Capítulo 21

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Depois de desligar o telefone, menti para meus amigos e pedi licença para ir ao restaurante Jo's. Ele me contou que Kong tinha vindo ao bar ontem à noite e pediu muitas bebidas. Ele disse que nunca tinha visto Kong perder a compostura daquele jeito antes. Ele adivinhou que devia ter algo a ver comigo. Jo sabia... embora Kong e eu nunca tivéssemos admitido isso abertamente, porque uma vez ele nos pegou dando uns amassos atrás do bar quando pensávamos que ninguém estava olhando.

Quando cheguei, Jo já estava me esperando, parecendo preocupado e desgastado, em contraste com seu comportamento enérgico habitual. Eu o segui silenciosamente até a sala atrás do bar que era seu escritório e sala de descanso. Ele se virou para mim e disse: "Vou abrir o bar às seis, então não terei tempo de cuidar dele. Você pode levá-lo para casa?"

"Claro", respondi, e Jo abriu a porta de vidro opaco para mim. Examinei a sala até que meu olhar pousou em uma figura esparramada no sofá.

"O que aconteceu com o rosto dele?" Corri para Kong.

Kong estava desmaiado, com o rosto marcado por marcas indesejáveis ​​— a sobrancelha partida, um hematoma no canto da boca. Eu queria tocá-lo, mas me contive.

"Ontem à noite ele veio aqui, não para trabalhar, só para beber. Aí alguns idiotas sabe-se lá de onde vieram em busca de encrenca. Normalmente Kong não se envolve, mas ontem à noite ele simplesmente explodiu. Acabou como você vê, — Jo explicou, com a voz cansada. "Para nossa sorte, havia pessoal suficiente para acabar com isso a tempo. Kong foi atropelado, assim como seus oponentes - dois com braços quebrados e um sem dentes."

Kong lutou com três caras? O medo tomou conta de mim porque se ninguém tivesse intervindo, ele poderia estar em uma situação muito pior.

"Acordei ele para tomar banho e comer ao meio-dia, mas no momento em que me virei, ele estava batendo na mamadeira de novo. E quando comecei a repreendê-lo, ele simplesmente desmaiou em mim. Que pirralho."

Balancei a cabeça, meu olhar fixo na pessoa deitada no sofá, perplexo, antes de começar a ajudá-lo. O cheiro de álcool era tão forte que tive que virar o rosto. Jo veio me ajudar a levantá-lo para o outro lado e logo conseguimos carregá-lo até o carro, apesar de nossas dificuldades.

Despedi-me de Jo, com a intenção de levar Kong de volta ao apartamento dele. Planejei arrumar minhas coisas e cuidar de devolver o quarto que aluguei depois. Porque depois disso, não teríamos mais que lidar um com o outro.

Kong permaneceu dormindo durante todo o trajeto. Várias vezes me peguei olhando involuntariamente para seu rosto, que estava marcado por feridas. A sensação de que ainda o amava me fez perceber que não era nada forte.

Eu me odiei por questionar como pude me apaixonar por alguém assim.

___________

No apartamento.

"Kong, acorde. Estamos em casa."

Fui abrir a porta do carro do lado do passageiro, tentando firmar a voz, mas a figura alta ainda dormia. Os moradores do apartamento que passavam começaram a nos olhar com curiosidade, então eu o tirei do carro. Mesmo que eu não fosse particularmente pequeno ou fraco, carregar alguém mais alto do que eu para fora do assento apertado do carro era incrivelmente difícil. Eu me senti totalmente frustrado e com raiva de mim mesmo. Por que eu me meti nessa situação? Eu poderia estar estudando confortavelmente na cobertura.

Consegui levá-lo para o quarto e, assim que fechei a porta, deixei-o cair no sofá. Eu estava exausto e caí no chão. Não foi tão cansativo assim, mas ver o rosto dele me fez sentir tanta dor que não quis fazer mais nada.

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