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GUSTAVO PIERONI
A MOVIMENTAÇÃO DO QUARTO ME FEZ DISPERTAR. Apertei o corpo ainda mais nos meus braços e só então percebi que não estava deitado com a minha namorada, e sim com um travesseiro. Quando abri os olhos, vi a mesma perambulando pelo quarto e já com a mesma roupa de ontem a noite.
Minha mente começou a vagar e me lembrei do momento onde tudo começou. Estava em casa, jogando videogame e ao mesmo tempo mandando mensagens para Ana Flávia, que respondia tranquilamente. Como se estivesse em casa e fazendo o mesmo que eu: nada.
Em um determinado momento, antes de dormir, recebi uma mensagem no direct e era justamente o story de Gabriela, onde mostrava ela, as amigas e minha namorada dançando como nunca. Não dava para ver muito bem, estava meio escuro e borrado mas eu rapidamente reconheci aquela saia e principalmente o corpo que a vestia.
Ana Flávia tinha saído escondido.
Na hora, eu fiquei cego de tanta raiva, me lembro de apenas pegar a chave do carro e ir para a tal festa e tirar minha namorada de lá, mas devido as circunstâncias, aconteceu o que aconteceu.
— Coração? —a chamei com a voz arrastada. Ana Flávia me olhou e continuou colocando sua roupa.— O que está fazendo? vamos para casa agora?
— Estou juntando minhas coisas, eu vou para minha casa e você vai para sua, Gustavo. Vamos seguir caminhos diferentes.
— Linda, não precisamos ir embora agora. Podemos passar no Pitty's para tomar café da manhã e depois eu te deixo em casa. — falei me levantando da cama. Coloquei minha cueca e em seguida o meu short, sob o olhar atento da minha namorada.
— Acho que você... não entendeu o que eu quis dizer, Gustavo. —estralou os dedos e me olhou cruzando os braços.— Nós vamos seguir caminhos diferentes hoje e se possível, daqui em diante.
— Como é que é?
— Eu estou terminando com você. — disse de forma baixa e eu engoli seco.
Não, não é possível. Ana Flávia só podia estar de brincadeira comigo.
— Coração...
— Para de me chamar assim! Para! —aumentou o tom de voz.
— Ana Flávia eu não quero mais ficar longe de você. Eu não quero. —me aproximei dela— Eu...Eu sei que sou uma pessoa difícil, sei que sou impulsivo, ciumento e as vezes até possessivo. Mas eu te amo! Eu não vejo um futuro digno sem você coração, você é a minha vida.
— Gustavo...
— Não faz assim amor, não joga a nossa história no lixo por causa de uma briga que tivemos. Eu estou disposto a melhorar, disposto a tentar diminuir esse meu lado... Por favor, coração! —a puxei pela cintura e colei nossas testas.— Eu te amo mais que tudo nesse mundo. —sussurrei e colei nossos lábios.
