True moon

Capítulo 6

Enquanto Kong dormia, sentei-me calmamente na sala, elaborando um projeto para apresentar aos meus amigos amanhã. Mas depois de várias horas, Kong ainda não tinha acordado. Quando o verifiquei em meu quarto, o vi dormindo pacificamente como um bebê. Deixei meu caderno na cabeceira e desci para pegar algo para comer.

"Como está o senhor Kong?" A babá Thim perguntou quando entrei na cozinha.

"Ele está com frio. O que temos para o jantar?" Me aproximei e abracei sua cintura macia. A babá Thim foi como uma segunda mãe para mim. Ela me criou desde que eu era pequeno e sabia exatamente o que eu gostava e o que não gostava.

"Mesmo nesta idade, você ainda precisa dos meus mimos?" Babá Thim disse, acariciando minha cabeça.

"Bem, não há mais ninguém para me mimar", respondi. A babá Thim apenas sorriu calorosamente para mim, e isso foi o suficiente para me deixar contente.

"Oh, meu querido Pat... Esta noite temos lulas recheadas salteadas com alho, camarões agridoces, ovo frito com acácia trepadeira e pasta de camarão, caril de caranguejo, uma sopa clara de algas com carne de porco, e para sobremesa, seu favorito, bua loi'⁵ com ovo doce. Todos os seus favoritos."

◉ Uma sobremesa tailandesa consiste em farinha de arroz enrolada em bolinhas e cozida em leite de coco, açúcar e um ovo doce opcional.

Só de ouvir o cardápio já fiquei babando. Devorei o jantar, quase tirando todos os pratos. Não foi gula; meu corpo tem um metabolismo rápido, e eu costumava ser um nadador competitivo. Quando eu estava na seleção nacional, eu conseguia fazer até sete refeições por dia por causa da energia que queimava nadando. E pela parte de Kong, eu já havia reservado um pouco para ele.

Eram quase seis horas, então ele já devia estar morrendo de fome. Depois que fiquei satisfeito, voltei para verificar o hóspede não intencional em minha casa. Mas eu me perguntei... como o Kong reagiria ao acordar na minha casa? Eu não tinha pensado nisso.

Eu o trouxe para minha casa sem saber se ele estava consciente. E se Kong acordasse e entrasse em pânico por não encontrar ninguém conhecido? Com esse pensamento, corri para o elevador. Assim que cheguei à porta, entrei no quarto.

A figura proeminente parada na ponta da cama ficou assustada.

Também fiquei surpreso por ele já estar acordado. Seu rosto parecia tão confuso quanto eu imaginava. Percebi que Kong estava segurando meu travesseiro com força, mas assim que percebeu que estava sendo observado, jogou-o de volta na cama descuidadamente e retomou sua expressão severa.

"Quer descer para jantar? Já está preparado", eu disse, cobrindo a boca para esconder o sorriso. Eu tinha acabado de notar o contraste divertido do Kong mal-humorado em um conjunto de pijama de desenho animado que comprei em um parque de diversões no Japão. Isso não foi uma provocação intencional. Não tive muito tempo para escolher, então peguei o que estava disponível.

"Como acabei aqui?" ele perguntou.

"O que você lembra?"

"Você é um pé no saco", Kong resmungou. "Lembro-me de sair da loja de arroz com frango... e só."

Achei que ele provavelmente se lembrava de ter desmaiado e me implorado para não levá-lo ao hospital. É só que alguém como ele não admitiria isso facilmente.

"Que tipo de roupa você me vestiu?" Kong perguntou, olhando para suas calças.

"Pijama", respondi com uma cara inocente.

"Você tirou minha roupa quando eu estava desmaiado?" ele perguntou novamente, sua voz baixa e seus olhos castanhos olhando para mim como se um policial estivesse tentando arrancar a confissão de um criminoso. Eu sorri, tentando cobrir minhas bochechas coradas enquanto a imagem de Kong deitado seminu na minha cama passava pela minha mente.