Quase Nada

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      Vessel não sabe nada sobre o mundo a fora.

      Bom, "nada" é uma expressão muito forte. Talvez, não, com toda certeza, ele não sabe quase nada sobre o mundo fora a adoração. Chegava á ser complicado ter de explicar coisas tão simples para um homem com sua idade, fazia seus companheiros até mesmo questionar sobre oque é simples e oque não é.

      "Oque é?"
      "Porque é?"
      "Da onde é?"
      "Porque disso?"
      "Porque daquilo?"

      Céus, parecia uma criança que perturbava os pais com perguntas que eram para ser simples, mas não são, nunca são! Apontava pequenos detalhes, que qualquer pessoa mais instruída não repararia e não se importaria, mas ele não era qualquer pessoa. A pouca noção de realidade fora á um altar era um motivo acolhedor de piadas, não se ofendia, ria junto e brincava.

      Não era burro, tão longe disso! Era alguém de metáforas e comparações, uma razão apaixonada, a obscuridade de um amor, a dor incubida, uma emoção liberada e descrita, Vessel era uma humanidade não-humana. Mas parece que os conceitos mais simples não sabia.

      "Vou começar á escrever as coisas que eu descubro, ou eu irei me esquecer e tudo será em vão (na realidade, foi uma exigência de IV, mas não comentarei sobre isso)." 

      Primeiro dia: Carta 1

As Cartas de Vessel Onde histórias criam vida. Descubra agora