A noite era fria, exatamente como a outra, o vento balançava os galhos das árvores e movimentava as poças de água que estavam no solo árido, mesmo que não sendo o bastante para jorrar para os lados como a roda da carruagem que passava pelo [pesquisar nome], carregada por 2 cavalos e de forma calma, seguida por outra carruagem que passava na mesma poça. Os veículos seguiam o caminho entre as rochas e a estrada esburacada que trazia um ar de pós-guerra, chacoalhando as pessoas que estavam sentadas na parte de dentro, que no fim incomodava um deles.
-- Rraaahhrg, mas que merda! - Um rapaz de vestimentas esbeltas de cor verde batia contra a lateral da porta, irritado. - Por que essa estrada tinha que ser tão ruim?!
-- Você ainda não se acostumou? - Questionava o outro que sentava a sua frente. - Toda estrada de Mondstadt possui esse estado tenebroso, ainda mais nessa rota.
-- Ainda assim, como diabos o pessoal acha que isso é algo viável de se passar???
-- Mondstadt não possui um capital forte o bastante para se concentrarem em arrumar essas estradas, seu idiota.
A voz era daquele que se encontrava no meio de um dos bancos, a escuridão dentro da carroça ajudava a esconder a maior parte do seu corpo que apenas se destava por seus olhos roxos brilhantes, ele diria aquilo em um tom de irritação, realmente de saco cheio daquela conversa, e parecendo ter autoridade o suficiente para conseguir cala-los.
-- Tudo bem, tudo bem... Não precisa falar mais nada. - Respondia o estressado, bufando.
-- Fico feliz que tenha entendido. - Dizia ele em um tom brincalhão, mas com uma pitada de desgosto. - Não quero saber de ter que lidar com merdinhas de meia tigela.
A partir daquela frase, todos ali presentes se irritavam ao ponto de saírem de sua posição de conforto e encararem o rapaz, que se mantém completamente calmo em meio aos olhares.
-- Como é?? - Diria um deles tendo a iniciativa de atacar o rapaz, parecendo querer sacar algo preso em sua cintura.
-- Eu não usaria isso se fosse você. - Dizia o rapaz escondido nas sombras, apontando seus olhos diretamente para aquilo que o homem a sua frente estava prestes a pegar. - Foi um presente muito gentil do Garra, eu diria até que foi um presente divino. - Ele jogava a mão que usava para apoiar a cabeça para fora da sombra, revelando que o mesmo possuía luvas com mínimos detalhes em cinza escuro sobre ela, formando um lobo sobre as costas da mão. - Então por favor, deixem para usarem esse... "brinquedinho" quando for realmente necessário, afinal... Vocês nem teriam chance de enfrenta-los se não tivessem isso.
O tensão dentro daquela carroça abaixava lentamente a partir das palavras daquele misterioso homem, que fazia os outros aos poucos abaixarem sua guarda e voltarem a ficar nas posições em que estavam aos poucos, agora todos parecendo estarem aflitos e até mesmo irritados, frangindo suas testas enquanto o som angustiante da madeira dobrando devido o solo em que passava.
O homem misterioso juntava as mãos gerando um som leve de palma. - Que bom que entenderam. - Ele dizia abrindo um sorriso em V aberto, falando em um tom totalmente alegre e fechando seus olhos . - Espero que se mantenham educados assim até que a hora certa, afinal...
A luz vinda de um poste fora do veículo atravessa a janela ao lado do homem ao ponto de revelar enfim seu rosto, de cabelo bagunçado tendo um tom levemente cinza, possuindo pontas um pouco mais escuras, um brinco longo que descia com uma pequena corrente dourada junto de algo que parecia uma lâmina, completando com uma certa cicatriz próxima da extremidade direita de sua boca, que agora estava mostrando seus dentes em meio a um grande sorriso.
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Contos de uma Divindade Esquecida - Histórias em Teyvat
Pertualangan"O confronto entre esses Deuses sempre esteve claro, e sempre acontecerá, não importa como." Em um duelo de cruzar universos para proteger as criações mais poderosas do seu planeta, Luik, um jovem rapaz que aparenta ter nascido com uma alma diviname...