cap 1: Se Esbarrando

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São Paulo, abril de 2037.
02:41 a.m

> Clarisse

- Traz o carrinho de parada agora! Esse homem está morrendo! Carrega duzentos. Afasta!
Anda, acorda, você consegue...
Carrega trezentos!
Afasta!

- Ele está acordando doutora. - Disse a enfermeira ao lado.

- Ótimo! Eu quero uma sala de cirurgia agora. Qual o nome dele?

- Tomas Braga, 42 anos.

- Ok, Calma senhor, o senhor está no Health Center - São Paulo, hoje é 8 de abril de 2037 e você sofreu um acidente de carro. - Diz a Médica.
- Estamos cuidando de você, mas você está com ferimentos graves e uma grande hemorragia interna, vamos prepará-lo para a cirurgia e informaremos sua família ok? Vai ficar tudo bem. - Clarisse sai da emergência do hospital e vai trocar de roupa, ela estava completamente suja de sangue.

Após uns minutos, ela vai até a sala de cirurgia e começa os procedimentos.

- Vamos lá pessoal, vamos salvar vidas.

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Após a longa cirurgia, Clarisse está à caminho do refeitório do hospital para pegar um café quando seu telefone toca. Ela está em um corredor vazio quando atende:
- Alô?...
  Alô? Pode falar quem é por favor?

Clarisse fica em silêncio e percebe que há uma respiração do outro lado da linha.

- Estou escutando você respirar, isso é alguma brincadeira? Porque eu não tô com tempo.

Sem resposta.

- Tudo bem então.
*Chamada encerrada*

- Gente desocupada do caralho. - ela resmunga.

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Depois de ir ao refeitório e tomar seu café ela volta e vai visitar seu paciente quando vê que uma visita o acompanha.

- Bom dia Sr. Braga, como estão as co-

Clarisse é interrompida por um abraço inesperado de quem ela pensa ser a esposa de Tomas.

- Estou muito agradecida por ter salvado a vida do meu Tomas! Muito obrigada doutora, não conseguiríamos expressar tamanha gratidão.

- Ah não tem de quê, o Sr. Braga é um homem muito forte.

- Ah por favor me chame apenas de Tomas.

- Claro. Bom, precisamos conversar agora sobre os cuidados necessários do pós-operatório que precisam tomar a partir de agora ok?

Ambos assentem e escutam atentamente as recomendações da médica.

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08:37 a.m

Clarisse está indo pegar uma barrinha de cereal em sua bolsa que está no quartinho de descanso. Ela está andando enquanto manda mensagem para seu amigo:

? - E aí tá pensando em fazer o quê hoje?

- Tenho plantão, então nada.

? - Ah qual é? Você nunca recusa uma saidinha comigo princesa.

- Que pena, hoje tô recusando.

? - Pois eu duvido. Você vai ter uma visita especial hoje.

Clarisse estava pronta para responder quando esbarra sem querer em uma pessoa desconhecida.

- Ai cacete... - disse baixinho.

Ela havia derramado todo o café que o homem estava segurando na roupa dele.

? - Mais que merda, você não olha por onde anda? - Diz ele olhando para a própria roupa.

- Mil desculpas mesmo, eu me distrai no telefone.   - diz ela ao ver o estrago naquele paletó que certamente custou o preço de uma cirurgia de transplante duplo.

Clarisse olha fixamente nos olhos do homem e pensa conhecê-lo. Ele tinha cerca de 1,80 de altura, um corpo bem atlético, cabelos ondulados, e pele bronzeada. Com uma roupa social e uma postura bem intimidadora. Mas ela não se abala tão facilmente com um simples homem bonito.

- Foi mal, se quiser eu te pago outro café.

O homem solta uma risada mas em poucos segundos encara ela de volta, ficaram paralisados, enquanto ela tentava decifrar porquê ele parecia tão familiar, ele apenas a fitava intensamente.
Depois de alguns segundos ele corta o silêncio:

? - Tá tudo bem, não precisa pagar outro café. - Disse ele.

- Então porquê ainda tá me encarando?

? - Porque quero saber seu nome.

- Clarisse.

Após escutar ele ficou calado por alguns segundos e a encarou com um leve sorriso.

- E o seu?

? - Alexander.

- Nem fudendo.

Na Velocidade da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora