Capítulo XLVII

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Depois que a mãe da Grace apareceu e praticamente nos arrastou pra casa, Grace se fechou no quarto e só consigo ouvir ela soluçar de tanto chorar. Sua mãe tirou seu celular e ela não tem nem como falar com Lee.

— Oi meu lindo, avisa seu irmão que a Grace está sem celular, por favor — mando para Isaac avisando a situação.

— Oi prin, aviso sim — ele responde. — Como estão as coisas por aí? — ele pergunta.

— Ela está no quarto chorando horrores, tentou explicar no carro que eles estão juntos e que nós só saímos hoje por conta do dedo dele, mas a mulher não deixava ela falar — conto.

— O que você disse? — pergunta.

— Não disse nada, tive medo de me intrometer e acabar sendo mandada de volta pra casa — falo.

— E você vai conseguir ficar sem fazer nada? — ele me questiona.

— Não! Vou tentar conversar mais tarde, só estou pensando a melhor forma de falar — digo.

— Sabia que não ia ficar na sua — ele fala.

— O que eu posso fazer? — pergunto.

— Cê não tá errada, amor, só não sei se é uma boa — ele diz.

— Como tá o Lee? — pergunto.

— Derrotado, xoxo, capenga, desidratado, acabado — ele responde.

— Precisa de tudo isso? — pergunto. — Mas viu só? Eu não posso deixar que os dois fiquem desse jeito sem fazer absolutamente nada — explico.

— Sei que vai falar com eles eu concordando ou não — ele fala.

— Isso é verdade — respondo.

Depois de falar com Isaac, eu separo uma muda de roupa e vou em direção ao banheiro para tomar um banho e lavar meus cabelo que está um sebo só, mas quando coloco a mão na maçaneta para entrar, alguém me chama.

— Clarisse — ouço uma voz masculina me chamar.

— Oi, precisa conversar comigo? — pergunto ao pai de Grace.

— Na verdade, sim, precisamos — ele fala. — Pode vir até a cozinha? — pergunta e eu concordo indo até lá.

— O que você acha sobre o que aconteceu hoje? — o homem pergunta e vejo sua esposa sentada ao seu lado com a cabeça baixa.

— Como assim o que eu acho? — pergunto.

— Quero saber sua opinião sobre a atitude da minha mulher — ele fala.

— Importa? — questiono e ele olha com cara fechada pra mim. — Bem, eu e minha mãe não somos próximas, mas sempre respeitamos o espaço da outra e quando tem algo que é preciso discutir, como a situação de hoje, por exemplo, a gente procura não fazer isso na frente das pessoas, mas claro que sempre acabamos discutindo — falo lembrando da minha mãe que nunca consegue resolver nada no privado.

— Na sua opinião, eu deveria ter conversado com ela em casa? — a mulher finalmente me olha nos olhos.

— Sim. Não. Eu não sei — falo ficando nervosa com aquele interrogatório.

— Você disse na frente de todo mundo, que eu deveria me acalmar e que poderíamos conversar em casa, conte-me mais sobre a sua opinião — ela fala levantando apenas uma de suas sobrancelhas. Droga, agora eu me ferrei.

— Escutem — começo a falar me sentando. — Eu estou aqui há pouco tempo, desculpa por ter me metido aquela hora, e me desculpem se parece que quero ensiná-los a serem pais, eu não tenho noção nenhuma disso — digo.

Fronteira - Isaac Garcia Onde histórias criam vida. Descubra agora