23- Felicidade

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- Simplesmente porque não significou nada. - Desviou os olhares. - Beijar a Velvette só me fez perceber que NÃO dá pra tirar você da cabeça. Eu só pensei em você.

Charlie deixou escapar um sorriso em meio a irritação, passou os dedos entre os finos fios de cabelos loiros e os jogou pro lado. Vaggie viu aquela cena em câmera lenta e seu coração quase saltou do peito, por pouco não deixou o guidão da bicicleta escapar de sua mão.

- Você pensou em mim enquanto beijava ela? - A loira perguntou tentando esconder que estava satisfeita por aquilo.

- Por um momento pensei que era você, mas quando olhei nos olhos claros dela cai na realidade, não era esse seu olhar vermelho que me encanta.

Vaggie falou com toda sinceridade do mundo e Charlie estava sem palavras, a irritação tinha ido embora rápido e agora ela só estava com vontade de beijar a platinada mais uma vez, mas estava receosa porque estavam em público.

- Vaggie, eu quero beijar você. - Falou se contendo. Vaggie riu de leve pelo jeito desesperado da loira. - O que eu faço?

- Me beija, ué. - Disse em um tom óbvio, mas Charlie não saiu do lugar. - Está com vergonha de estarmos em público? - Assentiu com as bochechas rosadas. - Eu não ligo, Char-Char. Não devemos nada pra ninguém, e na verdade ninguém liga.

A loira concordou mentalmente com o que a Vaggie disse, então andou até a platinada e sorriu antes de selarem seus lábios em um beijo amoroso. Vaggie segurou na cintura da loira com uma mão enquanto a outra segurava a bicicleta.

Charlie percebeu que não ligava de beijar Vaggie em público, foi um medo bobo que não vai voltar.

- Você quer ir pra casa? - A platinada falou encarando os olhos vermelhos, que olhavam cada milímetro de seu rosto. A loira poderia passar horas olhando a platinada e nem sequer ouviu o que Vaggie disse.

- Han...- Falou perdida nos olhos amarelos de Vaggie.- Que? - Sorriu amarelo e Vaggie riu. - Desculpa, não ouvi.

- Quer voltar pra casa? - Repetiu calmamente.

- Você quer?

- Por mim tanto faz, baby. Se você quiser ir pra algum lugar, tudo bem. Apenas prometi pros seus pais que não iríamos chegar tarde.

- Seu joelho não está doendo? - Fez um carinho na bochecha da platinada, que negou, mas o joelho estava doendo sim. - Na verdade eu só quero ficar abraçada em você em qualquer canto.

- Ouvir isso saindo da sua boca é como ouvir música. - Vaggie falou boba, fazendo a loira sorrir envergonhada e dar um pequeno selinho em seus lábios. Podemos ir pra casa, você não conhece meu quarto ainda.

- E o seu pai?

- Ele que se foda. - Saiu sem querer e Charlie riu da cara encabulada que Vaggie fez. - Desculpa.

- Tudo bem. - Disse ainda rindo.

Por segurança das duas, Vaggie decidiu guiar a bicicleta mesmo com o joelho machucado. Não é que ela não confiasse na Charlie, era apenas pra ter total certeza de que não iriam cair no meio da rua.

- Vaggie? - A loira falou alto por conta do vento em seus rostos, abraçava forte a cintura da platinada enquanto apoiava o queixo em seu ombro.

- Eu! - Falou alto também enquanto pedalava e prestava atenção no trânsito.

- Eu posso sentar no guidão?

- Pode, só deixa eu frear.

Vaggie freou na ciclovia e Charlie saiu do banco de trás. Antes de subir no guidão deu um beijo estalado na bochecha da platinada, que sorriu boba.

A loira sentou de costas pra Vaggie na barra prata de ferro, segurou nas mãos da platinada por cima da manopla e Vaggie entrelaçou seus dedos ali.

- Segura firme, tá bem? - Vaggie falou se ajeitando no banco pra conseguir enxergar a sua frente.

- Como você vai enxergar? - Charlie perguntou olhando por cima do ombro.

- Fico de pé enquanto pedalo. - Ergueu o corpo e beijou a bochecha da loira. - Vamos?

- Vamos. - Charlie estava sorrindo e voltou a olhar pra frente.

Vaggie deu impulso na bicicleta e começou a pedalar. Charlie estava radiante por estar ali em cima sentindo o vento bater no rosto, os pés balançarem. Em seus lábios um enorme sorriso contagiava todos que passavam por elas. A loira sentia as mãos de Vaggie embaixo das suas segurando firme na manopla, aquele pequeno contato já a deixava fascinada.

- Quer tomar sorvete? - Sentiu seu corpo arrepiar por ouvir a voz rouca pertinho de sua orelha.

- Eu não peguei dinheiro.

- Perguntei se quer tomar sorvete, Charlie.

- Eu quero! - Falou animada. - Sorvete agora seria perfeito.

Vaggie estava feliz porque Charlie sorria perfeitamente, queria ficar admirando a bela loira em sua frente mas precisava concentrar em pedalar até a sorveteria mais próxima.

Assim que acharam uma sorveteria, Vaggie puxou o manete do freio delicadamente pois não queria Charlie voando do guidão. Charlie desceu da bicicleta e a platinada em seguida.

- Eu amei ficar aí em cima. - Falou sorrindo observando Vaggie prender a bicicleta no poste. - Quero repetir isso mil vezes.

- Você é adorável. - A platinada falou indo até ela, que sorriu envergonhada e lhe roubou um pequeno selinho.

As duas entraram na sorveteria e os olhos de Charlie brilharam por ver tantos sabores expostos.

- Qual o que você mais gosta? - Vaggie perguntou ao ver que a loira estava quase babando.

- Banana, chocolate, morango, flocos, pistache, baunilha...- Suspirou. - Todos!

- Acho que você não aguentaria comer todos. - A platinada falou rindo. - Qual seu preferido deles?

- Chocolate. É o melhor de todos!

- Senta em algum lugar que vou pedir os nossos, tá bem?

Charlie assentiu sorrindo e sentou em uma mesa próxima a enorme porta de vidro, ficou olhando Vaggie de longe e pensando o quanto aquela garota era linda, ainda mais na pontinha dos pés toda fofa segurando no balcão enquanto pedia os sorvetes.

Vaggie pagou os sorvetes e olhou pelo local procurando Charlie, logo viu a mesma sentada perto da porta e deu um sorriso indo até ela.

- Esse é o seu. - Entregou a casquinha nas mãos da loira e sentou na sua frente.

Obrigada, Vaggie.- Falou provando aquela maravilha. - O seu é de que?

- De creme. - Charlie fez uma cara engraçada. - O que foi? - Vaggie perguntou rindo.

- Creme é tão sem graça.

- Não é nada! É o melhor. - Respondeu de nariz empinado, fazendo a loira rir.

- Vaggie...- Falou sentindo suas bochechas esquentarem. - Eu nunca me senti tão feliz quanto hoje, fazia muito tempo que eu não me sentia assim.

- Fico feliz por isso, babe. - Sorriu sincera. - Vamos ter muitos momentos como esse.

Trust Me - ChaggieOnde histórias criam vida. Descubra agora