Prologue

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Ok, vamos lá, eu não sei como começar a narrar minha vida, é algo totalmente diferente pra mim, me sinto como se estivesse em um filme americano que passava as tardes no canal de rede aberta da minha infância. Me desculpem se eu for péssimo com isso, mas prometo que com a prática vou melhorar.

Bom, vamos começar com o início (?).

O motivo pelo qual estou aqui numa tentativa falha de narrar sobre mim, é unicamente a pessoa que eu mais detesto. E acredite, fui criando em um lar muito amoroso e feliz, meus pais me deram uma educação severa, mesmo que bondosa para me tornar um homem gentil e honrado, então detestar alguém nunca foi pauta em casa, e acreditem também que sou um homem paciente, mas ainda assim cheguei a essa fatídica situação onde outro alguém me desperta sentimentos tão ruins ao ponto de detesta-lo.

O pior? Meus pais o amam.

Jung Wooyoung é o nome da pessoa que consegue arrancar o pior de mim.

E quando eu digo o pior de mim, não estou sendo exagerado, por mais que eu goste muito de um drama, estou dizendo a verdade. Sou jogador de hóquei, sei diferenciar muito bem esse sentimento da minha raiva esportiva, a qual apelidei assim, onde solto algumas frustrações da semana nos jogos do campeonato, somando com as provocações dos jogadores adversários e a pressão de um jogo, com o capitão e o treinador gritando em meus ouvidos. Nada se compara a raiva que sinto desse garoto.

O motivo de tudo isso?

Nem eu mesmo sei explicar, eu apenas não suporto estar perto dele, de ouvir sua voz, principalmente sua risada. Ele e aquele jeito prepotente e desrespeitoso me incomodam, a felicidade que ele carrega me dá ânsia. É algo tão forte, tão enraizado em mim, que preocupa até mesmo nossas famílias, que por ironia do destino são amigas de longa data, desde que nossos pais serviram juntos no exército.

Vocês podem achar que estou pegando pesado quando digo que o odeio, mas isso não é um sentimento unilateral, é totalmente recíproco desde quando éramos crianças. Acho que é a única coisa que temos em comum, esse desgosto pela companhia um do outro. E ele não é inocente, sempre me provocando e me prejudicando em todas as possibilidades que tem.

Mas como se não bastasse ter que aguentá-lo algumas vezes por ano em alguns eventos familiares, hoje frequentamos a mesma universidade, com quase o mesmo círculo de amigos. E como tudo pode piorar, somos vizinhos de porta.

Eu não sei como e quando nossos pais acharam que essa seria a melhor ideia, com a desculpa de que estaríamos em uma cidade diferente, sem alguém que conhecemos por perto, e que nosso histórico de inimizade poderia ser totalmente ignorado em casos de emergência. Claro, com toda certeza.

Mas explicando por alto nossa situação, resumindo de forma bem porca e sem detalhes, vamos para o que de fato está acontecendo agora.

Enquanto eu narrava isso tudo para vocês, o outro citado estava beijando Mikyung.

Minha ex-namorada. 

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