Prólogo

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_"Sentir falta do que nunca se teve é uma emoção que desafia a compreensão humana comum, similar a desejar alguém que, no final, é inalcançável. Esta sensação é complexa e gera preocupação."_

Após a visita da princesa do inferno ao primeiro homem da terra para debater sobre a redenção dos pecadores, o clima no hotel tornou-se carregado. Ela circulava incessantemente e seu semblante denotava uma evidente inquietação.

— Meu Deus! O que eu faço agora? — Ela exclamava, visivelmente ansiosa.

— Charlie. — uma mão repousa suavemente sobre o ombro da princesa. — Minha querida, o que aconteceu?

Charlie respirou fundo, tentando pensar nas palavras certas, ela se sentou no sofá ainda tremendo.

— Tentei conversar com Adão sobre a redenção do meu povo, imaginei que ele compreenderia, mas ele previu um extermínio em seis meses! — Sua voz soava aguda e tensa, tentando falar sem hesitação, mas claramente nervosa ao expressar isso em voz alta. — O que faremos agora? Com apenas dois hóspedes, não será suficiente para garantir reconhecimento e popularidade para o hotel.

— Duvido que alguém se sinta confortável sabendo que não pode causar confusão ou algo do tipo. Você sabe que aquele povo já perdeu o senso há muito tempo, não é? — comentou o homem afeminado de pernas longas, com os braços cruzados.

— Angel, você está certo em parte. Mas acredito que esses demônios estão tão desesperados que qualquer ajuda que oferecermos será muito bem recebida por eles. — comentou Vaggie, a caolha.

Um sorriso iluminou o rosto de Charlie ao ouvir aquelas palavras. Levantando-se, ela segurou com firmeza os ombros de sua parceira.

— Exatamente! Podemos usar essa situação para atrair mais pessoas ao hotel. Ótima ideia, Vaggie! — exclamou Charlie, envolvendo Vaggie em um abraço caloroso e cheio de entusiasmo.

De repente, uma tosse alta ecoou do bar.

— Como pretendem convencer esses caras a virem para cá? O hotel é motivo de piada para muitos lá fora. — interveio Husk, segurando uma garrafa de álcool e apoiando o braço relaxadamente no balcão, fazendo Charlie soltar sua parceira.

— Bom, podemos... — Vaggie colocava a mão no queixo, enquanto ela e Charlie trocavam olhares.

— Já sei! — Charlie exclamou animadamente. — Vamos fazer cartazes e distribuir pela cidade!

— Boa ideia. — concordou Vaggie.

— E se alguém rasgar os cartazes ao ver do que se trata? — indagou Angel.

— Acho improvável que alguém rasgue um cartaz que promete segurança e benefícios. — respondeu Vaggie. — Não precisamos nos preocupar, faremos vários.

— E quem vai fazer os cartazes?

— Eu farei. — afirmou Charlie, sorrindo.

— É aí que perceberemos que ninguém vai levar isso a sério. Os cartazes vão parecer desenhos de criança. — disse Husk, com sarcasmo.

Ao ouvir isso, o sorriso de Charlie se desfez e ela voltou a se sentar no sofá, enquanto Vaggie lançava um olhar duro para Husk.

— Ei! No final das contas, as pessoas não vão se importar com o design dos cartazes. Pare de ser pessimista!

— Só estou dizendo que...

— Foda-se o que você acha. Estamos em uma crise e não podemos ficar parados. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance! — interrompeu Vaggie, firme, olhando diretamente para Husk.

Que bom tê-la de volta | Velvette x VaggieOnde histórias criam vida. Descubra agora