Todo novo começo vem do fim de algum outro começo

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Notas do tradutor: Este capítulo abre em um Flashback

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Harry cantarola contente enquanto estica seu corpo aquecido pelo sol. A transição entre o sono e suas memórias costumava ser chocante, deixando-o cambaleando e confuso e tentando desesperadamente recuperar o atraso. Agora, seja devido à frequência deles ou talvez pelo fato de ele finalmente ter reunido o suficiente de seu passado, Harry aprendeu a reter seus próprios pensamentos junto com os pensamentos e sentimentos de seu passado.

A Toca é o cenário de muitos de seus sonhos - o que não é surpresa, já que ele passou o máximo de tempo possível lá - e é onde ele se encontra novamente. Ele está do lado de fora (também um ambiente comum, que o Curandeiro Graves explicou que provavelmente foi devido a ter sido trancado em um armário quando criança), deitado sob uma velha macieira. Ele presume que a árvore forneceu sombra no início de sua soneca, mas agora ele está ao sol. Um ratinho cinza passa correndo no momento em que Harry se senta e por um momento ele espera que Edwiges desça de seu poleiro na árvore e o pegue inteiro. Só quando o rato sai são e salvo é que ele olha para cima e não encontra nenhuma coruja nevada acima dele.

Oh. Isso foi depois da guerra, então.

Deve ser todo o tempo gasto no Corujal enviando correspondência para Charlie que faz Harry pensar nela agora, mesmo em seus sonhos. Edwiges era especial. Não apenas porque ela era um presente altruísta dado a ele por um meio gigante altruísta; não apenas porque ela foi a primeira coisa mágica que ele possuiu depois da varinha; e não apenas porque ela era a única coisa que o mantinha são na casa dos Dursley antes do início das aulas. Edwiges era realmente sua amiga. Ela agia mais como um cachorro faria, ficando ao seu lado sempre que possível, ouvindo suas angústias, implorando por guloseimas. Ela era inteligente e leal e Harry sente falta dela todos os dias.

"Você geralmente não parece tão mal-humorado depois de uma soneca", Charlie brinca enquanto ele se aproxima da árvore. Ele não obtém resposta, então oferece a mão para ajudar Harry a se levantar.

Uma vez de pé, Harry passa os braços em volta do peito de Charlie, praticamente esfregando seu rosto nele. "Só estou pensando em Edwiges."

"Sim?" Charlie sabe que este é um grande passo. Harry nem conseguia dizer o nome dela, então ele toma cuidado para não pressionar.

"Sim", é tudo o que ele diz, embora ele segure um pouco mais forte.

Charlie esfrega suas costas e deixa Harry ter o conforto que precisa agora. "Você já pensou em treinar corujas? Eu sei que é preciso muita magia, mas você é mais do que capaz disso.

"Não posso. Você sabe que não tenho tempo."

"Você tem tempo para tirar uma soneca lá fora."

"É meu único dia de folga do trabalho."

"Então saia dos aurores."

A cabeça de Harry cai para trás com tanta força que ele fica surpreso por não ter se machucado. Ele espera ver Charlie parecer arrependido, mas só vê um desafio naqueles olhos azuis claros. "Já falamos sobre isso."

"Não significa que eu goste."

Harry se afasta e praticamente grita: "Essa é a questão das decisões que outras pessoas tomam por si mesmas; você não precisa gostar deles!" Ele poderia arrancar os cabelos de tão frustrado com essa fixação estúpida que todo mundo tem em controlar sua vida. Ele ri quase histericamente da situação. "Eu salvo o mundo e ainda assim as pessoas pensam que podem me dizer o que fazer."

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