•Capítulo 29•

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❝Eles me julgam como um livro de desenhos pelas cores, como se tivessem esquecido como se lê

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❝Eles me julgam como um livro de desenhos pelas cores, como se tivessem esquecido como se lê.❞

Hades Sullivan é o quarterback dos Blue Saint's

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Hades Sullivan é o quarterback dos Blue Saint's. Ele é metade colombiano, metade americano e parece o superman. No meu segundo ano na Constance, nós fizemos dupla na aula de economia. Ao contrário do que se espera de um atleta, Sullivan era inteligente e gentil.

— O… obrigado… — murmuro.

Ainda sorrindo, Sullivan segura meu tornozelo com delicadeza e, me fazendo corar com força, encaixa a sandália em meu pé novamente, e a afivelando com facilidade.

— Não há de que, Sears — diz, se pondo de pé novamente.

Ele é alto e provavelmente tem mais de 80 quilos só de massa muscular. Nós fizemos dupla na aula de história por um ano inteiro e, ao contrário do que se imagina, Hades sempre foi muito agradável comigo.

— O que você está fazendo aqui, Sullivan? — Emmy questiona, semi-cerrando os olhos.

Sorrindo, Hades a encara e levanta os braços em falsa rendição.

— Controle-se diabrete — debocha. — Minha mãe está hospedada aqui. E você? O que está fazendo aqui ?

Os olhos dele possam em mim, aguardando por uma resposta.

— Não é da sua conta — Emmy intervém.

Ele a olha com desprezo e preguiça. Ao contrário de Ashtray que sempre parece ter saído de um catálogo de moda, o quarterback dos Saint’s se veste como um garoto normal. Levi’s jeans folgado, suéter verde oliva e dunks nos pés. Nada absurdamente caro, mas também nem um pouco barato.

— Santo Deus, e por isso que seu irmão não pode afrouxar sua coleira!

O queixo de Emmy despenca dramaticamente, em total horror à ousadia do Blue Saint.

— Como você…

Hades revira os olhos e, ignorando Emily, invade meu espaço pessoal e se abaixa até a altura do meu ouvido.

— Volte para casa enquanto há tempo. — fala baixo, em um tom sombrio. — Enquanto posso interceder por você. Santos e demônios são feitos da mesma matéria. Do mesmo ódio. Quando começarem, não vou poder fazer nada. Minhas mãos vão ser lavadas com o seu sangue.

Os pêlos da minha nuca se arrepiam, e me afasto com os olhos arregalados. Por uma fração de segundos, encontro as íris escuras de Hades, e engulo em seco ao perceber que toda a gentileza ali desapareceu. Sem se dar ao trabalho de se despedir, Sullivan nos dá as costas, indo embora suavemente como a brisa que intercede é anuncia uma tempestade devastadora.

— Cretino — Emmy diz, entrelaçando seu braço ao meu. — É melhor nos apressarmos…

As palavras de Hades rugem em meu subconsciente em looping. A C.H. nunca foi a minha casa e, apesar de nunca ter contribuído com o bullying, Hades nunca o impediu também. Nunca intercedeu por mim.

— O que ele quis dizer  com “lavar as mãos com o meu sangue”?— murmuro, assistindo Sullivan se afastar.

Emily fica em silêncio e, incomodada, a miro. No entanto, seus olhos estão baixos e sua expressão quase constrangida.

— Vamos só ignorar esse idiota, Jazz. — Fala, fechando os olhos por um rápido segundo. — Saints gostam de fazer ameaças. São babacas natos. Só isso.

Minha amiga retoma a postura autoconfiante, todavia, essa confiança não chega em suas palavras.

— Eu sou uma Saint…

As palavras deslizam dos meus lábios com uma facilidade assustadora. Nunca me senti uma Blue Saint. Nunca me senti parte da Constance High. Todavia, para os Devil's isso não importa.

— Não, não é! — Emily, bate o pé. — Você é uma Devil. Dá realeza dos Red Devil's, a propósito. Willingham Academy e a sua casa é nós somos sua família agora.

Inconscientemente, um sorriso sarcástico se desenha em meu rosto. A Constance High jamais foi a minha casa e a Willingham Academy jamais será. Sou como uma fazenda longínqua que fica entre dois territórios diferentes, no entanto, a vegetação cresceu e cobriu as minhas cercas fazendo com que todo mundo esquecesse que estou aqui. Que existo. E está tudo bem. Em uma cidade de fumaça é fácil se esconder atrás da neblina.

— Você, realmente, acredita nisso? — Questiono.

Emily morde o lábio inferior, parecendo pesarosa. Não por mentir, mas sim por não ser convincente.

— Faz diferença? — Sussurra.

— Na verdade, não.

— Eu vou fazer o possível, Jazz.

— Acredito em você.

— Tudo bem…

Overdose (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora