Uma só família

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Teria se tornado habitual o jovem cavalheiro ter se trancado em seu escritório e passar horas do dia sozinho, em sua maioria para Penelope não era algo incomodo, mas eles eram recém-casados e seus encontros ainda continham certa estranheza, o infortúnio acontecimento no lago os teria pegado de surpresa, ela não imaginava que o veria desnudo e que... Ela teria gostado? – E quando sua felicidade se fez como proteção à fazendo agir com naturalidade em frente ao marido, ao conversarem de forma descontraída e por alguns minutos realmente parecerem próximos... A ruiva viu toda animação ir embora quando ele a deixou sozinha na sala de jantar, pisando fundo até o escritório.

Como ela adivinharia que a rápida mudança de comportamento do marido teria se dado por uma questão familiar, se ele simplesmente se levantou e partiu, sem se importar que ela teria sentido que teria cometido algum erro, mesmo que sem intenção Penelope sabia que, mesmo que levasse tempo para que eles criassem uma relação, seria urgente e necessário estabelecer diálogos, afinal eles poderiam se tornar amigos em primeiro lugar, a relação amorosa e conjugal viria ao decorrer do tempo e ela sabia que precisavam dar o primeiro passo, mesmo sentindo que não sabia como exatamente faria isso se parecia haver um abismo entre eles. Estando mais uma vez sem a companhia do marido, ela decidiu se recolher em seus aposentos e não se apresentar a sala de jantar, quando anoiteceu.

– Penelope não irá me acompanhar? – Ele perguntou para uma criada que saía da sala com uma bandeja em suas mãos.

– Boa noite Milord – Ela se curvou com cuidado – Lady Penelope preferiu se recolher...

– Ela está bem? – Ele se levantou.

– Sim, sim... – Ela reconsiderou – Posso lhe perguntar algo, milord? – A mulher parecia receosa.

– Diga – Ele continuou.

– O senhor tem apresso, pela milady? – Ela soltou as palavras como se estivessem a afogando – Digo... ela é sua esposa, dona desta casa e...

– Aonde quer chegar Miss Lori? – Ele a encarou, estava ofendido e na mesma medida curioso.

– Sinto muito milord, mas minha intromissão nada mais é que cuidado... – A mulher colocou a bandeja em cima da mesa – Fui responsável por cuidar da Milady por anos na França, ela é como uma irmã mais jovem que sinto o dever de proteger...

– Por que diabos deveria protegê-la de mim, o marido dela?

– Porque o senhor parece não notar que a chateou ao deixá-la sozinha e se trancar em seu escritório durante todo o dia... – As palavras dela soavam como pequenas pedras jogadas em uma janela, o som era agudo e atingiam o jovem cavalheiro em cheio. – ..Senhor não me entenda mal... eu..

– Ela se chateou? – Ele tocou a testa.

– Não seria para menos... estão casados e nem ao menos... – A mulher percebeu que teria falado demais.

Colin tinha os olhos saltados, ao ouvir que aquela mulher pequena em sua frente sabia de sua intimidade, ou melhor da falta dela, ele teria ruborizado de vergonha e talvez... raiva.

– Me perdoe milord, não é da minha conta, não tive a intenção... perdão – Ela falava sem parar.

– Ela disse isso a você... É obvio que disse... quem mais diria – Ele constatou.

– Milord não se zangue, ela não tem muito com quem conversar... vocês nem ao menos passam tempo juntos e...

Colin paralisou... Aquilo não era mentira e ele sabia disso, por mais que seus esforços anteriores parecessem grandes passos, ele sabia que não estava indo por um caminho responsivo e que sentia que estavam dando giros em torno do nada. Estava obvio que se ele quisesse cumprir sua promessa, teria de se esforçar mais, teria de ser mais atencioso e quem sabe finalmente daria uma vida agradável a sua esposa, ou ao menos ela seria mais feliz em seus momentos de ausência.

I don't wanna lose control Onde histórias criam vida. Descubra agora