Segunda Vida || Tomarry

~-Capítulo 2: Colega De Quarto-~

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— Me chamo Tom, Tom Riddle.

Harry arregalou os olhos sentindo sua respiração fraquejar. Este menino era, Tom Riddle. O próprio? Não; não poderia ser, não tinha chances disso acontecer. A não ser que. Morte. Harry gemeu em seus pensamentos. Ele não conseguia acreditar que estava cara a cara com Voldemort; ou, pelo menos, a versão em miniatura dele. Harry não precisaria se preocupar com isso, não é? Ele pode simplesmente deixar isso de lado e fingir que nada aconteceu. Voldemort era uma ameaça a toda vida bruxa e trouxa, mas, esse não era Voldemort, era Tom, uma criança órfã e nada mais. Harry relaxou um pouco; bem ele poderia lidar com isso depois, mas por enquanto, ele queria aproveitar a infância que nunca teve.

— Eu gostei, é diferente, combina com você. - Harry disse suavemente, olhando para baixo com vergonha. O que foi? O garoto nunca teve uma chance de dizer livremente um elogio a alguém. Mas pelo visto valeu a pena, quando Harry notou o rosto de Tom se iluminar. Tom acreditava que seu nome era chato, entediante e muito comum, e ouvir de alguém que ele era simplesmente diferente e que pior ainda gostou do nome, era emoção demais para o pequeno Riddle.

— Obrigado. - Tom agradeceu com um sorriso no rosto. Fazia muito tempo que ninguém o elogiara desta forma; melhor dizendo, nunca o fizeram. A sua vida não era nem um pouco boa aqui no orfanato, mas ele não tinha outro lugar para ir. Teve que conviver a sua vida toda ao lado de crianças moribundas que o desprezavam. Elas não o deixavam ele comer direito, brincar, se divertir; a única coisa que Tom podia fazer era ler seus livros; afinal, que tipo de criança se interessa em ler páginas e páginas entediantes de palavras chatas? Bem, Tom era esse tipo.

— Que livro você está lendo? - Harry perguntou inocentemente sentando-se em sua cama. Ele realmente estava curioso para saber, pois do lugar onde ele estava não dava para ver direito o que estava escrito na cama; e não ajudava o fato de que Tom estava totalmente encolhido no canto da parede.

— Shakespeare. É um dos melhores que já li. - Tom acrescentou com um brilho no rosto; ele estava muito animado, e coloque animado nisso, nenhuma criança nunca se interessou em seus livros.

—Sério, eu também gosto bastante. Sonetos também é um ótimo livro, nunca li nada igual. - Harry estava sendo sincero com suas palavras, ele de fato adorava livros, mas não os consumia da mesma forma que Hermione fazia. Praticamente, a garota lia um livro por dia. Harry se perguntava o porque dela não ter ido parar na Corvinal.

Quanto mais a conversa ia se intensificando, mas próximo Tom estava se sentindo de Harry. O moreno simplesmente não tinha o que dizer, Harry não parecia nada comparado as outras crianças, ele era mais inteligente, e conhecia mais de livros mais do que o próprio Tom. Ele admitia que estava de queixo caído. Ele teve muita sorte de Harry ter sido colocado no mesmo quarto que ele; Tom não admitiria dizer que sentiu uma pontada de ciúmes com o pensamento de Harry no quarto de outra criança. Harry era gentil e tão bom, que ele temeu que os mesmo fosse embora, já que, crianças como ele eram adotadas mais rápido.

Um barulho foi ouvido vindo da direção da porta, atraindo os olhares das duas crianças que conversavam animadamente sobre livros. Era a Sra. Cole. — Harry, venha pegar suas coisas, elas já chegaram.

— Sim, senhora. Eu já volto, Tom. - Harry disse para o garoto que fez uma expressão um pouco tristonha. O moreno saiu do quarto e foi junto da Sra. Cole até a porta do orfanato, se esbarrando com algumas crianças no caminho que o olhavam feio. Harry sentiu um leve temor. Será que as crianças não gostavam dele? Mas, eles ainda nem se conheceram.

Lá na porta os esperava um homem vestido de um macacão com uma blusa azul marinho escrito nome de alguma impressa que Harry não conseguiu identificar, o mesmo estava escrito no boné do homem alto, alto ou ele era baixo demais e em sua visão acabava por ficar muito alto. — Aqui está suas coisas; pegue e leve para seu quarto.