avista uma estrela se destacando, a  maior e mais brilhante dentre as demais e decide seguir em sua direção.

  Após fugir descalço andou por várias horas até certo momento sentir a necessidade de parar, precisava descansar. Haviam se passado dias desde a chegada neste mundo que por sua vez parecera o inferno, iria completar dezoito anos naquele lugar? Se perguntava incrédulo enquanto procurava um  abrigo para fugir daquele frio congelante e recuperar suas energias.

  O nascer do sol não demoraria a chegar, Eron começa a sentir fome e sede pois o xá que corria em seu corpo estava perdendo a força, a tensão começa o dominar novamente pois não havia esperanças de encontrar alimento naquela terra morta.

  Amanhece e o sol logo da manhã era abrasador, tão forte que a areia esquentava e queimava seus pés, definitivamente  não teria chances de sobreviver ao deserto.

(Eron)_Não é possível! Água!!

   Logo em frente vê um oásis onde poderia descansar e hidratar-se, foi tamanha felicidade que sai correndo agradecendo a Deus. No entanto quanto mais corria maior ficava a distancia, Eron sentia-se frustrado e corria descuidado pois queria chegar logo, acaba por tropeçar e cai com o rosto na areia, levanta-se rápido e ao olhar no horizonte não encontra mais o oásis, tomado pelo desespero começa esbravejar.

(Eron)_Onde está, onde está?

   Se perguntava várias vezes, pobre garoto, era apenas uma alucinação causada pelo sol, uma miragem.

   Eron já estava fraco e alguns passos depois da decepção desmaia, ele estava em um lado ingrime do monte de areia e acaba rolando até um ponto mais baixo.

   Ao acordar horas depois percebe que alguém o resgatou novamente, estava em uma pequena barraca, ao seu lado havia jarro com água, não era das mais limpas mas isso não era empecilho, a bebeu sem pensar duas vezes, tenta se levantar para fugir mas desaba ao chão imediatamente, ainda estava com poucas energias e também seus pés estavam recuperando-se da jornada até ali.

  Eron tende a não confiar mais nos locais, mesmo sendo salvo outras vezes, leva em consideração apenas a primeira experiência que não foi das melhores.

  Ao cair provoca um barulho que chama atenção das pessoas que o salvaram, então entra uma linda jovem, olhos puxados de cabelo escuro e ao perceber Eron no chão logo chama seu pai.

_Me chamo Isaac, você está a salvo agora, não fique assustado.

   O pai da garota o coloca novamente na cama e explica o que aconteceu.

(Isaac)_Você estava desacordado em meio ao deserto, ao passarmos imaginei já estar morto mas a minha filha insistiu para que o ajudasse, se está vivo agradeça a ela.

(Eron)_Entendo.. Sou muito grato mas eu não preciso mais da ajuda de vocês, eu estou muito bem me deixem partir.

  Nem mesmo Eron acreditava nisso, como iria convencer mais alguém ? Isaac e a filha sabiam que seria uma sentença de morte deixá-lo ir.

_Tudo bem você irá, mas nesse estado e sozinho? eu aposto que não duraria meio dia, me deixe cuidar do seu ferimento e coma algo, quando estiver mais forte poderá fazer o que quiser.

  Eron se vê convencido pois realmente não iria durar meio dia sem rumo no deserto, ali acompanhado estaria mais seguro por hora, então decide que aguardaria, ao menos até recuperar-se.
  
   A jovem cuidava carinhosamente de seu ferimento, enquanto ele a observava, era tão bela e seu toque delicado, estava realmente encantado.

  Ainda não havia se apresentado a ela e também não sabia o seu nome porém aquela garota desde a chegada de Eron a esse mundo foi a única que o fez sentir-se verdadeiramente seguro.

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