Capítulo 1 (Parte II)

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Um sorriso enigmático se desenhou nos lábios do príncipe, como se ele lesse em meus pensamentos e a apreensão que me atormentavam. Com voz suave e confiante, ele declara:

-Terei o dia inteiro para lhe proporcionar uma nova primeira impressão, Leonor.

As palavras de Henrik ecoam em meus ouvidos, despertando uma mistura de curiosidade e desconfiança em meu coração. A promessa de uma nova chance me seduz, mas a lembrança do encontro inesperado no banheiro ainda me atormenta, Com um tom de voz firme e desafiador rebato a proposta do príncipe:

-Acredito que terá um pouco de dificuldade de apagar a minha primeira impressão sobre o senhor, Vossa Alteza.

Minha resposta direta e assertiva surpreende Henrik, que não esperava tamanha resistência da minha parte um brilho de interesse surge em seus olhos verdes, como se ele estivesse diante de um desafio intrigante:

-Sei que gostou, Leonor. -ele diz com um sorriso malicioso, puxando a cadeira e se sentando ao lado de seu irmão, Falk.

Enquanto Henrik se aproxima, Falk, que até então observava Annabel com atenção, desvia o olhar para mim e, com um sorriso acolhedor, pergunta ao irmão mais velho:

-Você já a conhecia?

Henrik, então, volta o olhar para mim, fitando meu rosto e me deixando corada. Ele assente com a cabeça, sem dar muitos detalhes sobre nosso encontro acidental.

Nossa troca de olhares é interrompida pela chegada do Duque Heron, um homem imponente com longos cabelos loiros ondulados presos em um rabo de cavalo alto. Sua barba bem cuidada combinava com a autoridade que ele emanava. Em suas mãos, uma espada que logo entregou a um dos soldados de confiança do rei, com um olhar penetrante, ele varre toda a mesa, fitando cada uma de nós. A tensão paira no ar, e o silêncio é quebrado apenas pelo tilintar de talheres e pelo farfalhar de vestidos. Em meio à expectativa, Carlotta, com o coração batendo descompassado, ergue-se timidamente e faz uma reverência ao Duque:

-Prazer senhor.

Um sorriso quase imperceptível surge sob a barba loira do Duque. Ele se aproxima de Carlotta, toma sua mão com gentileza e, com um beijo delicado no dorso da mesma, declara:

-O prazer é todo meu.

Noto as serventes, com passos suaves e precisos, circulando pelo salão, distribuindo mais pratos sob a mesa. Observo com atenção a roupa do Duque, que se destaca pela cor escura, quase preta, que realça seu corpo bronzeado, caminho os olhos para as meninas que me acompanhavam e, percebo a mistura de emoções em seus rostos. Carlotta, com os olhos cheios de doçura e esperança, parece estar perdida em seus pensamentos, sonhando com o futuro que a aguarda ao lado do Duque, já Annabel, mais contida, segue à risca os protocolos reais, limitando-se a falar apenas quando questionada. É evidente que assim como eu ela deseja que essa formalidade se dissipe o mais rápido possível.

A tensão era palpável, e o ar parecia carregado com emoções não ditas. Ao fim do banquete, guardas reais surgiram, escoltando cada um dos casais ali formados e, mais uma vez, me encontrei sozinha com o Príncipe Henrik, com um tom suave e quase imperceptível, ele sussurra em meu ouvido:

-Onde deseja ir?

Hesito por um instante, incerta do que dizer, mas com voz firme fixo o olhar em seus olhos e respondo:

-Gostaria de ir aos meus aposentos.

Um sorriso enigmático surge nos lábios do Príncipe:

-Você irá para eles ao fim do dia. - ele responde.

Dança Com o DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora