Velas no Horizonte

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-Consegui mais três barcos, vou abarrotá-los com soldados e suprimentos!- Anunciou o capitão Pin satisfeito apontando para algumas fragatas que deviam pertencer a comerciantes. Aquele tipo de navio custava caro, e os auroreanos puderam imaginar como havia sido acalorada a negociação para obter três deles.

-Ainda hoje os carpinteiros daqui do porto vão instalar algumas balestras e esses barcos estarão prontos pra servir de escolta! - Anunciou o capitão animado para que todos ouvissem. Akshazai que havia sido informado mais cedo sobre o aviso de Auriel ficou satisfeito em saber que sua frota seria reforçada. -Com oito navios rápidos conseguiremos cruzar o caminho até o mar com facilidade, mas para chegarmos ao templo ainda acho que precisaremos de mais. - Disse o líder dos auroreanos pensativo.

-Consiga uma pomba para que eu envie uma mensagem a Taëncrad, vou pedir para reforçarem nossa escolta quando chegarmos ao mar do oeste.- Pediu Akshazai ao capitão que era o responsável por cuidar de toda a logística da viagem.

Pin desembarcou do navio pela rampa de madeira que havia sido instalada ligando o convés ao porto, e se dirigiu para a torre onde a marinha guardava seus pombos mensageiros. Era uma construção que fazia parte das fortificações portuárias, tendo quatro andares que eram usados como depósito, alojamentos e um pombal na parte mais alta da torre de onde as aves iam e vinham por pequenas janelas redondas.

-Aconteceu mais uma coisa ontem na taverna que eu preciso te informar comandante. - Falou Aerdyn com um tom de voz baixo se aproximando de Akshazai.

-Ora e eu pensava que o encontro com Auriel já tinha sido grande coisa. - Respondeu o líder dos auroreanos sendo no mesmo instante interrompido por Orgoth, -Auriel esteve com vocês? Ele está hospedado na cidade? - Indagou ele com urgência.

Orgoth passara a manhã inteira fora, e não havia participado da conversa sobre Auriel. Ele ainda tinha dúvidas sobre o ritual de ressurreição com as ferramentas de Aurin, e tinha certeza de que Auriel estava entre as pessoas capazes de saná-las. Se fosse possível encontrar o celestial Orgoth também pediria informações sobre o paradeiro das ferramentas míticas.

-Sinto muito, mas ele já deve estar longe, disse que precisava encontrar Halfdan até o final da semana. - Respondeu Gui trazendo uma expressão de desapontamento ao rosto de Orgoth. -É uma pena pois eu realmente gostaria de falar com ele, mas espero que vocês tenham aproveitado bem a companhia dele.- Disse o necromante.

-Mas afinal o que é que eu preciso saber? - Indagou Akshazai tentando recuperar o rumo da conversa. Aerdyn então se adiantou falando baixo, -O comandante da guarda daqui é um tal de Ecbert, é um conde arrogante e detestável que por alguma razão pegou antipatia de todos nos. -

-O Gui passou o falo na filha ou na esposa dele?- Questionou Akshazai com uma expressão severa.

-Não!- Exclamaram Aerdyn e Gui em uníssono. -Dessa vez não fizemos nada de errado, o conde que parece ser uma pessoa amarga e muito frustrada com os privilégios das guardas divinas. - Explicou Aerdyn.

O líder dos auroreanos já havia se deparado com aquele tipo de atitude hostil em relação a guarda do alvorecer. Na maior parte das vezes vinha de pacifistas que desejavam o fim da guerra e consideravam o avanço das tropas da aliança uma ameaça para a paz. Esses tipos por mais extremados que fossem nunca haviam aberto a boca para falar de suas convicções na presença de Aurorean. As coisas haviam mudado e não havia mais um deus do amanhecer presente para desencorajá-los.

-Partiremos amanhã, então vamos simplesmente ficar fora do caminho desse conde. Depois posso enviar uma reclamação para o conselho da Aliança. - Decidiu Akshazai que não via chance de algo de bom sair de uma contenda com o comandante da guarda de Kalindor.

A Forja do Deus ProfanadoOnde histórias criam vida. Descubra agora