Em noites claras, o sangue é mais visível

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Atenção: problemas com a escola, bullying, assédio e como sempre, um banho de sangue.

Não indico pra quem teve relacionamento problemático na questão de toques. Aos que se arriscarão, boa leitura.

Era só uma noite igual à qualquer uma... Se ele não tivesse acordado no meio da madrugada. Lúcio geralmente tinha um sono pesado, dormia a noite inteira sem nenhuma dificuldade. Dormia até mais de uma noite inteira, ostentando umas 10 horas de sono por noite, quando não trocava algumas horinhas de sono para se distrair com qualquer conteúdo no celular. Fazia inveja em qualquer um que sofresse com insônia, mas qualquer um que pensasse um pouco mais iria perceber que a conta não batia.

Seu sono excessivo não era só da adolescência, mas sim, culpa de um cansaço mental que judiava de sua mente. Passava o dia atoa em casa, com exceção dos dias em que a mãe pedia ajuda em algum serviço, mas sempre estava cansado... Cansado da escola. Essa sim tinha uma longa história, uma história difícil. No final do ensino fundamental, ele fez o vestibular para uma escola particular, sem muitas esperanças. Ele surpreendentemente passou, e foi cheio de esperanças de uma nova vida no lugar.

Como ele acabou? Bom, tirando o fato que quase perdeu o ano, ele tentou suicídio e desenvolveu fobia social. Talvez o local não tenha sido tão bom para o jovem, que voltou para sua antiga escola pública. Mas agora, todos estavam curiosos: "como é a escola particular?" "Por que você saiu?" "Lá era ruim?" "É muito difícil lá?"

Ele não deu vez para os curiosos, mas também, o preço disso foi ficar sem ninguém. Só o procuravam quando precisavam de algo, mas ele acacou se acostumando com isso também. Se acostumou a ficar sempre sozinho naquela escola, sabendo que em qualquer momento que fosse teria alguém espiando ele e dando risada com os amigos, reafirmando como ele era esquisito. Mas foda-se, não ligava.

Nunca mexeu com ninguém, e nunca ninguém mexeu com ele, talvez por medo, já que qualquer um que fosse perguntado sobre ele na escola, responderia algo do tipo "o moleque que tem cara de quem faz massacre escolar?". Talvez as suspeitas de todos cresceriam se descobrissem que ele carrega um canivete na mochila. Massacre escolar? Não, ele passava por um caminho escuro com fama de perigoso no caminho para casa, e estudar no período noturno não ajudava.

E aquela madrugada, era outra depois de voltar da escola. Sentou na beira da cama e procurou o celular: 3 da manhã. Levantou, bebeu uma água e voltou para cama. Caiu no sono rápido, muito mais rápido do que o costume, e já estava completamente apagado com alguns minutos.

Em mais uma noite da escola, todos riam. Todos, sem nenhuma exceção, incluindo professores e funcionários. Lúcio também ria histericamente, chorava de rir e sua barriga doía, até que percebeu que não sabia o motivo da graça. Ele parou de rir e olhou em volta: todos continuavam rindo. Se levantou, e alguns apontaram para ele.

_O menino esquisito, antissocial e problemático! - Um dos alunos gritou enquanto ria.

_Ele conseguiu ser péssimo em um lugar que seria maravilhoso pra ele, que patético! - Agora, o professor.

_Provavelmente vai acabar como um de nós: sem estudos e se matando de trabalhar por uma miséria de salário! - Até a faxineira?

Não, ele não ia aguentar. Lembrou do canivete na mochila, retirou e deixou bem exposto para que todos vissem. Ao invés de correrem de medo, eles riram mais ainda, e Lúcio perdeu a cabeça. Foi pra cima de um grupo e começou a esfaquear um aluno. Rasgou o ombro dele, descendo pelo torso e espalhando sangue para todos os lados. Todos ainda riam histericamente, e isso só o fazia continuar sem parar, cortanto a garganta do mesmo.

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