19- Homofóbico.

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Depois do sorvete, Charlie e Vaggie ainda estavam sentadas na bancada, não se enjoavam uma da outra nunca. A loira descobriu que a vizinha era a pessoa mais engraçada do mundo.

- Vaggie...- Falou sem fôlego enquanto ria. - Você é hilária.

- Já posso ser palhaço, não acha? - Vaggie também estava rindo. - Você seria a única na plateia batendo palmas. - Viu? - Charlie estava prestar a explodir de rir.

- Pare de me fazer rir, minha barriga está doendo. Daqui a pouco vou acordar sua família.

Vaggie estava morrendo de amores pela loira, nunca viu ela rir tanto, e estava amando o som de sua risada gostosa.

- Não entendo como alguém pode ser tão fofa...- Falou olhando nos olhos vermelhos, Charlie parou de rir e ficou envergonhada.

- Para, Vaggie. - Escondeu o rosto no ombro da platinada, que riu e aconchegou a loira em seus braços. - Você me deixa envergonhada com facilidade.

- Mas o que é tem que se dizer, e você realmente é fofa. - Beijou o topo de sua cabeça. - E bonita, cheirosa...- Vaggie estava boba falando aquilo, e Charlie sorria em seu ombro.

- Você também é bonita, Vaggie. - Olhou nos olhos de Vaggie. - Eu disse que você é a garota mais bonita que já vi, e tenho certeza que não vou mudar de ideia.

Seus rostos estavam tão próximos, Vaggie não sabia se olhava os olhos vermelhos ou a boca rosada da loira. A mão da Charlie foi parar na nuca da platinada, que sorriu e automaticamente fez ela sorrir também. Suas bocas estavam a milímetros de distância, e quando Vaggie tomou iniciativa pra beijar aqueles lábios...

- Vaggie, o que é isso? - Seu pai apareceu na cozinha revoltado.

As duas se afastaram, pularam da bancada na mesma hora e Charlie queria sair correndo dali, mas Vaggie passou um braço pela cintura da loira e encarou o pai. - Eu não quero você fazendo essas baixarias aqui! Filha minha não beija mulher dentro da MINHA própria casa.

Charlie escondeu o rosto entre o pescoço e ombro da Vaggie, não queria ver a expressão daquele homem.

- Na verdade eu tenho nojo por chamar você de filha, Vaggie. Não vejo a hora pra você sair da minha casa.

Os olhos da platinada começaram a marejar, ela estava com raiva e magoada ao mesmo tempo. Respirou fundo e resolveu não responder as palavras dele, pegou na mão da Charlie e a levou até a sala.

- Charlie, desculpa por isso. - Falou segurando as lágrimas. - Desculpa.

O coração da loira partiu em mil pedaços por ver a Vaggie triste, ela nunca tinha visto a platinada chorar, sempre pareceu tão forte. Charlie odiava o pai da Vaggie! Não iria permitir que ele falasse com ela daquele jeito de novo.

- Tudo bem, Vaggie. - A abraçou. - Não chora, seu pai não merece uma filha tão maravilhosa quanto você.

A platinada se permitiu chorar no peito da loira, que a abraçava apertado, não queria aquela garota perfeita chorando em seus braços porque tinha um pai idiota.

- Eu não acredito que vocês ainda estão aqui. - O pai de Vaggie apareceu na sala, e Charlie olhou imediatamente pra ele enquanto Vaggie chorava em seus braços. - Agora você vai me ouvir, Vaggie! - Se aproximou das duas e a loira abraçou ela mais apertado. - Uma pena que a Lute está trabalhando e não pode defender você agora. - Charlie estava dominada de ódio daquele homem. - Eu odeio você desde aquele dia! Espero do fundo do meu coração que você suma da minha família o quanto antes. Você é uma aberração, uma vergonha pra famíl...

- PARA DE FALAR ASSIM COM ELA! - Charlie gritou explodindo de raiva. - PARA COM ISSO. A VAGGIE É PERFEITA E VOCÊ UM PAI HORRÍVEL!

- Você é tão lixo que não consegue se defender sozinha? - O pai de Vaggie perguntou rindo.

Vaggie estava com medo de olhar pra ele, ela estava se sentindo a pessoa mais fraca do mundo.

- Vem, baby. - Charlie desfez o abraço. - Vamos sair daqui, seu pai é ridículo. - Olhou pra ele e pegou firme na mão da platinada, a puxando até a porta.

Agora Charlie entendia porque a Vaggie não tinha uma boa relação com o pai, ele era um tremendo babaca homofóbico que odiava a filha por isso.

A loira praticamente puxou Vaggie até sua casa, se pudesse pegava a platinada no colo.

Abriu a porta e deu graças a Deus por seus pais não estarem na sala, sem duvidas iam perguntar o que aconteceu. Elas subiram a escada e Charlie fechou a porta do quarto assim que entraram.

- Você vai dormir comigo, tá bem? - Falou fechando a janela, deixando apenas um pouco de luz entrar. - É manhã ainda e precisa descansar já que acordou cedo pra me esperar.

Vaggie estava envergonhada pelo que aconteceu na frente da loira, não imaginava que aquilo iria acontecer mas agora tinha certeza que odiava o pai que tinha.

- Desculpa por aquilo, Charlie. - Falou com a voz embargada.

Charlie foi até a platinada e fez um carinho delicado em sua bochecha.

- Tá tudo bem, agora deita na minha cama que eu já venho. - Deu um beijo em sua bochecha.

Charlie saiu do quarto e desceu a escada rapidamente pois lembrou que não trancou a porta da frente, depois foi ao banheiro e quando voltou viu a cena mais fofa de todas.

Vaggie estava deitada de lado com o cobertor até seus ombros, seus olhos estavam fechados e sua respiração serena. A loira sorriu encantada e desligou a luz do quarto. Tirou o tênis e fez a volta na cama, levantou um pouco o cobertor e se cobriu com ele deitando atrás da Vaggie. Ela se permitiu abraçar a cintura da platinada e esconder o rosto em sua nuca, sentindo o cheiro bom do seu cabelo.

Vaggie foi tão gentil e carinhosa com ela nesses últimos dias, Charlie queria fazer o mesmo nem que fosse uma vez só. Ela queria proteger a platinada, e queria naquele momento que ela esquecesse o pai idiota.

[...]

Vaggie acordou com quase todos os fios loiros de cabelo da Charlie em sua cara, riu de leve tirando o cabelo cheiroso dela do seu rosto. Ela estava de costas pra loira, parecia dormir profundamente. Vaggie olhou no relógio preto na parede e percebeu que elas dormiram apenas 1 hora. Era meio dia.

- Vaggie, me abraça. - Charlie resmungou baixinho e Vaggie sem duvidas atendeu o pedido.

Abraçou a loira por trás e deu um pequeno beijo em seu ombro. Charlie sorriu e entrelaçou suas pernas com a da platinada.

- Charlie...- Falou baixinho no ouvido dela, que se arrepiou inteira. - Eu e você quase nos beijamos mais cedo. - Sorriu escondendo o rosto na nuca da loira.

Charlie estava quase morrendo de vergonha, mas a vontade de beijar Vaggie era muito maior. Virou o corpo pra platinada, que estava de olhos fechados, mas ela sabia que não estava dormindo, começou a fazer um carinho delicado em sua bochecha.

Pena que foi quase, Vaggie. - Falou fazendo Vaggie abrir os olhos. - Porque eu queria muito.

Trust Me - ChaggieOnde histórias criam vida. Descubra agora