𝐈 𝐃𝐈𝐃 𝐒𝐎𝐌𝐄𝐓𝐇𝐈𝐍𝐆 𝐁𝐀𝐃, (cobra kai fic)

05; Novos alunos.

NO DIA SEGUINTE, decidi ir para o dojô mais cedo. O que adiantou, já que assim que eu cheguei lá, a porta estava lotada de pessoas, adolescentes da minha escola, encontrei Eli e Demetri e me aproximei para os cumprimentar, com um beijo na bochecha de cada um. Olhei ao redor procurando por Miguel, mas não o encontrei.

— Viram o Miguel? - Perguntei, olhando ao redor enquanto esperava o sensei chegar.

— Não. Mandei uma mensagem para ele, ele não chegou ainda. - Demetri disse e eu concordei com a cabeça.

— Vou esperar lá na porta, qualquer coisa me chamem. - Falei, sorrindo e me despedindo deles com um tchauzinho.

Assim que cheguei na porta, puxei meu celular do bolso e comecei a mexer em minhas redes sociais. Eu estava vestindo uma calça legging cinza, um top de academia também cinza e um moletom cropped que estava cortado acima do top na cor branca. Os cabelos estavam penteados em uma trança despojada e eu vestia um tênis fácil de tirar.

Provavelmente eu iria colocar o kimono hoje, mas eu amava vir arrumada para o dojô.

— Pensando no quê? - Ouvi uma voz e levantei o olhar, sorrindo e cumprimentando Miguel que estava em minha frente.

— Em nada, estava vendo o perfil da Samantha. Dormi na casa dela uns dias pra trás. - Falei, mostrando a tela do meu celular para ele, e desligando o aparelho em seguida. O garoto assentiu com a cabeça, dando um curto sorriso. — Deveria chamar ela pra sair, você parece gostar dela.

— Não sei não, 0x0 é bem melhor do que 1x0. - Rebateu.

— Ai meu Deus, você está andando muito com o Demetri! - Brinquei, rindo e ele riu de volta. — No dia em que você deu uma surra naqueles valentões por ela, vocês se olharam e a química era palpável, até meio constrangedora. - Brinquei novamente e ele riu, arregalando os olhos.

— Meu Deus, Sofie! - Falou, envergonhado. — E você pretende chamar o Eli pra sair? - Perguntou pra mim e eu sorri, desviando o olhar.

— Eu e o Moskowitz só somos amigos, tá legal? - Afirmei, mas até eu tinha dúvidas daquilo. Ele era um fofo, mas não queria destruir nossa amizade com qualquer coisa a mais.

Não que eu sentisse algo por ele, porque eu não sinto.

— Ata, eu sou o Michael B Jordan, pelo amor de Deus, Sofie. Nem você acredita nisso! - Ele rebateu e eu dei de ombros, dando uma leve risadinha.

Quando levantamos nosso olhar, encontramos o carro de Johnny estacionado em frente ao shopping comercial, ele estava saindo do carro e vindo em nossa direção. A multidão ao nosso redor só pareceu aumentar mais com o tempo que passamos conversando.

A maioria era composta por só uma espécie: Nerds. Aqueles que querem ter chance de se defender dos valentões, de mostrar justiça após todos os anos de bullying. Lawrence parou em nossa frente e nos olhou.

— Parece que agora vai. - Ele afirmou, eu e Miguel concordamos, e o sensei destrancou a porta do dojô, entramos em seguida.

Eu fui até o banheiro e vesti o meu kimono, orgulhosa do que eu via no reflexo do espelho.

(...)

ASSIM QUE VOLTEI, vi a maioria entretida nas conversas, Miguel estava se alongando então me sentei ao seu lado e comecei a me alongar junto dele. Estiquei minha perna esquerda enquanto mantinha a outra sobre o chão. Abaixei minha cabeça e a encostei no tatame, com meus pensamentos voados.

— Sofie? - Escutei a voz do latino e virei um pouco a cabeça, para olhá-lo. — Você tem… sei lá, algum problema em casa?

Eu fiquei séria, travei meu maxilar e troquei o lado da perna, esticando a minha perna direita e mantendo a outra sobre o chão, descendo minha cabeça. Eu tinha problemas em casa. Tinha vários. Meu pai era ausente, não do tipo de ter saído pra comprar cigarro e nunca mais voltar, mas sim do tipo de não se importar comigo. Ele sempre está em casa, mas às vezes eu acho que ele é um figurante na minha vida.