Bem calminho | 1/3 |

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Oi voltei

Cês foram todos tão amorosos que me empolgaram mesmo pra fazer cena extra <3 Espero que também gostem!

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Ramiro despertou grunhindo. Toda a adrenalina e prazer que o havia segurado pareciam tê-lo abandonado ao longo da noite de sono, e agora, ao acordar, só restava a maldita e persistente dor. Kelvin acordou ouvindo o resmungo, o homem tentou se mexer na cama, mas o lado do quadril estava latejando só de tentar girar um pouco. Kelvin tirou a perna de cima dele com cuidado, vendo-o fazer careta, as peles ainda se grudando nos fluidos da noite anterior. Se para Ramiro restava a dor, para Kelvin, restava a consciência lúcida e uma pontada de culpa. Alcançou sua barba com a mão em um toque leve, como se qualquer descuido pudesse machucar.

- Acho melhor a gente voltar lá no médico, né? - Kelvin sugeriu. Ramiro balançou a cabeça, concordando. Outra pontada de culpa. Ele nem sequer relutou desta vez.

Kelvin se levantou, foi buscar o antiinflamatório e o analgésico mais forte e um copo d'água, fazendo-o tomar antes de qualquer coisa. Ajudou-o a se sentar e ficar de pé, e foi levá-lo até o banheiro com seu braço atravessado pelo ombro.

- Pequetito é forte memo! - Ramiro exclamou espantado.

O peão soltou uma risada, porque dessa vez realmente deixou que ele carregasse parte de seu peso. Não estava acostumado a dividir seu peso com ninguém. Kelvin continuou sério. Forçou um rápido sorriso tenso.

O pequeno ainda conseguiu, com Ramiro pendurado, entrar no banheiro chutando seu banco e direcionando para dentro do box. Ajudou-o a se virar e se sentar com cuidado e ligou a pequena ducha, direcionado para escorrer água por suas costas.

- Você tá bem? - Kelvin perguntou preocupado. Escaneava tudo ao seu redor enquanto o molhava.

- Eu tô bão, meu amo. - Ramiro garantiu.

Kelvin soltou um muxoxo, sem poder pôr fé em sua palavra. Ramiro sentia dor, mas não mentiu. Todo aquele cuidado o deixava tão bem. O corpo forte e todo nu ali, com ele, era bonito demais. Aquele corpo ia além do tesão. Era ternura e intimidade.

O pequeno virou-se de costas, respirando fundo, buscando o sabonete no nicho. Voltou se inclinando, ensaboando com cuidado na altura de suas costelas.

- Vamo passar uma pomada também, bem de levin- - a voz de repente estremeceu no final da frase, e Kelvin pigarreou. Continuou. - Massagem com esse inchaço acho que é pior, né? - ainda saiu arranhada, meio embargada na garganta.

Ramiro retirou o sabonete de sua mão e apoiou no nicho da parede, retirou a mangueira de água e a deixou pender do chuveiro. Estendeu as mãos até sua cintura, levantando-o e parando-o um pouco.

- 'Ocê vem cá.

Puxou-o para um abraço de lado, encaixando a coxa entre suas pernas e deitando a cabeça sobre seu peito. Kelvin não tinha tomado noção do quanto estava tenso até sentir o contraste entre seu abraço duro e a delicadeza do toque do amado. O pequeno suspirou. Envolveu os braços em volta de seu pescoço. E no minuto em que deixou os músculos relaxar um pouco, sentiu o rosto esquentar, e as bordas dos olhos se encherem de lágrimas.

- Que que foi, pequetito? - Ramiro disse preocupado. Levantou o rosto para olhar em seus olhos, encaixando o queixo barbado na curva do peito do homem.

- Eu falei que ia cuidar de você e agora 'cê tá assim.

- Mai' eu num tô arrependido não... - trouxe uma das mãos à frente de seu rosto para recolher com uma carícia a lágrima que escorreu dos olhos vermelhos, secando ao deslizar de volta em sua barriga.

A Primeira Vez - KELMIROOnde histórias criam vida. Descubra agora