Notas do autor: Este capítulo abre com um flashback (em itálico).
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Os passos nas escadas podem ser silenciosos, mas Harry os ouve mesmo assim. Ele está ciente de cada rangido e gemido da Toca ao seu redor. Ele costumava se sentir seguro aqui. Agora ele não se sente seguro em lugar nenhum. Ele sabe que provavelmente é apenas um dos Weasleys, ou um de seus incontáveis convidados, mas seus dedos envolvem sua varinha de qualquer maneira.
"Feliz aniversário, Harry."
Essa voz faz seus ombros relaxarem (embora ele não abandone o controle de sua varinha). "Obrigado."
Há muitos lugares disponíveis na sala, mas Charlie se senta ao lado dele no sofá. "Ótima hora para um casamento, hein?" Harry apenas encolhe os ombros em resposta, mas Charlie não desiste. "E um dia antes do seu décimo sétimo. Pft! Bill é um idiota, só pensando em si mesmo."
É óbvio que ele está brincando e Harry não consegue evitar a maneira como seu rosto responde automaticamente com um sorriso. Charlie percebe e o cutuca, o que só faz o sorriso de Harry crescer ainda mais.
"Não me importo de compartilhar meu aniversário", ele finalmente responde.
"Véspera de aniversário," Charlie corrige, e os dois riem. Então ele pega a mão de Harry e desenrola com força os dedos da madeira de azevinho. "Você não gostaria de quebrá-lo acidentalmente ao meio."
Harry empalidece só de pensar. "Só imaginar a vida sem minha varinha é horrível."
"Você sempre pode conseguir um novo."
"Claro, mas todo mundo diz que nunca são iguais ao primeiro."
"Eh, salvar-se para o seu único par verdadeiro é superestimado." A boca de Harry se abre com o duplo sentido, as bochechas ficando rosadas com a implicação. Seu rubor só aumenta quando Charlie pisca para ele.
Com pena, Charlie apenas o faz ficar sentado ali por mais um momento antes de oferecer uma distração. Ele pega a varinha de Harry e faz um movimento simples. Um cachecol meio tricotado do encosto da cadeira preferida de sua mãe flutua em direção à sua mão estendida.
"Ver?" ele diz. "Você pode fazer mágica com qualquer varinha. Às vezes, sua magia pode não ser tão fluida, mas você ainda pode fazer o trabalho. E eu sei que o Senhor Olivaras diz que a varinha escolhe o bruxo, mas ele nunca disse que apenas uma varinha pode escolher um bruxo. Ganhei uma varinha nova quando me formei e ela me tratou bem todos esses anos. Dei minha primeira varinha para Ronnie quando ele começou a estudar. É verdade que ele tirou a foto no ano seguinte fazendo, ah, o que foi mesmo? Voar com o carro do nosso pai até o Salgueiro Lutador?"
Esquecido do constrangimento, Harry sorri com a lembrança (o tempo diminuiu o perigo da situação). O sorriso também pode ser um pouco pela sensação de ver Charlie usando sua varinha, mas ninguém precisa saber disso, exceto ele.
"Vocês sempre parecem se meter em problemas. Eu deveria ter sabido no final do seu primeiro ano, quando você me escreveu dizendo que tinha um bebê dragão que precisava ser coletado, que nada em suas vidas seria normal. Só espero que seu último ano em Hogwarts seja menos agitado do que os últimos seis."
Harry prometeu a si mesmo que não contaria seu plano a mais ninguém, mas não pode manter isso em segredo. Não de Charlie. "Eu não vou voltar."
"O que você quer dizer?"
"Eu tenho um trabalho a fazer. Eu tenho que encontrar uma maneira de acabar com isso; todas as lutas, todo o ódio, toda a violência. Termina comigo."
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Meio Homem
FanfictionHarry acorda de uma lesão horrível no trabalho, sem se lembrar do que aconteceu. Embora ansioso para começar sua recuperação, ele descobre que é um longo caminho para se sentir você mesmo novamente. E é ainda mais difícil quando ele não consegue lem...