Quando uma guerra se aproxima

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Marca de Mallowan, Badënburg, 09 de novembro de 1096, 17h40.

~Narrando:

Era a época da primeira cruzada contra os muçulmanos, instituída pela Igreja Católica. Os cristãos estavam empenhados em recuperar a Terra Santa, formosa Jerusalém, das mãos dos islâmicos. Convocavam milhares de pessoas dispostas a lutar pela causa, quer fossem comerciantes, clérigos, nobres sem-terra ou apenas os homens livres que ali estavam.

- Arnold, Héctor, fiquem aqui com uma tropa. Meus homens e eu atravessaremos o rio Ramshill para avançarmos até o Castelo Hellsport. Serão nossa rede de apoio se algo der errado. E Deus queira que não dê errado.

O comandante atiça o cavalo para fazê-lo andar, atravessando a larga extensão do rio Ramshill. Eles estavam na Marca de Mallowan, a fronteira mais importante e protegida do Reino do Sul, Badënburg. Quem conseguisse passar por ali com tropas, teria passe livre para chegar à capital do reino, Suderhoffen.

A tropa consegue atravessar o rio com munições, armamentos e cavalos, além das tendas. Se posicionaram na entrada do Bosque de Deathmark, o sombrio e perigoso bosque enfestado de soldados do reino de Badënburg, a 2 km do castelo. Os homens levantam acampamento, e o comandante manda um grupo fazer o reconhecimento da área. Precisavam ficar atentos, caso o contrário, muitas mortes poderiam ser ocasionadas.

- Príncipe, o grupo de batedores voltou – Romeu, o subcomandante da tropa, avisa ao seu chefe.

O rapaz estava observando o castelo imponente na montanha, e respira fundo ao estreitar os olhos para o pôr do sol já eminente.

- Muito bem... vamos ver o que nos aguarda.

Ao chegar em sua tenda, sentou-se em seu trono numa postura confiante e amedrontadora. Os seus servidores fizeram reverência, ajoelhados perante ele.

- O que encontraram por aquelas bandas.

- O bosque é denso, alteza. Vai ser difícil passar com os homens por lá – um deles inicia.

- Além disso, há postos de soldados por todos os lados. Conseguimos chegar perto de alguns sem sermos percebidos, mas confesso que foi difícil se esgueirar por ali. Por isso deixamos os cavalos mais no início da trilha.

- Eles já sabem que estamos aqui – o príncipe atesta, coçando o queixo – Quantos eram?

- Umas centenas. Chuto 200 homens.

O jovem príncipe parece pensar.

- Alex? No que está pensando?

- Em como passar pelo bosque sem desgrudar a cabeça do corpo.

Alex Markwart, o príncipe herdeiro, continua a pensar. "De que reino?", deve ser sua pergunta.

Winterreich, o "Reino do Inverno", ou "Reino Gelado", ou também "Reino Sombrio", é o mais forte e proeminente reino dessa terra chamada Alemanha. O reino fica na parte norte do país, sendo rodeado de montanhas. Um inverno rigoroso e um verão tão forte quanto são suas características climáticas. O Reino de Winterreich era governado pelos Markwart, uma dinastia de guerreiros implacáveis cujo espírito da guerra estava presente desde nascença. Eram bons com metais e faziam armas excelentes, talvez as mais perigosas. Eram tão fortes quanto uma fortaleza, significado de seu nome, e nada os abalou desde que assumiram o trono, 318 anos atrás, quando tomaram o poder da primeira dinastia real: os Schneider, em 778 d.C.

O atual rei se chama Mauritius, um homem sábio, sensato e de grande habilidade diplomática. Também é um exímio guerreiro e estrategista, que conquistou cidades importantes aos arredores e expandiu seu território para além-mar, dominando as ilhas de Altgrove, Heartsdorf, Grandview e Hartwald. Bem-sucedido na governança, tinha essa mesma sorte com sua família; sua esposa, Laura, era sua amada e tinha lhe dado 5 filhos saudáveis e fortes. Alex, Alice, Ian, Vincent e Heloise. 

Entre dois Reinos ⚔️Onde histórias criam vida. Descubra agora