A Forja do Deus Profanado

Notícias de todos os cantos

 Umaril olhou incrédulo para o líder dos auroreanos por um instante. Ele ainda não havia sido informado do que acontecerá na batalha do vale e da morte de Aurorean.

-Onde Aurorean está? -

-Ele caiu lutando contra Zarok alguns dias atrás. Estamos levando seu corpo para o templo do alvorecer. - Respondeu Akshazai em tom de lamentação.

 O povo celestial, que incluía também as legiões infernais, tinha grande amizade com Aurorean. Durante a I Era haviam lutado lado a lado na guerra do dragão de diamante, e Aurorean muitas vezes havia salvo os celestiais em momentos de desespero. A notícia deixou Umaril mais soturno do que ele já parecia ser.

-Lamento pela sua perda, mas vim aqui discutir o fato de que vocês invocaram e mataram um lorde infernal. E por causa disso as coisas lá embaixo ficaram um pouco tensas. - Falou o anjo apontando com o dedo indicador para baixo, onde literalmente ficavam os infernos de onde os demônios eram invocados.

-Eu matei a criatura. Mas não invocamos demônio algum, isso foi o Zarok. - Respondeu Akshazai, lembrando-se de como havia matado o lorde infernal com a espada de Aurorean.

-Então vocês tem só metade da culpa. -

-Espere ai rapaz, pra que tanta vontade de colocá-los na posição de devedores? - Interveio o capitão Pin se aproximando com o peito estufado.

-E você seria? - Indagou o anjo com um certo tom de desdém na voz.

-Ele se chama Pin e é o comandante dessa frota. - Apresentou o líder dos auroreanos.

-E ele vem com um questionamento importante. Para que quer nos colocar como devedores, Umaril? -

-As coisas lá embaixo estão difíceis. - Resmungou o infernal, -Além dos demônios estamos tendo que lidar com as criaturas do vazio profundo, que estão sendo atraídas por Nomo. -

-E o que você espera que façamos a respeito dos problemas do abismo? - Questionou Akshazai desconfortável com o rumo que a conversa tomava.

-Desejamos que vocês compensem os estragos que causaram com soldados, para servirem em nossas fortalezas lá no inferno. - Respondeu-lhe o anjo, sendo rebatido logo em seguida por Orgoth que vinha por trás de Pin. -Você deve ter ficado maluco! -

-Acalme-se Orgoth, ele cumpre ordens. - Falou Akshazai num tom apaziguador erguendo a mão direita na direção do companheiro num gesto claro para que abaixasse o tom de sua voz, ou de suas críticas.

 Hierarquicamente falando o posto de Orgoth como Primeiro General do exército auroreano era mais importante que o posto de um Tribuno. Sendo assim não haviam quaisquer razões formais para que Orgoth não pudesse falar como bem entendesse. Contudo o líder dos auroreanos preferiu ser cauteloso pois algumas legiões de celestiais eram dadas a agir com irracionalidade, ou seria uma racionalidade alheia às razões dos outros povos.

-Não tolerarei que dirija-se a mim dessa maneira. - Retrucou Umaril elevando a voz enquanto se voltava na direção de Orgoth erguendo os ombros e estufando o peito.

-Não é seu direito tolerar ou não as atitudes do meu Primeiro General. - Foi a vez de Akshazai retrucar elevando a voz em tom agressivo.

-No meu barco não! - Se interpôs Pin ficando entre o tribuno e o líder dos auroreanos.

-vocês dois parecem ter razão naquilo que falam então sentem-se e discutam como seres civilizados. - O capitão estava ofegante e esperava que as pessoas ao redor pensassem que ele estava irritado e não amedrontado.