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Às grades foram abertas automaticamente, e o carro percorreu a pequena estrada até chegar em frente a casa. O olhar da mais nova varreu toda estrutura daquele casarão. Era um lugar sombrio e sem vida, preto e cinza podiam ser um bom termo. A casa misteriosa se ergue como um castelo antigo, de três andares, no meio de uma floresta sombria. Suas paredes são de pedra escura e gastas pelo tempo, cobertas por trepadeiras retorcidas que parecem rastejar como dedos esqueléticos. As janelas são altas e estreitas, com vitrais quebrados que filtram uma luz esverdeada e fantasmagórica. Algumas das janelas ainda mantêm antigas cortinas de veludo, agora desbotadas e rasgadas, que balançam lentamente, mesmo sem vento, como se a própria casa respirasse. Jisoo sentiu calafrios que a arrepiaram da cabeça aos pés ao olhar para as vidraças das janelas com mais atenção. Ela se perguntava quem mais morava na casa, já que visualizou perfeitamente uma silhueta em uma das janelas do terceiro andar.

Ao mesmo tempo que parecia um lugar abandonado, também parecia ser habitada.

Jennie saiu do carro e abriu a porta para Kim, esta que notou o semblante sério da mulher que agora retirava às malas do automóvel. Jennie subiu a escadaria parando no meio dela, e por cima do ombro, olhou Jisoo que se encontrava avoada perto do carro.

— Preciso trazê-la para dentro, Kim? — Jisoo entendeu o recado e rapidamente subiu os degraus. As duas portas foram abertas e ambas entraram.

O interior do castelo é uma mistura de grandeza e decadência, refletindo um passado glorioso que agora é envolto em mistério e abandono. Ao entrar, a jovem garota se depara com um amplo hall de entrada, onde o piso de pedras frias é coberto por um tapete empoeirado e desbotado.

As paredes são adornadas com tapeçarias antigas que retratam cenas de batalhas e celebrações, mas agora estão desbotadas e rasgadas. O olhar da mais nova subiu aos lustres de cristal que pendem do teto alto, alguns quebrados, deixando apenas fragmentos de luz refletirem nas sombras. O ar era pesado e carregado de um cheiro de mofo e madeira envelhecida que claramente incomodava Jisoo.

O interior da casa é um labirinto de corredores escuros e estreitos, repletos de móveis antigos cobertos de poeira, que parecem ter sido abandonados há décadas. Claramente ninguém morava naquela casa, o que deixava Jisoo aflita.

— Vamos, vou mostrar seu quarto.

Jisoo acompanhou Ruby, esta que subia com suas malas pela escada que levava ao andar superior. Enquanto subiam, seus passos nos degraus da escada de madeira, rangia e ecoavam pelo vazio, e o ar continuava pesado, com aquele cheiro forte de mofo, e agora também, um leve toque de incenso antigo.

Os tetos são altos, mas a sensação de claustrofobia permanece. Há espelhos manchados nas paredes, refletindo sombras que não parecem estar lá. Nos cantos, velhas estátuas de figuras enigmáticas observam silenciosamente, Jisoo teve que simplesmente manter seu foco no chão, não conseguia encarar aquelas estátuas que a faziam estremecer.

O terceiro andar é o mais inquietante, com janelas que se abrem para um céu sempre nublado. De lá, é possível ver uma torre parcialmente desmoronada, coberta de musgo, que se ergue ainda mais alto, como se quisesse tocar as nuvens.

O silêncio é opressor, quebrado apenas por ocasionais sussurros indistintos e pelo som de gotas que caem de algum lugar desconhecido. A casa parece ter uma alma própria, e é como se ela observasse cada passo que as duas mulheres davam. À medida que elas avançam, os corredores longos se estendem, com portas pesadas de madeira esculpida, algumas entreabertas, revelando vislumbres de quartos em desordem, com móveis cobertos por lençóis brancos que parecem fantasmas à luz fraca que entra pelas janelas quebradas.

Jennie parou em frente a uma das portas que se encontrava quase ao final do corredor. Ela colocou as três malas no chão e abriu as duas portas dando espaço para Jisoo adentrar no cômodo.

Jisoo obedeceu, sendo a primeira entrar, e com isso, veio a necessidade de que lágrimas se apossasse dela. O grande quarto exibe móveis imponentes e ornamentados. No centro, uma enorme cama de dossel é o destaque, feita de carvalho escuro e ricamente entalhada, com cabeceira esculpida em formas intrincadas de flores e folhas. As cortinas de veludo vermelho escuro, agora desbotadas e emaranhadas, caem pesadamente ao redor da cama, quase escondendo o interior.

Ao lado da cama, uma mesa de cabeceira de madeira maciça exibe um castiçal de bronze, cujas velas se consumiram até o toco. A superfície da mesa está manchada e coberta de poeira, refletindo a falta de cuidado que o quarto sofreu ao longo dos anos. Em uma das paredes, uma escrivaninha robusta, também de carvalho, está empilhada com pergaminhos amarelados e uma pena antiga, como se um antigo proprietário tivesse interrompido um trabalho importante.

O olhar de Jisoo desceu para o baú de tesouro, adornado com ferragens desgastadas, repousando aos pés da cama, sugerindo que pode conter segredos há muito esquecidos. Nas paredes, prateleiras de madeira escura abrigam alguns livros antigos, suas capas em couro desbotadas e espessas camadas de poeira cobrindo-as, como se aguardassem um leitor que nunca voltará.

Em um canto, uma cadeira de braços estofada em tecido opulento, mas desgastado, é convidativa, porém, o assento afundado dá a impressão de que muitos já se sentaram ali, esperando pela companhia de um espírito. O piso de tábuas de madeira, rangendo sob os pés, está coberto por um tapete oriental em tons de vermelho e ouro, que, apesar do desgaste, ainda revela um esplendor sutil. O ambiente, carregado de móveis imponentes e histórias não contadas, cria uma sensação de melancolia e mistério, como se os ecos do passado ainda habitassem o espaço.

— Não se preocupe, em um instante estará limpo para seu uso. — Jisoo foi interrompida de seus pensamentos com a voz de Jennie. Ela a observava com um sorriso malicioso, este que que a mais nova não sabia distinguir.

Kim notou apenas agora a escassa iluminação, com apenas algumas velas queimando em suportes de parede enferrujados, lançando sombras que dançam nas superfícies.

Ela andou até o canto do cômodo, havia umas estantes com livros antigos, seus lombares estavam empoeirados e desgastados, como se há muito tempo ninguém os abrisse. Era assim que todas essas coisas se encontravam, totalmente abandonadas e descuidadas.

— Venha, vou lhe mostrar os lugares que você poderá frequentar nesta casa.

E assim, Jisoo conheceu uns cômodos a mais que tinha permissão de andar. Assim como o que havia visto antes, o resto era da mesma forma, totalmente desgastado e mal cuidado. Isso era assustador.

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⏰ Última atualização: Oct 16 ⏰

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۵˙ 𝐅𝐎𝐈 𝐀𝐌𝐎𝐑 | JenSooOnde histórias criam vida. Descubra agora