Parte 2

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*Alice*

Entro no carro as pressas e meu irmão continua me atormentando com a estória da Bela, ainda bem que estudamos em salas diferentes, ele faz o terceiro A e eu terceiro B, dessa forma ao chegar na escola terei paz.

Eu estudo no colégio Pitágoras, ele é particular e bem requisitado na região, ele tem dois  andares com salas que vão da 5 série até o terceiro ano é dividido entre a ala A e a ala B. Sigo pela ala B enquanto meu irmão segue pela Ala A.

Olho no relógio percebo que estou um pouco atrasada e vou rapidamente até que me esbarro em um garoto que veio igual um doido em minha direção.

- Me desculpa moça, estou atrasado e perdido, será que pode me ajudar - Ele pergunta meio receoso e sem jeito.

- Ah sim, tu..tudo bem, como posso te ajudar? - Eu respondo arrumando a minha roupa e observando-o aqueles olhos verdes, cabelos lisos negros e um corpo todo musculoso naquele pele clara.

- Sou aluno novo, sou da turma do terceiro B, mas acabei me perdendo em meio as alas - Ele responde com um sorriso tranquilizador.

- É na minha, sala - Eu sorrio delicadamente. - Me segue, é.. como é seu nome mesmo? Aliás o meu é Alice, prazer - Eu respondo e estendo a mão para um cumprimento amigável.

- Prazer Alice, meu nome é Benjamim - Ele estende a mão e me cumprimenta.

Seguimos depressa até a nossa sala em silêncio e menos de dois minutos chegamos ao nosso destino. Entramos na sala e a professora Jessica já estava na sala. Ela faz sinal para entramos e entramos em silêncio. Benjamim senta atrás de Jacob que parece ser um amigo conhecido e eu me sento atrás de Bela e na frente de Victoria que trataram de deixar o lugar reservado pra mim.

- COOOOOOONTA TUDO - Victoria diz quase gritando.

- Fala baixo, sua doida - Eu a repreendo com a cara quase roxa de vergonha.

- Nome, identidade, cpf, endereço, tipo de garota, tudo Alice, tudinho. - Bela diz já fazendo aquela cara de safada dela e percebo que ela e meu irmão dariam um ótimo par.

- Nossa, que fogo na piriquita ! Meu Deus ! Só sei que o nome dele é Benjamim, mais nada, agora me deixem estudar porque se a professora me chamar atenção eu mato vocês duas numa porrada só.

Elas ficam resmungando por alguns minutos, mas logo voltam a atenção para a aula que segue rapidamente e quando eu vejo já está na hora do intervalo. Espero a multidão sair e as meninas pegarem o dinheiro do lanche quando sinto uma mão batendo no meu braço e quando eu vejo Benjamim está na minha frente e as meninas estão babando igual uma louca em cima dele. Tudo bem,ele é gatinho e mais, mas ficar secando o menino desse jeito é exagero.

- Oi Alice, é que o Jacob teve que ir na secretaria e eu estou sem companhia para passar o intervalo, na verdade é que.. bom, eu não sei como chegar no ref.. - E antes que ele continue Victoria quase grita num surto psicótico - Sim, a gente te acompanha aonde você quiser gatinho. 

Nesse momento eu só não enfiei minha cara no bolo, porque eu não tinha um bolo. E sim, tive aquela tal de vergonha alheia que muitos citam por ai. 

Fomos para o refeitório e assisti as mil e umas cantadas da Victoria para o Benjamim e as trezentos mil encaradas na sala de aula depois do intervalo, até que bateu o sino e eu desci as escadas rapidamente e quando cheguei no portão minha mãe e meu irmão já estavam me esperando. Então fui direto para o carro. 

- Tudo bem na escola hoje amores? - pergunta minha mãe animadamente.

- Altas gatinhas novas mãe, sinto que esse semestre será pura perdição - diz meu irmão todo empolgado. 

- E você, minha filha? Altos gatinhos? - Diz minha mãe delicadamente.

- Foi bom mãe e por favor tenho coisas mais importantes a fazer do que olhar "gatinhos", o tarado da família chama-se Charlie Rodrigues e não Alice Rodrigues. - Coloco meu fone de ouvido e mergulho no meu mundinho onde só eu existo.  E escuto os risinhos exorbitantes do meu pai, da minha mãe e  do meu irmão.

Chuva de arrozOnde histórias criam vida. Descubra agora