DÉJÀ VU

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POV ELIZABETH

Acabei de sair de casa pra ir jantar com Sara. 

Ela tem me convidado a dias, mas tenho recusado sempre, pois Amanda precisava dos meus cuidados. Mas hoje ela já estava bem melhor. 

Acho que está bem sair um pouco. Faz tempo que não saio pra jantar com algum amigo. Nem mesmo com Allie.

Não que me entedie ou desagrade a companhia de Amanda. Longe disso. Mas ela não pode sair e eu realmente queria fazer algo diferente.

Acho que ela ficou triste com minha saída, apesar de ter me animado a sair.

Quando saí do quarto a vi inexpressiva, olhando pro nada. E isso vindo dela, não costuma ser algo bom.

Ela tem estado um pouco mais quieta já faz uma semana. Desde a primeira consulta com Sara. Deve ter sido demais pra ela. Foi tudo muito invasivo e exigente, fizemos o dobro ou triplo de exames que o Park fez. E os remédios são um pouco mais fortes. 

Talvez seja isso o que tem a deixado um pouco aérea. Mas ainda assim, mesmo com o brilho no olhar meio ofuscado, ela ainda ilumina meu dia. Me faz rir e se esforça pra fazer as coisas por mim. E fazia mesmo quando ainda estava em cadeira de rodas.

Ela é incrível. Não posso negar.


Ao chegar no restaurante, Sara já está sentada à minha espera.

Está linda como sempre. 

Lembro da nossa juventude, quando nos encontrávamos às escondidas e passávamos horas nos beijando. 

Ela foi a primeira garota com quem estive. Quem abriu meu caminho pra essa possibilidade do bissexualismo. Ela me marcou e confesso que ainda me atrai.

Tenho conversado muito com ela nos últimos dias e não descarto a possibilidade de estarmos juntas de novo depois de tantos anos.

Me aproximo sorridente e ela se levanta pra me cumprimentar com um abraço.

Seu cheiro invade meus sentidos e sinto nostalgia. É o mesmo perfume de anos atrás.

Nos sentamos e pedimos nosso jantar.

Quando o garçom se afastou, começamos a conversar aleatoriedades e relembrar nossas travessuras do passado.

A comida chegou e jantamos em meio a piadas que só nós entendíamos e riamos.

Me sinto como se tivesse voltado no tempo e ainda fosse aquela adolescente de dupla personalidade que era divertida e ria bastante com os amigos.


As horas se passaram e não percebi que já estava tão tarde. Sara realmente me resultou uma excelente companhia.

Olho meu celular pela primeira vez na noite. Já são onze e meia e nenhuma mensagem de Amanda. 

Eu havia me esquecido completamente que devia ficar atenta pra caso ela me enviasse alguma mensagem. 

E o fato de ela não ter sequer perguntado que horas eu voltaria, me preocupou.

Estou acostumada a receber suas mensagens quando passo das dez fora de casa.

- Está sendo uma noite realmente agradável, Sara. Devo admitir que não me divirto assim a muito tempo. Mas preciso ir. Já está bem tarde. - digo me desculpando por ter que ir.

- Tudo bem, eu entendo. Também já está bem tarde pra mim, mas sua companhia me fez perder a noção do tempo. - diz sorrindo e não consigo conter o sorriso.

A ESTRANGEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora