5- Não vamos nos apressar

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Capítulo 5

Estava deitada na minha cama relaxando, o fone com uma música calma que me fazia querer dormir. Meus olhos pesavam querendo se fechar, era como se tivesse uma pedra em cima das minhas pálpebras. Me assustei com o celular vibrando e abri os olhos e repentinamente.

Mensagem do senador.

Me sentei na cama, soltei um bocejo e abri a mensagem.

" Wanda, pode falar agora? "

" Posso sim. Está tudo bem? "

" Sim, mas eu gostaria que você fosse até o campo e ficasse de olho em Natasha enquanto ela treina "

Natasha ainda estaria treinando, tão tarde assim? O celular vibrou novamente.

" Pode por favor ficar de olho na Natasha? "

" Posso sim, vou fingir que estou fazendo uma caminhada, ela nem vai suspeitar de nada "

" Obrigado "

Me levantei e abri o armário, tirando uma blusa preta sem nenhuma estampa. Tirei os chinelos confortáveis que eu calçava no pé e os substituí por um tênis próprio para caminhadas e corridas. Penteie o cabelo com a ponta dos dedos e fiz uma trança de maneira apressada. Estava pronta para sair.
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Andei por todo campus em direção ao campo de futebol americano e aos vestiários. O sol já havia se posto, a pouca que luz que tinha era devido os postes de luz, que cai entre nós não iluminavam muita coisa. Enquanto andava, vi dois homens que não pareciam ser estudantes andarem de lá pra cá na cerca fora do campus.

Não consegui ouvir muita coisa da conversa entre eles, mas pude com toda certeza ouvir as palavras "aluna" e "senador" em meio aos cochichos. Natasha estava com o celular na orelha, em ligação com alguém, ela parecia discutir sobre algo com a pessoa do outro lado da linha. Os homens a encararam assim que ela passou perto deles.

Respirei fundo e passei na frente dos homens, ouvindo assobios.

- Uma garota como você não deveria andar sozinha à noite... Quem sabe o que pode acontecer? - um dos homens disse enquanto me encarava. Ele usava uma jaqueta bem parecida com a de Natasha, suas mãos estavam dentro do bolso.

- Vai se fuder. - falei revirando os olhos, os dois pareceram ficar irritados e me cercaram. Não tive medo, tive vontade de rir.

- Wanda? - pude ouvir a voz de Natasha, ela estava encarando a cena com um olhar preocupado. Agora não. Os homens encararam ela, e deram olhares cúmplices.

Natasha correu até mim e agarrou minha mão correndo de volta até a escola. Pude sentir um dos homens tentar me agarrar, porém a única coisa que ele fez foi me arranhar, abrindo uma pequena ferida na minha cintura.

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- Não devia ter feito isso. - falei enquanto a ruiva colocava um curativo na minha cintura.

- Queria que eu te deixasse sozinha com dois homens no meio da noite? Nem pensar!

- Eu ia ficar bem! - a risada gentil dela era estranhamente encantadora e cativante ao mesmo tempo, os olhos dela enrugados na ponta, enquanto ela abre um sorriso com seus lindos dentes brancos,sorri também.

- Eu sei que ia, mas prefiro não me arriscar.

- Sabe, foi bem corajoso da sua parte entrar no meio de dois caras e me tirar de lá. Mesmo eu sendo só uma estranha.

- A gente podia mudar isso...

- O que?

- Nada. Está ficando tarde posso te acompanhar até seu dormitório? - confirmei com a cabeça, em seguida caminhamos juntas até a porta dos vestiários. Senti o vento frio e gelado bater no meus braços, tremi um pouco, Natasha me encarou.

Em seguida ela tirou a jaqueta e colocou nos meus ombros, tipo aquelas cenas de filmes românticos clichês. Sorri pra ela, ela sorriu de volta. Se esse fosse um filme clichê, seria o momento em que nós nos beijariamos. Mas adivinha? Isso não é filme.

- Vamos? - ela perguntou enquanto me encarava.

- Vamos. - falei, em seguida pegando a mão dela, caminhamos juntas até a porta do meu dormitório.

- Boa noite Wanda. - ela falou enquanto eu procurava a chave no bolso da calça de moletom.

- Boa noite Natasha. - respondi enquanto abria a porta.

- É só Nat.

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No dia seguinte Natasha veio me buscar na porta do meu dormitório pra irmos juntas pra aula, estávamos jogando conversa fora quando ela derrepente solta.

- Talvez isso soe apressado ou até mesmo emocionado mas... Quer sair pra jantar comigo hoje?

Parei de andar e congelei no meio do corredor, quis dizer um SIM! Desesperado. Porém voltei a andar e coloquei as mãos no bolso da calça de maneira descontraída.

- Olha Natasha...

- Nat. - ela corrigiu.

- Olha Nat, não acha que estamos nos apressando muito? Vamos esperar mais um pouco...

- Ah... Sim, é claro... Foi uma ideia meio idiota.

- Vamos continuar nós conhecemos pra sermos mais amigas. - percebi o quanto aquelas palavras impactaram a ruiva.

- Amigas. - ela repetiu com um sorriso forçado estampado no rosto. - Claro, por que é isso que somos! Amigas! - a ruiva falou sorrindo.

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Enquanto descansava no meu quarto em vez de estar no refeitório almoçando, alguém bateu na porta. Fechei o livro que estava lendo e me levantei. Bucky estava do outro lado da porta, olhos cerrados e braços cruzados. Assim que eu abri a porta ele entrou, sem nem ao menos esperar convidá-lo pra entrar.

- Dá pra me dizer o que você fez com a Nat?

- O que? Do que você está falando?

- Não se faça de idiota Maximoff! - ele falou enquanto apontava o dedo na minha cara. Recuei um passo pra trás. - Eu entrei no quarto e ela estava tocando umas músicas tristes naquela porcaria de violão dela. E deve ter dito seu nome umas três vezes!

- Ela me convidou pra jantar e eu recusei! - expliquei enquanto olhava ele. Bucky desfez a postura tensa e me encarou.

- Não vou lidar com a comédia romântica de vocês, conversa com ela e conserta isso. - ele disse, em seguida saindo do quarto.

- Espera o que você quer que... - antes que eu pudesse terminar a frase Bucky fechou a porta na minha cara. - Mais que arrombado... - susurrei brava. Antes que pudesse pensar em qualquer outra coisa, meu celular vibrou no bolso.

Nick Fury. Era só o que me faltava.

" Wanda me encontre no escritório, temos uma nova estratégia a ser desenvolvida e conversada."

" estarei aí em menos de uma hora. "

" Assim espero "

Me desculpe, Bucky, mas minha conversa com Natasha vai ficar pra depois.

Operação: Quaterback. (Wantasha) Onde histórias criam vida. Descubra agora