•Capítulo 24•

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❝Mesmo naqueles momentos em que você não me fez bem, eu estava aqui demonstrando pra você o que significa lealdade❞

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❝Mesmo naqueles momentos em que você não me fez bem, eu estava aqui demonstrando pra você o que significa lealdade❞.

—Summer Walker

Nove vezes de dez sou sentimental, mas em todas as dez sou apenas humana. Repito isso mentalmente todas as vezes que me pego questionando o porquê que o Ash não é mais o mesmo comigo como era no telhado. Será que ele não gosta mais de mim? Porque, honestamente, também não sei se ainda gosto dele. Quer dizer, nem o reconheço mais. E como estar sofrendo pela morte de uma pessoa que ficou em coma por muito tempo. Ele já não estava lá, mas só quando parei de vê-lo, que de fato senti a dor da perda.

— Você tá me escutando, Jazz? — Emmy pergunta, me despertando do transe que entrei.

Não.

— Claro! — Minto.

Apesar da minha mente ter ficado naquele banheiro ontem a noite, e um novo dia, e já se passaram três aulas e estamos perto da hora do almoço.

— Você sumiu ontem. Fiquei preocupada…

Estamos na coxia do auditório da Willingham, junto com uns trinta ou quarenta alunos, esperando a professora de artes, Sra. Darling. O ambiente é profissional, sendo uma imensa sala composta por paredes de tijolinhos vermelhos que foram majoritariamente tampadas por moodboards e quadros elegantes e artísticos. Sua real decoração acaba sendo as araras abarrotadas de figurinos glamourosos e as mesas de aço e caixas de plástico cheias de artigos de cenas e acessórios. É tudo grandioso e muito luxuoso. Porém o que se sobrepõe, bem no epicentro de tudo, é um largo círculo feito de puffs multicoloridos, onde Emmy e eu dividimos um verde neon brega.

— Desculpe — murmuro desanimada. — Eu estava com dor de cabeça.

Emmy saca o celular do bolso interno da sua Prada e aproxima seu rosto do meu, estendendo o aparelho para cima.

— Tudo bem. Mas agora sorria! — manda, já abrindo a câmera.

Sorrio para a primeira foto, porém para as demais que vem em seguida, nós duas apenas fazemos caretas e mostramos a língua. E, não sei bem o porque, estouramos em risadas espontâneas. De repente, a porta dupla de madeira é escancarada e um furacão vivaz entra batendo palmas e fazendo com que a gente pare com a sessão de fotos.

Overdose (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora