DESESPERO

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POV ELIZABETH

A detetive Smith saiu da cafeteria e levou com ela minha capacidade de raciocínio. Fiquei ali sentada com a mente em branco por um bom tempo. 

A cafeteria já estava por fechar as portas e tive que sair. Fui pro meu carro e invés de ir pra casa ou voltar pro escritório, decidi ir pro hotel onde uma vez me refugiei ao fugir das demandas de Jhon. 

Eu queria estar em um lugar tranquilo pra ler as informações que a detetive me trouxe e sei que eu não conseguiria me concentrar o suficiente estando no escritório, e não poderia levar aqueles documentos pra casa.


Não faço ideia de quanto tempo se passou. Creio que passei horas submergida naqueles papeis.

Meu celular descarregou totalmente e meu carregar ficou em casa.

Nesse quarto não tem relógio e não estou disposta a ligar pra recepção só pra perguntar as horas.

Sei apenas que quando eu terminar de ler toda essa papelada, pretendo destrui-la.

Achei estranho a senhora Smith me entregar papéis. Logo ela que tem receio de enviar e-mails. 

Não sei o que ela planeja com isso e não quero pensar nisso agora. 


Metida em meio aos documentos, descobri muito sobre Amanda. 

Onde ela nasceu, dia e hora... Onde cresceu, onde estudou, suas excelentes notas e grades escolares... tudo sobre seus pais e irmãos. Inclusive como era a convivência entre eles... Parentes mais próximos, amigos e vizinhos... Onde fez faculdade, quando iniciou, quando terminou, o que estudou... Quando começou a trabalhar, onde trabalhou, quem eram seus chefes, como eram seus ambientes de trabalho, quanto recebia... Que horas saiu do Brasil. Que horas chegou à Los Angeles... Como estão as coisas em sua casa desde que ela saiu. Entre outras pequenas informações, algumas que até julgo desnecessárias.

Como a senhora Smith conseguiu tanta informação?! Eu sequer sou capaz de imaginar. Mas agora sou extremamente consciente de que ela é alguém a se temer.


Ficar tanto tempo sem dormir não foi minha melhor decisão.

Minhas pálpebras estão pesando, estou exausta. O silêncio e a leitura me levam inconscientemente ao mais profundo sono. 


Acordo sobressaltada, desnorteada e sem saber que horas são.

Recolho os papeis, visto meu casaco e o cachecol, e saio do quarto. Desço no elevador, pergunto na recepção as horas e descubro que já são quatro e sete da manhã. 

Amanda deve estar preocupada e não tenho como avisa-la que estou a caminho porque sequer decorei seu número.

Entro no carro e coloco os documentos no porta luvas. Ligo o carro e dirijo para casa com os olhos ainda queimando de sono. Sinto que se eu piscar um pouco mais lento, não serei mais capaz de abrir os olhos novamente. 

Ao chegar, estaciono o carro na minha vaga no estacionamento, Pego as compras e vou pro elevador. Não vejo a hora de enfim me deitar ao lado de Amanda e dormir sem hora pra acordar. 

Amanhã com certeza vou tirar o dia de folga. Preciso de um bom dia de descanso.

Tomara que Amanda não esteja acordada me esperando.

Chego no meu andar, caminho até minha porta e a abro com bastante dificuldade. Mas consigo entrar e trancar a porta novamente.

A sala está vazia. Ótimo, ela deve estar dormindo. Menos mal.

A ESTRANGEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora