03. Primeiro Contato

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Grunhi ao empurrar a última caixa para dentro do prédio, pensando em como faria e se teria energia para subir as caixas pelas escadas.


Puxei a toalhinha bordada por vovó do bolso e sequei o suor da minha testa, sorrindo em seguida ao admirar meu nome bordado na toalha azul.


— Ah! Que bom que você ainda está aqui, pode me ajudar? — Um homem desceu as escadas apressado e parou a minha frente. — Algumas caixas ficaram do lado de fora do quarto e são muito pesadas para eu conseguir empurrar para dentro, então terão que empurrá-las para mim. Tem alguns livros e minha mesa, não é muito. O contrato falava sobre deixar do lado de dentro do quarto e não no corredor. 


Encarei o homem por um tempo antes de franzir o cenho. — Como assim? 


— Como assim o quê? Estou falando das minhas coisas! — Também franziu o cenho.


Meu celular começou a vibrar em meu bolso e eu fiz um sinal para que ele me desse alguns segundos para atender, o fazendo cruzar os braços acima do peito e me encarar com certa desdém.


— Oi, Yuna! — Sorri fraco e ouvi seu grito animado do outro lado da linha.


— Estou te ligando faz um tempão, preciso de ajuda com as minhas coisas. Sua família já foi embora? Onde você está?


— Sim, eles já foram embora. Estou terminando de subir as caixas para o segundo andar do dormitório. Finalmente recebi o e-mail com o nome. Você também recebeu? — Troquei o peso dos pés com o olhar intenso do homem a minha frente, mas não me deixei intimidar.


— Sim, eu me esqueci o nome mas é um roxo. Notei que todos os dormitórios são de uma cor diferente, parece que vamos morar uns anos nesse vale arco-iris. — Riu e eu a acompanhei.


— Sim. Eu até que gostei, parece bem tranquilo e harmonioso, fui bem cumprimentado na entrada. O meu é da cor laranja, parece que estamos próximos. — Olhei pela janela ao lado da porta, notando um prédio roxo no final da rua. — Estamos mais perto do que antes. Vou termi... — Me interrompi ao que o homem soltou um bufo e puxou o celular da minha mão, desligando a chamada sem aviso e colocando meu aparelho em seu bolso.


— Eu não tenho tempo para as suas conversas privadas em horário de trabalho. Irei levar uma multa se não tirar aquelas caixas do corredor. Estou tentando ser paciente, eu paguei por esse serviço. Pode ser um pouco mais educado e profissional? — Franziu o cenho e ajeitou a jaqueta de couro marrom.


— Você é quem para falar assim comigo? Hum? Devolve a porra do meu celular! Por que caralhos você desligaria a chamada de alguém? — Dei dois passos para frente e estiquei um pouco meu pescoço para cima, já que ele era uns centímetros maior do que eu.


— Eu te devolvo depois que você cumprir o seu dever. — Apontou para as caixas ao meu lado.


— E o que você tem a ver com as minhas coisas? O que é? É um maníaco por organização ou o quê? E o que eu tenho a ver com as suas coisas? Eu não estou nem aí para a sua multa ou sei lá! — Tentei puxar a jaqueta dele, para pegar o aparelho que ele havia colocado no bolso de dentro.


— A sua empresa fechou um contrato com a minha mãe, e nele está que tem que deixar as caixas dentro do meu novo quarto. Não vou pagar uma multa no meu primeiro dia aqui. — Se inclinou contra mim, tentando me intimidar, mas eu apenas me mative no lugar, o encarando de volta.


— Minha empresa? Que empresa? Eu sou apenas um estudante! — O analisei de cima a baixo. — Você é quem? Um modelo? Por que está vestido assim?


— Ué, como assim? — Deu uma boa analisada nas próprias roupas e franziu o cenho. — Há algo de errado com as minhas roupas? — Entortou a boca. — Não pode falar da minha jaqueta e botas se está vestido que nem uma jardineira.


— É porquê essa peça se chama jardineira. Na verdade, macacão jeans, é como se chama. — Dei de ombros.


— O que? Eu não ligo para a porcaria da sua roupa, quero que apenas faça o que eu mandei!


Respirei fundo, tentando entender o que estava acontecendo. — Acho que me confundiu com um funcionário ou sei lá. Eu não sou de nenhuma empresa, sou um estudante.


— Então por que está carregando caixas com essas roupas e essa toalhinha aí? — Apontou para a toalha bordada em minha mão e eu a coloquei rapidamente dentro do bolso do macacão.


— Você não é o único estudante se mudando para o campus hoje. Estou levando as minhas próprias caixas, com as minhas próprias roupas lá para o meu novo quarto. Antes de falar das minhas roupas, por favor, tente parecer mais discreto, não tente se parecer com um bad boy  ou um mafioso. — Revirei os olhos e peguei uma das caixas com dificuldade. — Você não está no quarto mil e sessenta... Está?


— Estou no quarto mil e cinquenta e nove. — Murmurou, parecendo confuso ou perplexo.


— Ainda bem! — Sussurrei e forcei um sorriso. — Nunca mais fale assim com ninguém, nem que você esteja pagando. Seja um pouco decente. Se me dá licença... — O empurrei de leve com a caixa e fiz meu caminho para as escadas.



...

 

Heey,

Que bela forma de conhecer o amor da sua vida... 💚 haha

Minhas expectativas estão altas com essa fic... Me ajudem para que eu não fique frustrada hahah meu objetivo é fazer ela ter mais impacto que TBP ;)

+10 comentários? ;)

Intense And Chaotic | Versão Hyunho | EnemiesToLovers ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora