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GUSTAVO PIERONI

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GUSTAVO PIERONI


 — ANA FLÁVIA VOCÊ NÃO VAI! — gritei e ela me olhou com raiva.

— VOCÊ NÃO MANDA EM MIM GUSTAVO!

— Eu sou o seu namorado.

— Você é o meu namorado, não meu dono! — gritou e se virou pegando suas coisas no armário.

As pessoas nos observavam, algumas querendo saber o que estava acontecendo e outras acostumadas com o nosso jeito. Já não era a primeira briga que eles presenciavam.

— Não foi isso que você falou ontem a noite enquanto eu te fodia, não é? 

— Cala a boca, seu merda.

— Eu quero te proteger, você não entende isso? — agarrei seu braço e arrastei ela para fora da nossa escola.

— Você quer me prender, é diferente! — Ignorei e continuei levando ela até o meu carro.

Mais uma vez, eu estava discutindo com a Ana Flávia pelo mesmo motivo:  Ela queria sair com as meninas do time de torcida para esses lugares estranhos e cheios de caras nojentos.

E mais uma vez, eu não iria deixar.

Não sou aquele tipo de tipo de namorado controlador, bom, eu acho que não sou, mas quando se trata da segurança da minha namorada, eu me encaixo nesse quadro.

Eu e Ana Flávia namoramos a três anos, desde quando tínhamos quatorze anos. Nos conhecemos na nona série, e no baile de primavera demos no nosso primeiro beijo. Eu nunca fui um garoto tímido, mas por alguma razão, eu tinha vergonha de chegar na Ana. Acho que por ela ser muito bonita e sempre estar rodeada de meninas chatas e puxa-saco.

Até que um dia, no baile de primavera, meus amigos me trancaram no quartinho de limpeza com ela e demos o nosso primeiro beijo. Foi perfeito.

O melhor beijo da minha vida, sem dúvidas.

Começamos a namorar no mês seguinte e estamos junto até hoje, há dois anos e onze meses.

— Eu quero só saber qual é a porra do problema em você deixar eu sair com as minhas amigas? —se sentou emburrada no banco de carona.

— O problema, coração, é que elas não são suas amigas de verdade. —respirei fundo colocando nossas mochilas no banco de trás e ligando o carro.— Porquê não sai com a Gabi? Vão ao shopping, não sei, fazer essas baboseiras de meninas que vocês fazem.

— Porque a Gabi vai! E eu vou também. —suspirei derrotado e olhei para minha namorada, que tinha um semblante bravo no rosto e os braços cruzados.

— Faça o que você quiser, Ana Flávia.

Falei por fim e segui o caminho até a casa da minha namorada. O caminho foi silencioso, Ana Flávia bufava algumas vezes e eu apenas ignorava seu drama temporário. Eu sabia que ela não iria nessa festa, não por ''me respeitar'' mas sim por saber que eu estava certo. Esses ambientes não tem nada a oferecer de bom para a minha Ana Flávia, e eu sei disso porque vamos em festas juntos, e muitas. 

E eu sei que se eu não estivesse junto com ela nessas festas, talvez minha namorada nem estivesse viva. Ou seria morta por feminicídio, ou por cirrose ou até mesmo estaria presa pela influencia de suas amigas do time de torcida —amigas essas que vivem dando em cima de mim. 

Quando chegamos em sua casa, Ana Flávia se virou para pegar sua mochila e em seguida desceu do carro mas foi impedida pela porta, que não abria. Ela tentou. Tentou mais uma vez. E novamente. 

— Que droga, Gustavo, essa porra quebrou! — disse irritada enquanto dava puxões fortes na maçaneta do veículo.

— Eu tranquei o carro. — falei tirando o meu sinto.— E eu não vou destrancar até você entender que eu só quero o seu bem!

Você sempre quer o meu bem Gustavo, mas o SEU BEM é me PRENDER a você!

— Primeiro, porque está gritando? —ela desviou o olhar.— E segundo, você fala isso como se eu fosse um filho da puta do caralho, como se eu fosse um otário que tem apenas uma namorada de estimação mas porra, eu quero você viva! Eu me sinto bem em saber que posso te proteger Ana Flávia, esse mundo está cheio de homens que só querem te machucar e o meu dever é te proteger. —falei enquanto olhava para um ponto específico do lado de fora do carro. Minha namorada prestava atenção em cada palavra que eu cuspia, com as sobrancelhas franzidas e os braços cruzados.

— Por Deus Gustavo, você parece um sociopata! — disse com uma careta e tentou sair do carro, mas eu a impedi segurando seu pulso.— Me solta. 

— Coração, olha pra' mim. —virei seu rosto com as minhas mãos e ela me olhou debochada— Você pode me chamar do que quiser, e nada vai mudar a minha opinião sobre isso. Eu te amo Ana Flávia, e eu vou estar aqui para te livrar de qualquer mal que te ocorra. Porra garota, eu te amo pra' caralho e só de imaginar um simples grão de areia te machucando, me dá vontade de acabar com essa merda de mundo. 

— Eu sei que você me ama Gustavo, e eu te amo também mas...

— Sempre tem um ''mas''— interrompi.  

— Vai me deixar falar caralho? —perguntou irritada e eu me calei.— Gustavo, você as vezes é controlador, sua raiva te possui e você fica agressivo...

— Você adora meu lado agressivo quando eu estou te fodendo, Ana Flávia. 

— Porra me deixa terminar de falar! —ela me bateu e eu fechei a boca.— Eu não quero abrir mão das minhas amizades por sua causa, amor. Você pode não fazer por mal, mas porra, custa confiar em mim? Custa me dar pelo menos um voto de confiança para deixar eu me cuidar sozinha? Eu estou cansada Gustavo, estamos nesse embate há três anos e nada muda, não percebe isso?

— Eu confio em você, eu não confio é nos outros. 

— Então aprende! Eu não estou querendo sua permissão para nada Gustavo, quero que fique bem claro isso. Você é egoísta Gustavo, e isso me irrita.— ela voltou a olhar para janela e cruzou os braços. 

— Olha, vamos deixar isso de lado. Não quero mais discutir sobre isso. — tirei meu cinto e a puxei para um beijo. Invadi sua boca de completa surpresa e minha namorada retribuiu no mesmo instante. Ana me beijava com força, descontando toda a sua birra em mim, enquanto cravava a unha na minha nuca. 

Separamos o beijo com alguns selinhos e ela mordeu meu lábio, se afastando em seguida.

— Eu te amo, meu coração.

— Eu te amo mais! 

Ela me deu um último beijo e eu destravei o carro, logo minha namorada desceu rapidamente. Antes que ela chegasse na porta de sua casa, eu a chamei e ela se virou novamente, ficando escorada na janela do meu carro.

— Me promete que não vai nessa festa? — perguntei com a voz um pouco arrastada. Ana Flávia revirou os olhos e tentou conter o sorriso. 

Eu prometo.



notas:

« primeiro capítulo lançado com sucesso e vcs já puderem ver um pouquinho como é o relacionamento deles, não é?

« confesso que gosto de escrever esse lado mais agressivo do Gu, na maioria das vezes ele é sempre tão fofinho...

« não esqueçam de votar e comentar! Não sejam leitores fantasmas!

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