All About You - WooSan

Vunerable

Wooyoung acreditava que já havia sentido todos os sentimentos já existentes: adrenalina, amor, medo, insegurança, felicidade, luto, tristeza, depressão, ansiedade, tesão. Mas nada, nenhuma experiência de sua vida o preparou para o que estava sentindo naquele momento. Ele era uma mistura intensa de tudo aquilo que nem imaginou, nem seus melhores sonhos se comparavam com a realidade dos lábios de Choi San nos seus.

Não fazia ideia de quanto tempo estavam ali, pouco se importando com isso e com a possibilidade de alguém pegá-los daquela forma, a única coisa que merecia sua atenção e sua euforia era como as mãos de San pairavam perfeitamente em sua cintura, o cheiro de seu perfume que não cedeu à quantidade de álcool ingerida pelo jogador, a maciez daquela pele quente na palma de sua mão que segurava a nuca dele, como seus lábios pareciam ter sido feitos para se encaixarem e como suas línguas se entrelaçavam em um ritmo lento e sedento.

Jung Wooyoung estava beijando seu amor de infância.

Para ele, ficariam ali para sempre, pois não estava pronto para a rejeição, mesmo que tenha sido o outro que o puxou para si, grudando não só suas bocas, como cada partícula de seus corpos que pudessem tocar. E por mais que estivessem tão mergulhados naquela imensidão de sentimentos e descobertas, o ósculo não deixou de ter seu toque inocente, era como um ato genuíno, já que estavam deixando seus corações tomarem conta de seus seres pela primeira vez, sendo vulneráveis, expondo suas vontades e seus desejos um pelo outro como nunca haviam feito antes.

E ele também não imaginava que se entregar a alguém que ama fosse daquela forma, já que nunca tinha acontecido, bom... até agora.

Ele nem ao menos tentava comparar aquilo com os outros caras e até mesmo as garotas que ficou, porque nada nunca se compararia a San, mesmo que no pós ele diga que foi um erro e que nunca mais aconteceria, nada o tiraria do limbo e o levaria aos céus daquela forma. Porque San significa isso para ele, o limbo da rejeição e incompetência, e o céu do amor e da esperança.

Como sempre, sua devoção involuntária fez com que sua vulnerabilidade fosse exposta, mas nunca se importou de ser vulnerável com ele. Mesmo que se machucassem de propósito, a vulnerabilidade sempre esteve lá embora não gostassem, e ali, no meio daquele corredor que já presenciou inúmeras discussões, Wooyoung estava sendo seu eu mais vulnerável, só que dessa vez nos braços daquele que, se quisesse, teria tudo de si.

Suas respirações estavam pesadas pela dificuldade de receber ar, mas evitavam ao máximo a separação de seus lábios, mesmo que fosse necessário. Nenhum dos dois queria o fim, porque o medo se fazia presente, mesmo que estivessem imersos um no outro, aproveitando cada milésimo de segundo que se permitiram viver sem pensar no pós, sem pensar no que já aconteceu, no que sentem, no que fariam.

San nunca foi tão verdadeiro consigo e com o outro quanto naquele momento, estava sendo tão ele, tão sincero, tão entregue, sentindo tudo aquilo que ele sempre leu em livros ou assistiu em filmes, desiludido, acreditando que coisas como aquela – a conexão, o anseio pelo toque, os nervos à flor da pele, o calor, o arrepio, o encaixe perfeito – fossem coisas inventadas. Não que ele não tenha sentido antes com outras pessoas, mas todos os sentimentos juntos, somados com a sensação flutuante em sua barriga e com seu coração palpitando, era a primeira vez.

Infelizmente eu não consigo narrar a intensidade do que ambos sentiam, mas prometo a vocês que não é algo comum, não é algo que eles conseguem em qualquer lugar, é um brando desconhecido, que os arrepiava até a alma como correr no escuro, perdidos, mas não perdidos no que fariam, perdidos completa, ansiosa e cegamente um no outro, não querendo ser encontrados.