Narrativas Fatalizadas

Passeio noturno com meu amor

Atenção:

Relacionamento abusivo, daddy/mommy issues, e obviamente, sangue.

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Era um sábado à noite, e depois de mentir para os pais que ia sair com os amigos, Daniel chegou na cidade vizinha, uma cidade pequena e pacata, mas que ele já conhecia muito bem. Vários amigos dele moravam lá, mas essa noite ele não ia sair com os amigos, ia se encontrar com seu namorado.

Os pais do rapaz de cabelos lisos e compridos não faziam ideia da existência de Nathan, dono de lindos cachos sempre muito bem definidos e uma beleza encantadora. Os dois se conheceram pela Internet, quando o cacheado resolveu seguir um garoto que era seguido por vários conhecidos dele e chamou a atenção logo de cara por todo aquele estilo alternativo, logo ele tomou atitude para puxar assunto e os dois acabaram se encantando um com o outro, e iniciando um namoro as escondidas.

Nathan era foi assumidamente gay, mas Daniel escondia sua bissexualidade principalmente dos pais, por isso ninguém além deles dois sabiam do namoro, e naquele sábado, também não faziam ideia da presença dele na cidade. Ele desceu do ônibus no ponto final da cidade, e foi subindo as pequenas ruas e desviando da praça, onde muito provavelmente poderia estar algum de seus amigos. Com sucesso, chegou à casa de Nathan sem ser notado, e entrou do mesmo modo, indo direto para o quarto do namorado.

_Fala baixo, minha mãe ta no quarto junto com meu irmão - Nathan advertiu, fechando a porta do quarto com cuidado.

_Tá, mas você não acha melhor sair? -Respondeu com um cochicho, vendo o namorado ir em direção do guarda roupas - É perigoso a gente ficar aqui com ela em casa, ela pode me descobrir.

_Eu to me arrumando! Acabei me atrasando, então você vai ter que esperar quieto!

Daniel só assentiu, calado, e assistiu ao namorado tirar a camiseta enquanto pegava outro no guarda roupas. Deus, como ele era lindo... Meio magro, mas não esquelético, e dono de uma pele num moreno lindíssimo. Nem se ele quisesse ele estaria falando naquele momento, já que sua atenção estava presa em toda a beleza do garoto que ele tinha a alegria de chamar de namorado. Nathan sorriu ao perceber o olhar quase que hipnotizado do menino sentado em sua cama, e terminou o mais rápido possível de se arrumar, evitando olhar ele para que não perdessem a cabeça.

Ele só avisou a mãe de sua saída, e já aproveitou para tirar o garoto do seu quarto de modo discreto, e logo estavam na rua.

_Onde você quer ir hoje? - Perguntou segurando a mão dele, e sorrindo bobo.

_Vamos pro cemitério - Disse sem olhar para o rapaz ao seu lado, mantendo o olhar na rua e também sorrindo.

_Denovo? Por que você gosta tanto de ir lá?

_Porque lá é sossegado, ninguém vai atrapalhar a gente... E eu queria visitar minha irmã.

Daniel falava de um jeito doce, com uma certa inocência que simplesmente derretia Nathan. De mãos dadas, foram conversando até o cemitério, onde pularam o muro baixo sem muita dificuldade. Por mais que ficasse fechado a noite, o lugar ainda tinha um pouco de iluminação de noite para a capelinha que era visível do portão de grades do local, e eles se aproximaram dos banquinhos que ficavam perto do local iluminado.

Pela queixa de visitar sua irmã, Nathan questionou se não fariam isso primeiro, mas depois de uma negação e um convite para se sentar ao lado do tão carinhoso rapaz mais alto, os dois ficaram abraçados, trocando as mais belas juras de amor enquanto banhados pela luz do luar. Se beijavam e sorriam, planejavam um futuro onde poderiam viver juntos e sem se esconder, se abraçavam e permaneciam nesse romantismo sem fim.